quarta-feira, 15 de outubro de 2014

DIA DOS PROFESSORES


Acordei essa noite passada, e imediatamente lembrei-me dos meus Professores, voltei à infância e cheguei à idade atual.

Muitos devem ter partido, muitos aposentaram e outros ainda estão trabalhando.

Lembro-me com muito carinho de todos, alguns ainda sei o sobrenome, porque eu tinha tantas dificuldades que foram sanadas pelo carinho e persistência deles...

Quantas vezes eu cheguei na Escola desesperada, desamparada, angustiada, triste, e como num passe de mágica o professor (a) me fazia sentir gente! Quer seja me ensinando a História do mundo ou do Brasil, me mostrando na Geografia os caminhos da natureza, e conforme iam me mostrando os números da Matemática e as letras no Português, Literatura e Línguas, eu ia crescendo...  Entendia o que acontecia no meu corpo quando na Biologia e na Química, a beleza das plantas na Botânica, e  grandes encontros na Física...

Que saudades de todos eles!!!!!!

Grandes almas que me fizeram gente!

Tornei-me adulta, muito de mim tem eles, todos sem exceção de quem quer que seja! Minhas células que não morrem nunca (as da alma) guardam suas palavras, gestos e olhares. Até mesmo as broncas e dissabores (que confesso foram poucos ao longo de décadas...) tenho-as comigo, lembrando que com isso me mostravam que também eram humanos.

Alguns passaram pelo meu caminho apenas ensinando o que continha nos livros, e outros me fizeram viver os livros, mas todos me fizeram ver o mundo sob outro prisma!

Neste Dia dos Professores eu quero fazer um pedido especial a Deus: que dê a todos os professores que de uma forma ou de outra fazem da vida dos seus alunos uma batalha de amor contra o inimigo oculto que se chama ignorância!

Parabéns Professor, Professora, que dá de você aquilo que melhor pode para alguém tão carente de tudo, e faz dessa pessoa carente um ser humano melhor, mais culto, mais gente!

Meu carinho e minha gratidão imortal a todos que fazem de mim essa que estou aqui na Terra: alguém que reconhecesse na figura do Professor e da Professora alguém que junto aos nossos pais, forma todos nós!
Luciana Di Pietro Magri

 

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Nossos ídolos ainda são os mesmos e as aparências não enganam, não

