terça-feira, 25 de novembro de 2008

QUÍMICA DO SONO

Divulgação Científica
Química da insônia
3/11/2008
Agência FAPESP – Uma pesquisa publicada na edição de 1º de novembro do Journal Sleep traz a primeira demonstração de uma anormalidade neuroquímica específica em adultos com insônia primária. A afirmação é da Academia Norte-Americana de Medicina do Sono, que destaca que o estudo amplia o conhecimento ainda limitado sobre o problema.
Segundo a instituição, a insônia crônica, cujos sintomas permanecem por pelo menos um mês, afeta cerca de 10% dos adultos nos países industrializados e é o tipo mais comum de distúrbio do sono.
Freqüentemente se trata de um problema associado com doenças, distúrbios mentais ou a ingestão de determinados medicamentos ou substâncias químicas. Cerca de 25% das pessoas com insônia têm insônia primária, definida pela dificuldade de iniciar ou de manter o sono e pela sensação de não ter um sono reparador.
O novo estudo identificou uma redução de 30% nos níveis de ácido gama-aminobutírico, neurotransmissor que induz a inibição do sistema nervoso central, em indivíduos que sofrem de insônia primária há mais de seis meses.
De acordo com os autores, os resultados sugerem que a insônia primária é uma manifestação de um estado neurobiológico de hiperatividade. “O ácido gama-aminobutírico está presente em níveis reduzidos em indivíduos com insônia, o que indica que a hiperatividade está presente não apenas na forma de pensamentos e emoções excessivas, mas que também pode ser detectada no sistema nervoso central”, disse o principal autor do estudo, John Winkelman, do Brigham and Women's Hospital, ligado à Escola Médica Harvard.
O ácido gama-aminobutírico diminui a atividade geral em diversas regiões cerebrais, ajudando o cérebro a “se desligar”. Agitação e dificuldade de “desligar” são reclamações comuns em pessoas com insônia primária.
De acordo com Winkelman, entender que o problema está associado com uma deficiência neuroquímica específica ajudará a validar a freqüentemente mal compreendida reclamação de insônia e de suas conseqüências, como dificuldade de concentração, cansaço e irritabilidade durante o dia.
O estudo, ainda preliminar, incluiu 16 voluntários entre 25 e 55 anos, divididos entre os dois sexos, com problemas para iniciar ou manter o sono por pelo menos seis meses. A duração média dos sintomas era de dez anos. Espectroscopia de prótons por ressonância magnética foi usada como método não-invasivo para determinar os níveis de ácido gama-aminobutírico.
O artigo Reduced brain Gaba in primary insomnia: Preliminary data from 4T Proton Magnetic Resonance Spectroscopy (1H-MRS), de John Winkelman e outros, pode ser lido por assinantes do Journal Sleep em www.journalsleep.org.
Mais informações sobre distúrbios do sono:
Centro de Estudos do Sono/Instituto do Sono (um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão da FAPESP): www.sono.org.br
Sleep Education: www.sleepeducation.com

Um comentário:

Luciana disse...

Vale aqui uma dica para quem tem insônia: tome leite morno com mel (1 colher de chá) e melado (1 colher de chá), antes de deitar.
Procure fechar os olhos e respirar pelo nariz de forma tranqüila,coloque suas mãos sob a barriga, e preste atenção à sua respiração. Se puder conte quantos números dura sua inspiração e expire a mesma contagem. O número que você contou (por exemplo 4) será o que fará agora: inspire até 4, retenha o ar até 4, expire até 4 e fique sem ar até 4.
BOA NOITE!