terça-feira, 26 de maio de 2009

Dai-me alguém para amar

Senhor, quando eu tiver fome,
Dai-me alguém que necessite de comida;
Quando tiver sede,
Dai-me alguém que precise de água;
Quando sentir frio,
Dai-me alguém que necessite de calor.

Quando tiver aborrecimento,
Dai-me alguém que necessite de consolo;
Quando minha cruz parecer pesada,
Deixai-me compartilhar a cruz do outro;
Quando me achar pobre,
Ponde a meu lado alguém necessitado.

Quando não tiver tempo,
Dai-me alguém que precise de alguns dos meus minutos,
Alguém que precisa ser ouvida;
Quando sofrer humilhação,
Dai-me a oportunidade de elogiar alguém;
Quando sentir desanimada,
Dai-me alguém para dar novo ânimo.

Quando precisar da compreensão dos outros,
Dai-me alguém que necessite da minha;
Quando precisar que cuidem de mim,
Dai-me alguém que tenha que atender;
Quando pensar em mim mesma,
Voltai minha atenção para outra pessoa;
Tornai-nos dignos Senhor, para servir nossos irmãos.

Madre Teresa de Calcutá

quarta-feira, 20 de maio de 2009

A complicada arte de ver

Ela entrou, deitou-se no divã e disse: "Acho que estou ficando louca". Eu fiquei em silêncio aguardando que ela me revelasse os sinais da sua loucura. "Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões, é uma alegria! Entretanto, faz uns dias, eu fui para a cozinha para fazer aquilo que já fizera centenas de vezes: cortar cebolas. Ato banal sem surpresas. Mas, cortada a cebola, eu olhei para ela e tive um susto. Percebi que nunca havia visto uma cebola. Aqueles anéis perfeitamente ajustados, a luz se refletindo neles: tive a impressão de estar vendo a rosácea de um vitral de catedral gótica. De repente, a cebola, de objeto a ser comido, se transformou em obra de arte para ser vista! E o pior é que o mesmo aconteceu quando cortei os tomates, os pimentões... Agora, tudo o que vejo me causa espanto."Ela se calou, esperando o meu diagnóstico. Eu me levantei, fui à estante de livros e de lá retirei as "Odes Elementales", de Pablo Neruda. Procurei a "Ode à Cebola" e lhe disse: "Essa perturbação ocular que a acometeu é comum entre os poetas. Veja o que Neruda disse de uma cebola igual àquela que lhe causou assombro: 'Rosa de água com escamas de cristal'. Não, você não está louca. Você ganhou olhos de poeta... Os poetas ensinam a ver".Ver é muito complicado. Isso é estranho porque os olhos, de todos os órgãos dos sentidos, são os de mais fácil compreensão científica. A sua física é idêntica à física óptica de uma máquina fotográfica: o objeto do lado de fora aparece refletido do lado de dentro. Mas existe algo na visão que não pertence à física.William Blake sabia disso e afirmou: "A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê". Sei disso por experiência própria. Quando vejo os ipês floridos, sinto-me como Moisés diante da sarça ardente: ali está uma epifania do sagrado. Mas uma mulher que vivia perto da minha casa decretou a morte de um ipê que florescia à frente de sua casa porque ele sujava o chão, dava muito trabalho para a sua vassoura. Seus olhos não viam a beleza. Só viam o lixo.Adélia Prado disse: "Deus de vez em quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra". Drummond viu uma pedra e não viu uma pedra. A pedra que ele viu virou poema.Há muitas pessoas de visão perfeita que nada vêem. "Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. Não basta abrir a janela para ver os campos e os rios", escreveu Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa. O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido. Nietzsche sabia disso e afirmou que a primeira tarefa da educação é ensinar a ver. O zen-budismo concorda, e toda a sua espiritualidade é uma busca da experiência chamada "satori", a abertura do "terceiro olho". Não sei se Cummings se inspirava no zen-budismo, mas o fato é que escreveu: "Agora os ouvidos dos meus ouvidos acordaram e agora os olhos dos meus olhos se abriram".Há um poema no Novo Testamento que relata a caminhada de dois discípulos na companhia de Jesus ressuscitado. Mas eles não o reconheciam. Reconheceram-no subitamente: ao partir do pão, "seus olhos se abriram". Vinícius de Moraes adota o mesmo mote em "Operário em Construção": "De forma que, certo dia, à mesa ao cortar o pão, o operário foi tomado de uma súbita emoção, ao constatar assombrado que tudo naquela mesa - garrafa, prato, facão - era ele quem fazia. Ele, um humilde operário, um operário em construção".A diferença se encontra no lugar onde os olhos são guardados. Se os olhos estão na caixa de ferramentas, eles são apenas ferramentas que usamos por sua função prática. Com eles vemos objetos, sinais luminosos, nomes de ruas _e ajustamos a nossa ação. O ver se subordina ao fazer. Isso é necessário. Mas é muito pobre. Os olhos não gozam... Mas, quando os olhos estão na caixa dos brinquedos, eles se transformam em órgãos de prazer: brincam com o que vêem, olham pelo prazer de olhar, querem fazer amor com o mundo.Os olhos que moram na caixa de ferramentas são os olhos dos adultos. Os olhos que moram na caixa dos brinquedos, das crianças. Para ter olhos brincalhões, é preciso ter as crianças por nossas mestras. Alberto Caeiro disse haver aprendido a arte de ver com um menininho, Jesus Cristo fugido do céu, tornado outra vez criança, eternamente: "A mim, ensinou-me tudo. Ensinou-me a olhar para as coisas. Aponta-me todas as coisas que há nas flores. Mostra-me como as pedras são engraçadas quando a gente as têm na mão e olha devagar para elas".Por isso _porque eu acho que a primeira função da educação é ensinar a ver_ eu gostaria de sugerir que se criasse um novo tipo de professor, um professor que nada teria a ensinar, mas que se dedicaria a apontar os assombros que crescem nos desvãos da banalidade cotidiana. Como o Jesus menino do poema de Caeiro. Sua missão seria partejar "olhos vagabundos"...
(Rubem Alves, 71, educador, escritor. Livros novos para crianças e adultos-crianças: "Os Três Reis" (Loyola) e "Caindo na Real: Cinderela e Chapeuzinho Vermelho para o Tempo Atual" (Papirus).Site: www.rubemalves.com.br )