CADERNO DE REDAÇÕES PUC CAMPINAS- PROCESSO SELETIVO 2014


REDAÇÃO 15
Nossos ídolos ainda são os mesmos e as aparências
não enganam, não
Carolina Di Pietro Magri
Certo dia, a caminho do consultório, me envolvi em uma daquelas
situações improváveis de serem esquecidas. Foi só um sinal vermelho, mas um
sinal vermelho memorável.
Sempre gostei de som alto. Não importa a música, eu gosto de sentir
meu corpo vibrando a cada nota e meus pelos se arrepiando a cada solo de
guitarra. E como levo comigo o ditado “musica boa não envelhece”, naquele
dia meus ouvidos vibravam ao som de “Além do horizonte”, de Roberto Carlos,
regravada por uma banda bem mais jovem que o Rei.
Na minha parte favorita, aumentei o som do carro até o último volume,
como se, assim, o mundo todo pudesse sentir também os mesmos arrepios.
Levei uma buzinada. Duas. Três. Ao abrir o vidro do passageiro, pude ver um
senhor grisalho, magro, de olhos bem azuis e testa alta gritando: “Tá surdo, ô
garoto!”, enquanto levava, de maneira brutal, a mão à buzina.
Meio surpreso e um tanto envergonhado, reduzi o volume.
– Poxa, meu Senhor, o Senhor me perdoe, mas, aqui no meu carro, o
meu ouvido escuta o que eu quiser – respondi ao velho que, agora, com as
bochechas vermelhas de ódio, urrava.
– Seu ouvido? Seu ouvido? Eu tô cheio de gente como você me acordar
aos pulos, no meio da madrugada, com essas músicas loucas no último volume!
Esta rua já está parecendo essas festas de vocês, essas baladas! Retrucou o
velho.
Nesse momento, da janela de um sobrado, bem ao lado de onde
nossos carros estavam emparelhados, uma senhora de pijama e de aparência
muito conservada gritou em alto e bom tom:
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– Arli, deixa de besteira, homem! Tá parecendo doido gritando por aí
com gente que nem conhece! Deixa o rapaz em paz e larga mão dessa
hipocrisia! Na idade dele você também ouvia Roberto Carlos no último volume
do toca-fitas e ai! de quem falasse alguma coisa!
Nesse momento, duas moças que atravessavam a rua exclamaram,
rindo muito:
– É isso aí, minha senhora! Bota o velho no lugar!
Não deu para esconder o riso. Nem um ciclista, ao lado, segurou as
gargalhadas, tendo até que se apoiar no meu carro.
– Esse povo tá maluco, disse a mim mesmo e concordei com a cabeça.
Um guarda civil que passava por ali se aproximou e perguntou ao velho:
– É ocorrência, senhor? É ocorrência de furto aqui no farol? Perguntou
ao velho.
– Antes fosse, seu guarda! É esse rapaz atrevido e a louca da minha
mulher que adora acabar comigo na frente de todo mundo! Ele respondeu.
– Oh, rapaz, tá incomodando esse senhor? Encosta esse carro, ordenou
o guarda, dirigindo-se a mim.
– Era só por causa do som do meu carro, seu guarda. Não fiz nada com
ele. Tô indo trabalhar! Respondi um pouco tenso.
Para meu alívio, o farol ficou verde. Rapidamente, fechei os vidros e
acelerei o carro, querendo me ver livre daquela situação embaraçosa.
Mas este mundo dá voltas e a vida vive nos surpreendendo!
Cheguei ao consultório e minha secretária organizou as fichas dos
pacientes do dia e colocou-as sobre a minha mesa. Pedi a ela que chamasse
o primeiro paciente a ser atendido naquela manhã.
– Só me faltava essa! Você!?... O garoto da música doida, é o Dr. Carlos!?
Com essa idade? E já é ortopedista?
– O melhor da região, felizmente! Seu Arli, né? Veja o senhor como é que
fomos nos conhecer! Respondi alegre, com uma sensação de vingança
daquelas que só sentimos em momentos muito particulares na vida.
– É... é... Olha, Doutor, não me leve a mal não, eu sou esquentado
mesmo. É que música alta me deixa doido de raiva!
– Fique tranquilo, seu Arli; vamos recomeçar do zero. Esqueça isso.
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A consulta continuou. Muitas outras se seguiram. Seu Arli, hoje, é um de
meus pacientes mais queridos. Lembramos daquele farol vermelho com muitas
gargalhadas. Quando paro para pensar, agradeço por não ser otorrino e
tenho a certeza de que somos os mesmos e vivemos, sim, como os pais, velhos
e avós viviam: ouvindo o Rei ou suas versões moderninhas, em CD ou Fita
Cassete.


