quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Cérebros favoráveis à depressão

Divulgação Científica - 26/1/2010 -Agência FAPESP
Quais são as características moleculares que fazem com que o cérebro de uma pessoa seja mais suscetível à ansiedade e à depressão e menos propenso a responder ao tratamento com medicamentos?
Um novo estudo, publicado pela revista Neuron, tenta responder à questão e abrir novos caminhos para o desenvolvimento de estratégias mais eficientes para o tratamento da depressão, um dos principais problemas de saúde pública em todo o mundo.
Embora mecanismos cerebrais associados com a depressão e com a ansiedade não sejam totalmente conhecidos, pesquisas recentes têm indicado o papel em distúrbios depressivos de uma combinação de eventos estressantes com fatores biológicos predispostos.
Os medicamentos antidepressivos mais populares, com os inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS), funcionam ao aumentar os níveis do neurotransmissor serotonina no cérebro.
“Infelizmente, mais da metade de todos os pacientes com depressão não responde ao primeiro tratamento medicamentoso. Por conta disso, é fundamental tentar esclarecer a natureza exata tanto dos fatores de predisposição da depressão como dos mecanismos por trás da resistência ao tratamento”, disse René Hen, da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, principal autor da nova pesquisa.
Estudos anteriores em humanos indicaram que a regulação de receptores de serotonina pode estar relacionada com a depressão e com a resposta ao uso de antidepressivos.
Os receptores 5-HT1A são encontrados em neurônios de serotonina, nos quais inibem a liberação da molécula neurotransmissora, e em áreas específicas que recebem a inervação serotonérgica, os heterorreceptores.
Segundo os autores do estudo, os autorreceptores são críticos para estabelecer o “tom serotonérgico” no cérebro. Uma alteração genética que pode regular os níveis dos receptores 5-HT1A foi relacionada à suscetibilidade à depressão e à diminuição na resposta a tratamentos medicamentosos.
Hen e colegas desenvolveram um novo sistema por meio do qual se pode manipular especificamente autorreceptores sem alterar os heterorreceptores.
Em testes, camundongos com níveis mais altos de autorreceptores exibiram uma resposta psicológica abrupta ao estresse agudo, tiveram mais problemas de comportamento e não apresentaram resposta comportamental ao tratamento com antidepressivos. Quando os níveis do autorreceptor 5-HT1A foram reduzidos antes da terapia antidepressiva, os animais passaram a responder ao tratamento.
O artigo 5-HT1A Autoreceptor Levels Determine Vulnerability to Stress and Response to Antidepressants p40 (10.1016/j.neuron.2009.12.003), de René Hen e outros, pode ser lido por assinantes da Neuron em www.cell.com/neuron/abstract/S0896-6273(09)00980-5.