terça-feira, 12 de maio de 2009

UMA LIÇÃO PARA LUMAGRI

Trechos interessantes de uma entrevista com Dra. Rita Levi-Montalcini, que com certeza ajudará muitas pessoas, como me ajudou! (Lumagri)

Dra. Rita Levi-Montalcini é Presidente Honorária da Associação Italiana de Esclerose Múltipla.
Tem hoje 98 anos, recebeu o Prêmio Nobel de Medicina há 21 anos, quando tinha 77!!! Ela nasceu em Turím, Itália, em 1909 e obteve o título de Medicina na especialidade de Neurocirurgia.
E como está seu cérebro?- Igual quando tinha 20 anos! Não noto diferença em ilusões nem em capacidade. Amanhã vôo para um congresso médico.
- Mas terá algum limite genético ?- Não. Meu cérebro vai ter um século... mas não conhece a senilidade... O corpo se enruga, não posso evitar, mas não o cérebro!
- Como você faz isso?- Possuímos grande plasticidade neural: ainda quando morrem neurônios, os que restam se reorganizam para manter as mesmas funções, mas para isso é conveniente estimulá-los!
- Ajude-me a fazê-lo.- Mantenha seu cérebro com ilusões, ativo, faça com que ele trabalhe e ele nunca se degenerará.
- E viverei mais anos?- Viverá melhor os anos que vive, é isso o interessante. A chave é: manter curiosidades, empenho, ter paixões....veja...não me refiro a paixões físicas especificamente...simplesmente tenha paixões.
- Que tem sido o melhor da sua vida?- Ajudar aos demais.
- O que você faria hoje se tivesse 20 anos?
- Mas eu estou fazendo!!!!
(ALGUÉM DISCORDA???)Lumagri