REDAÇÃO 15 – ESTUDO CRÍTICO
Cumprindo as solicitações da proposta, a redação principia com um
entrevero na rua entre dois motoristas, um senhor de idade e um rapaz, em
razão da altura excessiva do som saído do carro do rapaz.
Entretanto o candidato optou por uma abordagem meio cômica
quando, sem tirar a razão do senhor de idade de reclamar da intensidade do
som, ao mesmo tempo envereda por um caminho mais suave, porque exime
de culpa o rapaz que produzira o som no último volume, pois este não fora
movido por uma intenção de agredir com o excesso de som tampouco por
ostentação. Ao contrário, ao aumentar o volume do som, sua intenção era
partilhar solidariamente a sensação de intenso prazer, inclusive físico, que a
música lhe proporcionava – “Na minha parte favorita, aumentei o som do
carro até o último volume, como se, assim, o mundo todo pudesse sentir também
os mesmos arrepios”.
Inversamente, porém, ao que pretendia, o que recebeu
em troca do carro vizinho foram três buzinadas e uma pergunta agressiva: “Tá
surdo, ô garoto?”.
O jovem motorista, ainda surpreso com a grosseria do vizinho, mas
também envergonhado de sua atitude, de um lado, reduz o volume do som e
de outro, ironicamente educado, agride-o, dizendo nas entrelinhas que não
se meta e que não lhe deve explicações: “Poxa, meu Senhor, o Senhor me
perdoe, mas, aqui no meu carro, o meu ouvido escuta o que eu quiser.”
Na sequência, urrando de ódio, bochechas vermelhas, o velho perde
completamente o controle, extravasando seu ódio e generalizando a agressão
para além dos limites da questão de rua. A partir desse ponto, a narrativa
adquire um tom jocoso com a intervenção da própria mulher que desmascara
sua hipocrisia, acusando-o de ter sido tão ou mais fanático e exagerado que
o outro e com a intervenção das moças, que provocam o riso em todos os
presentes. O impasse se resolve, finalmente, com a partida do motorista jovem
rumo a seu trabalho. Até esse ponto, a narrativa cumpriu a proposta.
Mas – aqui entra a criatividade do autor – a história continua: os dois
motoristas reaparecem em outra situação, envolvidos agora numa relação de
médico e paciente em que os papéis se invertem comicamente. E o jovem
agredido pelo velho briguento é alçado a um patamar superior em que
desfruta, por momentos, de uma sensação de vingança pela agressão sofrida.
O senhor idoso, inversamente, depois do impasse inicial do segundo encontro
– “Só me faltava essa! Você!?... O garoto da música doida, é o Dr. Carlos!”
Constrangido se humilha, justificando-se – “É... é... Olha, Doutor, não me leve a
mal não, eu sou esquentado mesmo. É que música alta me deixa doido de
raiva!”.
Finalmente, o episódio de rua, destituído de importância, passa a ser
apenas uma lembrança engraçada que ambos curtem ao longo da
convivência médico/paciente.
A partir do exposto, podemos dizer que o autor ultrapassou o nível de
mero relato de acontecimentos e conseguiu construir uma narrativa que
questiona a abordagem das relações humanas enquanto modelos previsíveis
de relacionamentos, definidos a partir de contextos ocasionais muitas vezes
enganosos. Ambos não eram o que aparentavam. Quanto à linguagem, é de
notar o emprego do discurso direto como recurso expressivo. Resta, ainda,
apontar o aproveitamento oportuno dos demais personagens relacionados
na proposta, inserindo-os expressivamente no contexto, como no caso das
duas garotas e da mulher no sobrado.


terça-feira, 23 de setembro de 2014

Um caso, uma vida... Tudo em nome do amor!


          Estamos no mês de dezembro, quando parece que  as pessoas entram em maior contato com sua vida, seu passado, lembranças, ilusões, frustrações. Entretanto é um mês que ficamos mais conectados com uma espiritualidade, pelo menos é o que se espera (no fundo somos nós, quem espera que isso aconteça!)
           Vamos encontrar duas amigas conversando, em um ambiente distante de tumultos e pessoas...
            Ambas pertencem à religiões distintas, unidas por Deus. A amizade quando verdadeira cria laços de amor independentes de credo religioso, raça e situação socioeconômica.J
        Joana a mais nova, tem por volta de 36 anos, solteira, embora se relacione com um bem querer, trabalha como Juíza. É muito organizada, detalhista e sempre está sobrecarregada de trabalhos da sua área ou com familiares.
         Cláudia já passou dos 50 anos, tem 3 filhos, é casada,  é professora de Estudos Sociais. Iniciou amizade com Joana devido a um caso amoroso que teve no passado, quando teve sentença analisada por Joana.