Nutrientes em hortaliças sob medida

26 /1/2010 - Por Fábio Reynol - Agência FAPESP
Um estudo realizado no campus de Jaboticabal da Universidade Estadual Paulista (Unesp) pode gerar economia e evitar desperdícios na produção de hortaliças por meio do método de hidroponia.
A equipe do professor Renato de Mello Prado, da Faculdade de Ciências Agrárias da Unesp, analisou a absorção de 16 nutrientes em quatro tipos de hortaliças: beterraba, couve-flor, repolho e tomate. O trabalho contou com o apoio da FAPESP na modalidade Auxílio à Pesquisa - Regular.
O estudo conseguiu estimar a quantidade de cada nutriente de que essas espécies necessitam para o seu desenvolvimento. Esses dados são particularmente importantes para o sistema de cultivo hidropônico, no qual a planta é isolada do solo e tem que receber nutrientes através de uma solução colocada no vaso.
O trabalho se destacou por ter analisado todos os nutrientes de que as plantas necessitam, incluindo os absorvidos em maior quantidade, chamados de macronutrientes, como nitrogênio, fósforo e potássio, por exemplo, e também os micronutrientes como ferro, manganês e boro.
Além desses, a equipe também avaliou a absorção dos elementos que não fazem parte da solução nutritiva, pois estão presentes na água e no ar: o carbono, o hidrogênio e o oxigênio. “A maioria dos estudos limita-se a avaliar a resposta pontual das hortaliças a um elemento isolado”, comenta Prado.
De acordo com a pesquisa, o elemento mais desperdiçado pelos agricultores hidropônicos é o nitrogênio. O trabalho revelou que se costuma empregar nas produções uma quantidade entre 30% e 40% maior que a necessária para o desenvolvimento dos vegetais.
Eliminar desperdícios
“O nosso objetivo foi justamente identificar a exigência da planta para só colocar a quantidade de que ela precisa, evitando perdas”, esclarece o professor, que salienta que o excesso acaba contaminando o meio ambiente além de representar desperdício de dinheiro e, às vezes, de recursos não renováveis.
Todo o processo envolveu genótipos novos, de acordo com Prado. Esse detalhe é importante porque o melhoramento genético e até a eficiência nutricional acabam mudando as características genéticas dos vegetais ao longo do tempo. As plantas cultivadas atualmente são geneticamente diferentes de suas antecessoras e conseguem, por exemplo, desenvolver folhas e frutos maiores consumindo a mesma quantidade de nutrientes.
Ao aferir a quantidade exata de cada nutriente, o trabalho da Unesp ajuda a aumentar a eficiência da cultura hidropônica, que, apesar de ser mais cara que a plantação no solo, apresenta vantagens importantes. Os vegetais ficam livres de pragas e doenças provenientes do solo e a produtividade costuma ser maior, compensando assim, segundo Prado, os custos mais elevados.
“Além disso, como são menos sujeitas a ataques de pragas, as hortaliças recebem doses bem menores de defensivos agrícolas, o que aumenta a qualidade do produto e ainda reduz custos”, salienta o pesquisador. Ele afirma ainda que o investimento inicial das culturas hidropônicas acaba se diluindo com o passar do tempo.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Rapidez no aprendizado

Divulgação Científica -22/1/2010 -Agência FAPESP

Um estudo feito por um grupo de pesquisadores norte-americanos indicou que o desempenho em uma determinada atividade pode ser previsto por meio da medição do volume de estruturas específicas no cérebro.
A pesquisa, cujos resultados foram publicados nesta quarta-feira (20/1) na revista Cerebral Cortex, verificou que cerca de 25% na variação na performance, em homens e mulheres treinados em um jogo eletrônico, pode ser estimada pela medição do volume de três estruturas no cérebro.
O estudo reforça que partes específicas do estriado, um conjunto de tecidos contido no interior do córtex cerebral, influenciam profundamente a capacidade do indivíduo em refinar suas habilidades motoras, aprender novos procedimentos, desenvolver estratégias úteis e adaptar-se a um ambiente que muda constantamente.