Emagrecimento seletivo

Um estudo feito por pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP) analisou a eficácia do ácido linoléico conjugado (CLA, na sigla em inglês), utilizado como suplemento alimentar em humanos devido ao seu efeito no emagrecimento e aumento de massa magra (músculo).
A pesquisa avaliou o efeito da suplementação com o CLA sobre a composição corporal, especialmente no acúmulo de tecido adiposo e de massa muscular, e sobre parâmetros sanguíneos em ratos. O trabalho, coordenado pela professora Jocelem Mastrodi Salgado, teve apoio da FAPESP na modalidade Auxílio a Pesquisa – Regular.
“Embora a maior parte dos estudos com humanos realizados no mundo sobre o tema ainda não seja conclusiva, podemos constatar que tem aumentado o consumo do CLA por atletas que buscam elevar a massa magra muscular, muitas vezes sem se preocupar com possíveis efeitos indesejáveis no organismo”, disse à Agência FAPESP.
“Devido ao escasso conhecimento científico que aponte os efeitos do CLA na conversão de tecido gorduroso em massa muscular, atletas têm feito uso do produto sem saber se as doses ingeridas causam riscos à saúde”, apontou Jocelem.
No Departamento de Agroindústria, Alimento e Nutrição da Esalq foram avaliados os efeitos de uma dieta contendo 0,5% de ácido linoléico conjugado em 64 ratos, sendo 32 fêmeas e 32 machos, divididos em grupos com atividades físicas e sedentários.
Foram analisadas variáveis como eficiência alimentar, ganho de peso, teor de gorduras, composição corpórea e biomarcadores sanguíneos como colesterol e triglicerídeos. Também foram feitos exames bioquímicos das fezes dos animais e a pesagem de órgãos como pulmão, coração e fígado.
A análise comparou ainda as diferenças e possíveis interações entre “sexo”, “dieta” e “situação”, sendo esta última condição empregada para distinguir os animais sedentários dos que praticaram exercício. Os ratos “atletas” foram submetidos a 40 minutos diários de atividade física em uma roda de exercícios automática, com velocidades de 10 a 15 metros por segundo.
“A suplementação de 0,5% de ácido linoléico conjugado auxiliou na diminuição de gordura corporal e apresentou aumento da massa magra apenas nas fêmeas submetidas às atividades físicas”, explicou Jocelem.
A porcentagem de 0,5% de CLA utilizada na dieta dos animais foi determinada com base na literatura científica disponível, uma vez que diversos autores obtiveram resultados satisfatórios em seus experimentos com a mesma quantidade de acido linoléico conjugado. CLA e sedentarismo
Segundo a pesquisa, a realização de atividade física entre os grupos de ratos suplementados com CLA foi responsável por uma redução de 15% na comparação com os grupos sedentários.
“Diferentemente do que é divulgado em propagandas de suplementos, o estudo mostra que a utilização do ácido linoléico conjugado pelos sedentários não contribui para a transformação de gordura em músculo. Isso ocorreu só nos grupos de animais que utilizaram o CLA e praticaram exercícios, principalmente as fêmeas”, explica Jocelem.
Os resultados demonstraram ainda que todos os animais que receberam dieta controle (comum) apresentaram níveis semelhantes de gordura visceral, tanto os que se exercitaram como os demais. Com relação aos alimentados com dieta contendo 0,5% de CLA, os primeiros tiveram um teor de gordura 28% menor do que os sedentários.
“Um dos motivos do uso de CLA ter sido mais significativo em fêmeas é que elas têm mais tecido gorduroso para ser transformado em tecido muscular, além de que nas fêmeas houve uma maior redução da lipogênese, a formação de novas células de gordura”, disse a professora da Esalq.
Os resultados apontam ainda que, entre os ratos de ambos os sexos, a suplementação com ácido linoléico conjugado influiu beneficamente nos teores de colesterol plasmático e matéria seca e mineral da carcaça dos animais.
“Os machos sedentários suplementados com CLA também apresentam maiores quantidades de gordura na carcaça, enquanto os animais atletas suplementados com CLA apresentam menores teores de gordura visceral”, disse.
Os resultados do trabalho de pesquisa, intitulado “Efeito da suplementação com ácido linoléico conjugado (CLA) comercial sobre a composição corporal, parâmetros sanguíneos e formação de ateromas em ratos” devem ser submetidos para publicação em revistas como o The Journal of Nutrition e o Journal of Medicinal Food.

(Agência FAPESP - Thiago Romero - 12/05/09)