As duas conversam...
- Vim visitar você Cláudia, para quem sabe melhorar minha capacidade de ingerir e digerir  meus problemas.
Claudia sorri, permitindo que Joana continue o desabafo.
- Não aguento meu pai! Não o suporto mais... E hoje rompi minha relação de dependência dele!Ele só pensa em dinheiro, acha que tudo se compra com dinheiro... Ou então pensa em mulheres... Educou os filhos homens para irem á busca de prazer e não de amor.
-Você sabe que meu pai batia em minha mãe? Eu não aguento lembrar isso! Não aguento lembrar vê-la apanhar. Não suporto vê-lo batendo nela,sinto-me mal em lembrar isso!É como se eu ficasse imóvel no tempo do passado.
- Minha vida é um tormento, não consigo me filiar a alguém.Todos os que me aparecessem são trastes, tal qual ele.Toda relação acaba sendo um caos porque os namorados se transformam no me pai!
        Transcorre-se as lágrimas, as queixas, a incompreensão e o amor ressentido em mágoas...
- Perceba minha filha, diz Cláudia, que você está sendo juíza da relação dos seus pais! Você não pode se meter onde não deve! Seu pai é apenas seu pai! O marido da sua mãe é problema dela!
_ Mas Cláudia, você não entende o que eu falo! Acaso pensa que eu não tenha sangue nas veias? Como quer que eu aceite esse homem que tudo cobra e tudo crê que o dinheiro compre? Eu não o tolero. Ele deve estar cheio de culpa... Depois que minha mãe morreu, ele deve se culpar de tanto que bateu nela.
- Joana, nós não precisamos querer que alguém se culpe por algo que fez a outra pessoa.... Não devemos nos meter na vida das pessoas porque não
sabemos o que uma fez a outra em um passado desta vida ou de outra.
-Como assim Cláudia?
-Veja bem Joana, se você hoje tiver uma pessoa que foi um Feitor em uma fazenda, o que fará com ele?
- o mandarei para o campo, para carpir bastante, ter um trabalho muito pesado para ele aprender o que fez com os braços, ou então eu entrego ele para as pessoas que apanharam dele...
- Pois é, eu entendo isso que diz Joana. Mas imagina você que eu possa ter sido uma das vítimas e o perdoo, porque sei que ele fazia isso porque era a obrigação dele! E muitas das pessoas que apanharam dele também são como eu! Além do mais  o Feitor é o que da fazenda?
- ???  Empregado do dono da fazenda! Então eu mando prender o dono da fazenda, diz Joana...
- Mas fazemos o quê com o Feitor? nós não sabemos quem é o dono da fazenda.
- É!!! Então eu perdoo o feitor Cláudia.
- Mas ele tem que fazer algo aqui na Terra...
-???
Imaginemos que esse feitor tenha sido seu pai! Ele batia, batia, batia, batia, só sabia bater.
_ Mas ele podia ter escolhido outra coisa que não ser Feitor!
Você como juíza, ao analisar duas pessoas, fica questionando o passado delas? Porque elas não fizeram tal o qual coisa? Ou você mostra a eles o que eles podem fazer deles daqui prá frente...
-Daqui prá frente!
Então imaginemos que estamos na vida espiritual e precisamos arrumar a vida desse Feitor...
Ele precisa nascer! Vai precisar de alguém que o ame muito, que o cerque de carinho e saiba educá-lo muito bem. Porque ele nascerá com as vontades de antes.
A mãe dele terá que ficar domando seus instintos, amoldando seu caráter de criança birrenta e autoritária.
Essa criança renascerá em um ambiente onde terá que receber muito amor...
De outro lado vejamos sua mãe: ela provavelmente foi uma das pessoas que apanhava no tronco...
Ele acostumava bater, e ela acostumada a apanhar...
Daí imagina que ela tenha um grande amor!!! Um amor tão grande, que acaba indo ao tronco várias vezes,  para renunciar esse amor, e ela não deixa de amar seu grande amor!!!
Então um mensageiro diz a ela: será que você pode ensinar alguém com seu amor pelo seu Grande amor???
Claro, diz ela! Não amarei outra pessoa. Mas poderei ficar em um local deixando que sintam o amor que há em mim!
E não foi isso que sua mãe fez? Mostrou o amor a todos vocês?
_Sim!
Pois bem, determinado tempo da vida do seu pai (antigo Feitor da fazenda) aparece sua mãe (antiga mulher que apanhava do feitor), ora agora ele bate e ela apanha, hábito do passado... Por alguns instantes nessa vida as coisas do passado se repetem...