“Esta é a primeira vez que conseguimos pegar uma atividade do mundo real, no caso o videogame, e mostrar que o tamanho de regiões específicas no cérebro é preditivo em relação à performance e ao aprendizado nessas circunstâncias”, disse Kirk Erickson, professor de psicologia da Universidade de Pittsburgh e primeiro autor do estudo que foi conduzido na Universidade de Illinois.
Trabalhos anteriores indicaram que jogadores experientes superaram iniciantes em diversas medidas de atenção e de percepção, não relacionadas a videogames. Entretanto, outros estudos apontaram que treinar pessoas que nunca jogaram em games não resultou em benefícios cognitivos mensuráveis.
Em análises feitas em animais, Erickson e colegas se detiveram em três estruturas cerebrais: o núcleo caudado e o putâmen, no estriado dorsal, e o núcleo acumbens, no estriado ventral.
Os dois primeiros estão ligados ao aprendizado motor e também são importantes para a flexibilidade cognitiva que permite a mudança rápida entre tarefas diferentes. O núcleo acumbens processa emoções relacionadas a recompensas e punições.
“Observamos que o estriado é um tipo de máquina de aprendizagem, que se ativa durante a formação de hábitos e na aquisição de habilidades. Como isso ocorreu em animais, fazia sentido explorar se o estriado também poderia estar relacionado ao aprendizado em humanos”, disse Ann Graybiel, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, outro autor do estudo.
Na segunda parte da pesquisa, o grupo examinou os tamanhos das três regiões cerebrais em questão em 39 adultos saudáveis por meio de exames de ressonância magnética. Os voluntários, com idades entre 18 e 28 anos, tinham jogado menos de três horas por semana de videogame nos dois anos anteriores. Os volumes das regiões analisadas foram comparados com os do cérebro como um todo.
Os participantes foram treinados em uma de duas versões do jogo Space Fortress, desenvolvido na Universidade de Illinois. O game exige que os participantes tentem destruir uma fortaleza sem perder sua própria nave para diversos tipos de perigos.
Metade dos participantes teve como tarefa aumentar o número de pontos obtido enquanto prestava atenção aos diversos componentes do game. Os outros tiveram que mudar de prioridade de tempos em tempos, aumentando a habilidade em uma área durante um período de tempo enquanto continuavam a melhorar a performance em outras tarefas.
“A abordagem do segundo grupo, chamada de ‘treinamento de prioridade variável’, estimula o tipo de flexibilidade na tomada de decisão que é exigida comumente no cotidiano”, disse Erickson.
Os pesquisadores observaram que os jogadores que tinham maiores núcleos acumbens se saíram melhor do que os demais nas primeiras fases do período de treinamento, independentemente da tarefa. Segundo eles, o senso de realização e a consequente recompensa emocional é maior nas primeiras fases do aprendizado.
Os voluntários com maiores núcleos caudado e putâmen se saíram melhor no treinamento de prioridade variável. “Essas duas regiões estão implicadas no aprendizado de novas habilidades. E aqueles em que essas estruturas eram maiores aprenderam mais rapidamente e também aprenderam mais do que os demais durante o período”, disse.
Segundo os autores, a pesquisa mostra características importantes sobre o funcionamento do cérebro durante o aprendizado de uma nova tarefa. “Podemos usar tais informações de modo a prever quem irá aprender determinada tarefa mais rapidamente, o que teria implicações importantes em diversas áreas”, disse Erickson.
O artigo Striatal Volume Predicts Level of Video Game Skill Acquisition (DOI:10.1093/cercor/bhp293), de Eudald Carbonell, do Instituto Catalão de Paleoecologia Humana e Evolução Social, e outros, pode ser lido por assinantes da Cerebral Cortex em http://cercor.oxfordjournals.org.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Da Carolina para Mim!