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Comida demais

O que tem contribuído mais para a epidemia de obesidade: a ingestão excessiva de alimentos ou o sedentarismo? A questão vem sendo discutida há tempos, mas, segundo um estudo que acaba de ser divulgado, a culpa é principalmente do primeiro item.
A pesquisa foi apresentada na sexta-feira (8/5) no Congresso Europeu de Obesidade. Segundo o trabalho, feito por um grupo internacional, o aumento na obesidade nos Estados Unidos desde a década de 1970 se deve quase que completamente ao aumento na ingestão de calorias.
De acordo com a Associação Europeia para o Estudo da Obesidade, o estudo inova ao examinar a questão das contribuições proporcionais à epidemia de obesidade ao combinar relações metabólicas e dados epidemiológicos e agrícolas, entre outros.
“Há muitas sugestões de que tanto a redução da atividade física como o aumento na ingestão de calorias têm sido os principais vetores da obesidade. Mas, até agora, ninguém havia proposto como quantificar as contribuições relativas desses dois pontos”, disse Boyd Swinburn, diretor do Centro de Prevenção da Obesidade da Universidade Deakin, na Austrália, órgão que atua junto à Organização Mundial de Saúde.
“O novo estudo demonstra que o ganho de peso na população norte-americana parece ser explicado totalmente pela ingestão de mais calorias. Aparentemente, as mudanças nas frequências de atividades físicas têm um papel mínimo”, afirmou.
Os pesquisadores examinaram inicialmente 1.399 adultos e 963 crianças para determinar quantas calorias seus corpos queimam no total em circunstâncias normais.
Após obterem as taxas de queima de calorias de cada um dos voluntários, Swinburn e colegas calcularam quanto os adultos precisam comer de modo a que mantenham um peso estável e quanto as crianças necessitam para que estejam em uma curva de crescimento normal.
Em seguida, foi feita a análise de quanto os norte-americanos comem, por meio de dados nacionais da disponibilidade de alimentos (a quantidade de alimento produzida e importada menos o total exportado, desperdiçado e usado em animais ou em outras situações), desde a década de 1970.
A ideia era estimar qual seria o peso aproximado 30 anos depois levando em conta apenas a ingestão de alimentos. Para isso, também usaram dados de outro estudo nacional sobre o peso médio dos habitantes dos Estados Unidos.
“Se o aumento de peso real se mostrasse o mesmo que a estimativa havia apontado, isso implicaria que a ingestão de alimentos era a responsável. Se isso não ocorresse, significaria que mudanças na atividade física também tiveram papel importante”, disse Swinburn.
Os resultados mostraram que, em crianças, o peso estimado e o real eram exatamente o mesmo, indicando que o consumo calórico sozinho poderia explicar o aumento de peso médio observado no período.
“Para os adultos, estimamos que eles estariam em média 10,8 quilos mais pesados, mas o aumento ficou em 8,6 quilos. Isso sugere que o excesso na ingestão de alimentos ainda explica o ganho de peso, mas que houve melhorias na atividade física nesses 30 anos que evitaram um crescimento ainda maior”, afirmou.
Segundo Swinburn, para que o peso médio retorne aos valores da década de 1970, seria preciso diminuir a ingestão calórica em cerca de 350 calorias por dia para crianças e em 500 calorias (um sanduíche grande) para adultos.
“Uma alternativa para atingir resultados semelhantes seria aumentar a atividade física em 150 minutos por dia para crianças e 110 para adultos. Realisticamente, embora a combinação dos dois fatores seja o ideal, o foco deve estar principalmente na redução da ingestão calórica”, disse.
O pesquisador enfatiza que a atividade física não pode ser ignorada como um importante fator para auxiliar na redução da obesidade e que deve continuar a ser promovida por conta de diversos outros benefícios à saúde
Entretanto, Swinburn destaca que as expectativas em relação ao que pode ser atingido por meio de exercícios devem ser diminuídas e as políticas públicas de saúde precisam ser dirigidas mais no sentido de encorajar a população a comer menos.
(Divulgação Científica - FAPESP - 11/05/2009).

Doença de Parkinson e Psicodrama

A doença de Parkinson (DP) é crônica e neurodegenerativa. Seu avanço produz alterações físicas, cognitivas, emocionais, comportamentais, sociais e relacionais na vida do paciente e de seus familiares, comprometendo-lhes a qualidade de vida. Classificada como distúrbio de movimento, apresenta como sintomas principais tremor, rigidez, alteração do reflexo postural e bradicinesia (lentidão dos movimentos). É controlada através de medicação, como a levodopa, e não tem cura. O desenvolvimento da doença, que ocorre de forma lenta ou rápida, pode avançar em cinco estágios de gravidade: o acometimento unilateral que atinge um lado do cérebro; o posterior comprometimento bilateral; alterações no reflexo postural; quedas frequentes e dependência do paciente; e, finalmente, o paciente acamado ou na cadeira de rodas.
Pesquisa realizada pela psicóloga Erika Sproesser Cardoso, orientada pelas professoras Elisabete Abib Pedroso de Souza e Elizabeth Quagliato, respectivamente psicóloga e neurologista, do Departamento de Neurologia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, aborda mudanças psicossociais provocadas por essa doença crônica, enfatizando os aspectos relacionais familiares, escassos na literatura correspondente, principalmente quanto à abordagem socioeconômica, lembram as pesquisadoras. A socionomia, além da vida intrapsíquica do indivíduo, explora as relações interpessoais, investigando o homem em relação com o outro, ou seja, os vínculos, através de técnicas psicodramáticas.
A idéia de uma avaliação mais profunda das relações familiares através de tese de doutorado surgiu no decorrer dos atendimentos assistenciais de Erika no Ambulatório de Psicologia Aplicada à Neurologia. A pesquisadora constatou que, além do impacto que a doença causa na vida do paciente em relação às limitações físicas, às alterações emocionais e comportamentais, leva a mudanças nas relações familiares, modificando a rotina diária e os papéis sociais das pessoas envolvidas.
(JORNAL da UNICAMP - Carmo Gallo Netto)
Maiores informações, leia: http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/maio2009/ju427_pag04.php#