Joana então inspira profundamente.........
Daí chega você... E você vê aquilo e julga, e toma as dores.... Não sabe nada da história...
Tudo que o pai precisa é receber amor, ele não precisa ser amado.  Sua mãe se propôs dar amor sem amá-lo!
Você hoje trabalha e atende as pessoas, com amor... Mesmo que não goste de alguém, vai dar amor, vai dar daquilo que sabe, para alguém que você não ama, mas é amor que você está dando!
Para que o antigo feitor receba amor, vocês de filho vêm ajudar dando amor.
Afinal a proposta para a vida dele era receber amor. Ele não acredita que alguém que tanto bateu possa receber amor de alguém e muito menos ser amado! Por isso passa a crer no dinheiro que compra tudo, ou quase tudo....
Você precisa deixar de ser juíza dos seus pais!
 Rimos as duas e ela agora tá mais tranquila...

O dono da fazenda??? O que interessa ele? A gente não sabe.
Mas como em novelas, ele provavelmente seja trabalhado pelo amor divino, e acabará chegando ao seu circulo familiar através de alguém que você ama... E você por amor a alguém receberá essa criatura dizendo: que gracinha!!!!
Nossas vidas são intrincadas! Nunca saberemos quem estará próximo de nós daqui a pouco.
Quanto à amante de seu pai?
- Eu tenho vontade de matá-la!
Não minha filha, não faça isso. Você vai ver que ela terá atrás dela alguém que você ama...
É como se alguém bem distante dela fosse ligado a alguém que você está amando agora... Perceba as correntes de amor intrincado....
Quanto ao dono da fazenda... Ele também deve ter  alguém sob ele... O alguém sob ele terá outro alguém sobe ele... Até que cheguemos ao autor primeiro de todos: Deus!
E tudo que Deus espera de nós é que nos amemos uns aos outros!!!!
TUDO EM NOME DO AMOR!!!

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Reportagem sobre Carlos Chagas

Para quem  conhece André Luiz vai gostar de saber desta novidade....
Abra o link e leia.


http://revistapesquisa.fapesp.br/2014/07/15/cientista-e-documentarista/

domingo, 13 de julho de 2014

Uma viagem para o presente!


Meu Cometa saiu as 1300 horas de Campinas com destino ao Rio de Janeiro. Previsão de chegada as 20:00 horas.
Pela primeira vez eu estaria andando em um Cometa de 2 andares...
Ônibus quase vazio, o suficiente para que eu ficasse com as duas poltronas e pudesse ficar andando prá lá e prá cá no ônibus... Sempre gostei de mudar de lugares no ônibus... (voltei à infância)
Chuva que Deus mandava, e eu lá de cima só via água... O trânsito na Dutra estava cheio de ônibus e carros... Parecia que todo mundo estava de férias, mas acho que eram os argentinos...
Primeira parada em Guaratinguetá, por 30 minutos, desci.