Mãe: Você merece,fez com que seu ano e sua vida tomassem um rumo diferente. De fato você torna-se a dona da sua própria história.Pela primeira vez te sinto agente da sua própria vida.Não foi fácil,né?Mas você experimentou conscientemente e só vem colhendo frutos bons!Isso tudo sempre esteve aí,latente,cochilando,desde sempre.Agora você estava preparada!Fez sentido tirar toda a poeira de baixo do tapete.E eu só tenho a te agradecer por isso.Pela pessoa que você se mostra,nua,só coração.Por nove meses fomos uma.Agora somos duas,livres.Mas livres e unidas pela vida,pela cabeça e pelo coração como uma só.Bem grande!Novamente,obrigada.Fui muito sortuda em ter o privilégio de nascer por você e com você.Presentão!!!!!!!Que seu 2010 seja só dias ensolarados,e se algum deles teimar em ser cinza te peço pra não parar de remar!te ver remando me faz querer remar também!TE AMO,MÃE!
A propósito,você e a Fabiana preenchem a minha vida!Mais do que qualquer coisa!E tanto, que sinto que posso explodir a qualquer momento de tão preenchida.Mas não tem problema,depois a gente junta os pedacinhos e enche outra vez.
(Carolina em 31/12/09)

Câncer e Alzheimer

Divulgação Científica - 4/1/2010 - Agência FAPESP

Pessoas com doença de Alzheimer podem ter menos risco de desenvolver câncer. E pacientes com câncer teriam chances menores de desenvolver Alzheimer. A relação entra as doenças foi descrita em artigo publicado no site da revista Neurology, publicação da Academia Norte-Americana de Neurologia.
“Descobrir as ligações entre essas duas condições poderá nos ajudar a compreendê-las melhor e a abrir novas avenidas para possíveis tratamentos”, disse Catherine Roe, da Escola de Medicina da Universidade Washington em Saint Louis, um dos autores do estudo.
Os pesquisadores analisaram 3.020 pacientes com mais de 65 anos que foram acompanhados por uma média de cinco anos cada um de modo a verificar se desenvolviam demência e por uma média de oito anos para observar o desenvolvimento de tumores.
No início do estudo, 164 pessoas (5,4%) estavam diagnosticadas com Alzheimer e 522 (17,3%) com câncer. Durante a pesquisa, 478 pessoas desenvolveram demência, característica associada à doença de Alzheimer, e em 378 houve nova manifestação de câncer invasivo.
De acordo com o estudo, para aqueles que tinham Alzheimer no início da pesquisa, o risco de desenvolver câncer foi reduzido em 69% em comparação com aqueles que não tinham Alzheimer.
Para indivíduos caucasianos que tinham câncer no começo do estudo, o risco de desenvolver Alzheimer foi reduzido em 43% em relação àqueles que não tinham diagnóstico de câncer. Os resultados, segundo os pesquisadores, não foram evidentes para grupos minoritários.

Por que a luz piora a enxaqueca

Divulgação Científica -11/1/2010 - Agência FAPESP

É comum para quem sofre de enxaqueca a vontade de, ao ter um ataque, querer se refugiar em um quarto silencioso e escuro. Embora há tempos se saiba que a luz piora o quadro dessa cefaleia, os motivos por que isso ocorre são desconhecidos.
Agora, um grupo de cientistas nos Estados Unidos identificou um mecanismo que ocorre na sensibilidade à luz durante as crises de enxaqueca tanto em pessoas com visão normal como em deficientes visuais.
Os resultados da pesquisa, divulgados neste domingo (10/1) na edição on-line da revista Nature Neuroscience, ajudam a compreender melhor os mecanismos por trás do problema ainda sem cura e que atinge milhões de pessoas em todo o mundo.
De acordo com o estudo, cerca de 85% dos indivíduos com enxaqueca são extremamente sensíveis à luz. A fotofobia faz com que muitos evitem atividades como dirigir ou até mesmo ler e trabalhar. “Alguns pacientes chegam até mesmo a usar óculos escuros durante à noite”, disse um dos autores do estudo, Rami Burstein, professor do Beth Israel Deaconess Medical Center (BIDMC) e da Escola Médica Harvard.
Foi a constatação de que a fotofobia atinge, entre os pacientes com enxaqueca, até mesmo as pessoas cegas que levou o grupo a investigar a hipótese de que os sinais transmitidos pela retina por meio dos nervos ópticos intensificariam as dores.
Os pesquisadores examinaram dois grupos de deficientes visuais que sofriam de enxaqueca. Os voluntários no primeiro grupo eram totalmente cegos devido a doenças como câncer na retina ou glaucoma. Como eles não eram capazes de ver imagens ou de perceber luz, tinham dificuldade de manter ciclos normais de sono.
O segundo grupo era formado por deficientes visuais devido a doenças degenerativas como retinite pigmentosa. Embora não fossem capazes de perceber imagens, podiam detectar a presença de luz e manter ritmos normais de dormir e ficar acordado.
“Enquanto os pacientes no primeiro grupo não experimentaram piora em suas dores de cabeça a partir da exposição à luz, os do segundo grupo tiveram uma intensificação nas dores, particularmente na exposição à luz nos comprimentos de onda azul e cinza”, disse Burstein.
“Isso indicou que o mecanismo da fotofobia deveria envolver o nervo óptico, porque em indivíduos totalmente cegos esse nervo não transporta os sinais luminosos até o cérebro”, afirmou.
Os cientistas levaram os resultados ao laboratório, onde realizaram uma série de experimentos em modelos animais da enxaqueca. Após injetarem melanopsinas (fotopigmentos) nos olhos de ratos, eles traçaram o caminho dos sinais pelos nervos ópticos até o cérebro, onde descobriram um grupo de neurônios que se tornaram eletricamente ativos durante as crises de enxaqueca.
“Quando pequenos eletrodos foram inseridos nesses ‘neurônios da enxaqueca’ descobrimos que a luz estava disparando um fluxo de sinais elétricos que estava convergindo nas melanopsinas. Isso aumentava a sua atividade em segundos”, disse Burstein.
Mesmo quando a luz era apagada, os neurônios permaneciam ativos. “Isso ajuda a explicar por que pacientes contam que suas crise se intensificam segundos após a exposição à luz e melhoram de 20 a 30 minutos depois que passam para ambientes escuros”, disse.
Para os autores do estudo, a descoberta fornece novas rotas para abordar o problema da fotofobia em portadores de enxaqueca. “Clinicamente, a pesquisa monta um cenário para identificar maneiras de bloquear o caminho da dor de modo que os pacientes possam suportar a luz sem desconforto”, apontou.
O artigo A neural mechanism for exacerbation of headache by light (DOI: 10.1038/nn.2475), de Rami Burstein e outros, pode ser lido por assinantes da Nature Neuroscience em www.nature.com/neuro.

Como não fazer um artigo

Agência FAPESP - 8/1/2010- Fábio de Castro


Os fundamentos da redação científica tiveram importantes transformações nos últimos anos, mas essas mudanças ainda não foram integralmente assimiladas por grande parte dos pesquisadores, que reproduzem – e muitas vezes ensinam – equívocos teóricos e conceituais que podem até mesmo retardar o avanço da ciência.
Essa é a opinião de Gilson Volpato, professor do Departamento de Fisiologia do Instituto de Biociências de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (Unesp), que em seu novo livro, Pérolas da redação científica, analisa criticamente 101 equívocos comuns – ou “pérolas”.
Volpato vem apresentando pelo país cursos sobre redação científica e publicou outros cinco livros sobre o assunto, sendo o mais recente desses Bases teóricas da redação científica ... por que seu artigo foi negado, lançado em 2007.
“Apresento quase um curso por semana sobre o tema, procurando ajudar pesquisadores a conseguir publicações em revistas internacionais de alto nível. Mas também há muitos que, de forma involuntária, têm feito o serviço contrário. Desenvolveu-se, no Brasil, uma cultura de publicação equivocada. Boa parte dos artigos nacionais, mesmo com tradução correta, será recusada em revistas importantes, por terem equívocos conceituais”, disse à Agência FAPESP.
Com a experiência acumulada nos cursos e em seu convívio com o meio acadêmico, Volpato decidiu produzir um inventário dos principais equívocos da redação cientifica. “A ideia foi abordar os erros mais gritantes. O resultado foi essa coleção de ‘pérolas’ da cultura nacional de publicação”, disse.
Na obra, o autor analisa os equívocos, faz conjecturas sobre suas origens, discute suas consequências na prática e oferece correções com base nos padrões internacionais de produção científica.
Segundo ele, os conceitos de comunicação no setor sofreram grande mudança a partir da década de 1990, que se acentuou ainda mais nos últimos dez anos, em parte por causa do advento da internet.
“Muitos pesquisadores cometem equívocos e alegam que estão apenas seguindo os procedimentos adotados por seus orientadores há 30 anos. Mas as coisas mudaram e a comunicação científica evoluiu. Os leitores vão se surpreender, pois muitas das pérolas descritas no livro irão corresponder exatamente ao que eles continuam ouvindo de seus orientadores”, afirmou.
A internet, segundo Volpato, subverteu a lógica das revistas científicas, causando impacto nas necessidades e objetivos dos artigos. “Antes o veículo era o foco. O assinante recebia uma determinada revista científica e ali entrava em contato com diversos artigos. Hoje ocorre o inverso. A pessoa faz uma busca por palavras-chave na internet e chega ao artigo diretamente. Eventualmente, o cientista fica conhecendo a revista por meio do artigo e não o contrário”, disse.
Se antes da internet o leitor precisava ir em busca dos autores, hoje os autores procuram chegar aos leitores. “Antigamente o leitor precisava ir heroicamente atrás dos poucos artigos disponíveis. Mas agora ele precisa fazer uma triagem dos milhares de artigos a que tem acesso. Com isso, a necessidade de se fazer uma comunicação eficiente é muito mais importante – e esse fato está mudando a estrutura dos artigos”, declarou.
Nessa nova lógica, os velhos hábitos de redação científica se transformam em “pérolas” recorrentes, segundo Volpato. Um dos equívocos, por exemplo, é acreditar que o número de referências bibliográficas implica qualidade científica. Outro, consiste em achar que todos os dados coletados no projeto devem fazer parte do texto.
“Vemos equívocos de todos os níveis. Um exemplo é achar que estudos quantitativos são mais robustos que os qualitativos. Outro é acreditar que a redação cientifica exige regras rígidas de estilo – ou que a voz passiva é característica do inglês científico. Achar que o título deve conter, necessariamente, o nome da espécie de estudo. Há também pérolas que são fruto do conservadorismo, como sustentar que introdução e justificativa são itens separados. Ou achar que revistas eletrônicas têm menos prestígio que as impressas”, destacou. Textos em inglês
Para Volpato, a globalização das revistas científicas de alcance internacional está nivelando as publicações por cima. Essa consequência positiva, entretanto, deverá forçar também para cima o nível de exigência para aceitação dos artigos.
“A maioria das revistas brasileiras, mesmo as que estão na base ISI, é citada apenas por brasileiros. Poucas são, de fato, internacionais e temos que melhorar nosso nível. O primeiro passo, claro, é que a publicação seja em inglês. Temos que compreender que o fato de uma publicação ter alcance internacional tem uma consequência benéfica para a ciência: a seleção dos artigos é feita por pessoas de várias culturas e isso representa um crivo crítico de maior qualidade”, afirmou.
O livro, de acordo com Volpato, é direcionado para a redação científica em geral, incluindo todas as áreas das ciências biológicas, ciências da vida, humanas e exatas.
“O foco está no que chamamos de ciência empírica – que é aquela ciência que precisa de dados para ter conclusões. Portanto, não se aplica muito bem à filosofia, por exemplo. Mas poderá ser utilizado pela maior parte dos pesquisadores das outras áreas”, disse.
Pérolas da redação científica
Autor: Gilson Volpato
Lançamento: 2010
Preço: R$ 36
Mais informações: www.bestwriting.com.br