Fui tomar meu café, tirar foto do restaurante todo enfeitado de bandeiras, e cheio de argentinos com camisa azul e branco.
Fiquei tão distraída que nem percebi dois argentinos puxarem a cadeira do meu lado e assentarem na minha mesa, como se eu fosse alguém conhecida deles.... GELEI!!!kkkk Eu não sabia se olhava prá cara deles, se tirava uma foto pra mandar para as amigas ou se puxava papo... Juro que se eu falasse espanhol, eu teria conversado, mas portunhol não é meu fraco e nem meu forte... Levantei da mesa e fui pro caixa.
Uma fila danada no caixa... De repente vem um homem de uniforme da Cometa e me pergunta: a senhora é do ônibus de Campinas? Eu respondo que sim! E ele continua:.o ônibus está esperando só a senhora!!! Tá todo mundo lá, e a senhora tá atrasada 10 minutos...
Calmamente eu respondo: mas eram 30 minutos, e agora é que tá dando os 30... E o que eu faço com essa fila? Ele me leva num caixa que estava fechado e pede para uma moça vir me atender. Paguei e sai andando normalmente.
Se eu me visse ia achar que tava zen...kkk E tava mesmo! Mas zen natural, sem precisar de nada, apenas sendo eu mesma!!!
Pedi desculpa ao motorista e entrei. Pensei comigo: ninguém aqui sabe meu nome, mas sou figurinha fácil de achar....kkkk
A chuva foi parando, e quando passou a AMAN (Academia Militar de Agulhas Negras) em Resende, como o trânsito estava cheio, eu ouvi uma pancada forte, e imagino ser a porta do banheiro do ônibus.... Mas foi uma batida!!!
Cada um falava uma coisa: o ônibus pegou uma moto, bateu no caminhão, será que matou alguém...
O ônibus para e o motorista vem nos avisar que um caminhão não parou na preferencial e tinha batido em nós. Ninguém se machucou, mas teríamos que aguardar a policia para fazer o Boletim de Ocorrência.
Abri um pouco a cortina da frente minha, e vi que havia luz de lua... Meio nublado mas havia lua, e fiquei esperando, olhando pro céu...
Conforme eu olhava via uma bola vermelha, parecia uma lua avermelhada... Como a noite estava muito escura, eu via apenas como se fosse uma lua preta/avermelhada... De repente eu vi a Lua  e a lua vermelha embaixo... Que seria aquilo? Estranho...
Chamei duas moças que estavam próximas de mim e perguntei: vocÊs já viram 2 luas no céu???
Elas ao olharem ficaram preocupadas e falaram: credo eu nunca vi isso, será uma invasão de outro planeta? Ou será que é por causa da Copa? Melhor voltarmos pro nosso lugar....
Eu não entendia o que era aquilo no céu...
E de tanto olhar, acabei percebendo que a lua avermelhada era aquela bola que fica presa nos fios de alta tensão... Ri sozinha...
Pensei comigo: engraçado as moças acreditaram em mim, e foram embora deixando a questão em aberto sem se preocuparem com a resposta... E porque será que eu ficava teimando em saber o que era aquilo???
Ficamos parados por 2 horas... Sem bateria no celular para fotografar, e eu namorando as luas...kkk
A viagem continuou e logo depois da serra eu fui ao banheiro. Vi que o extintor estava caído no degrau, coloquei no lugar, e voltei prá minha poltrona.
De repente começa a sair uma fumaça danda, e uma moça fala: será que essa fumaça não faz mal?
Percebi que era o extintor que devia ter caído novamente, desci a escada rápido para abrir o banheiro, afinal a janela dele é aberta...
Alguém chama o motorista e o ônibus para. Quando o motorista abre a porta, dá de cara comigo, e diz: mas será possível? que viagem hem???
Eu respondo sim! Foi apenas o extintor que caiu novamente, estava quebrado, e vim abrir o banheiro para ventilar. Entrego o extintor prá ele e subo a escada (rindo internamente...) era como seu ele tivesse achado que eu novamente tinha aprontado na viagem.
Seguimos, e após 3 horas de atraso chegamos e eu reencontrei quem eu queria!
Um sucesso de viagem! Encontrei com familiares que amo, com amigos que amo, que rio, choro, que sou eu mesma! Ouvi histórias que vivi, relembrei de mim e de muitas pessoas. Isto sempre faz bem: lembrar algo que te faça crescer enquanto ser humano!
O tempo passou tão rápido que nem me lembrava de quem era eu...
Percebi que preciso fazer isto de vez em quando: sair para ser eu mesma, completamente despreocupada de não ser eu mesma!
Talvez isto seja viver o presente! Talvez esse seja meu receio de viver o presente!