domingo, 10 de janeiro de 2010

Falando sobre CONSTELAÇÃO...

Caros amigos:
Quem quiser saber sobre CONSTELAÇÃO FAMILIAR, método que me ajudou VER EU MESMA, e depois VER familiares que nem sequer eu conhecia, leiam neste Blog, mes de fevereiro de 2009.

Lembrem-se: primeiro é preciso amar, perdoar e ter um NOVO OLHAR sobre TUDO!

domingo, 3 de janeiro de 2010

Pedindo a Deus: A lição da floresta

Havia uma fonte em uma floresta.
Esta fonte não tinha minadouro muito forte
E certo dia a fonte teve um sonho:
Que bom seria se eu pudesse crescer até a borda para que os pássaros bebessem em mim, os animais sorvessem e quem sabe algum viajante sedento também pudesse nutrir-se dessedentando-se...
DEUS ouviu. Choveu, a fonte cresceu e veio até à borda. Os animais começaram a usá-la, as aves e alguns viandantes.
A fonte ficou tão entusiasmada que disse: Ah! Que bom seria se eu me transformasse num córrego, num regato. Eu iria irrigar as raízes das árvores e abençoar terras áridas...
E DEUS por misericórdia, permitiu através da chuva que a fonte transbordasse dando origem a um regato.
E quando o regato começou a lamber as raízes de árvores ressequidas que agora se renovavam, entusiasmou-se e disse: Ah! Eu gostaria tanto de ser um rio para alcançar o mar...
E DEUS que é sempre generosidade absoluta, fez que chovesse. O regato cresceu, as águas avolumaram-se aproveitando a sinuosidade do solo e as diferenças de níveis, o regato transformou-se num rio.
Repentinamente ele entrou por uma garganta que não tinha saída. Havia muitas escorias pedras, paus, e, o rio ficou próximo do mar, mas não o alcançou. Ele começou a dizer: Meu Deus, eu gostaria tanto de chegar ao mar, mas tantos impedimentos...
Então DEUS que é toda misericórdia, fez que chovesse, e o rio continuou crescendo, crescendo, crescendo, até que um dia ele vai transpor o obstáculo maior e vai diretamente ao oceano.
Assim a tua história, se tu pretendes o Oceano Divino, que nenhum impedimento te dificulte a marcha!
Permanece.
Se há escórios, se há impedimentos e obstáculos, silencia. Cresce na vertical, e, um dia tu transporás esses obstáculos porque o Oceano do Amor Divino à fatalidade que nos aguarda.
(Extraído do DVD: As vidas de Joanna de Angelis, por Divaldo Pereira Franco).