terça-feira, 6 de agosto de 2013

A Fonte da Joana

Havia uma fonte pequena e insignificante, que estava perdida num bosque. Um dia, alguém por ali passando, com sede, atirou um balde e retirou água, sorvendo-a em seguida e se foi.




A fonte ficou tão feliz que disse de si para consigo:



Como eu gostaria de poder dessedentar os viandantes, já que sou uma água preciosa!



E orou a Deus:



- Ajuda-me a dessedentar!



Deus deu-lhe o poder. A fonte cresceu e veio à borda. As aves e os animais começaram a sorvê-la e ela ficou feliz.



A fonte propôs:



- Que bom é ser útil, matar a sede. Eu gostaria de pedir a Deus que me levasse além dos meus limites, para umedecer as raízes das árvores e correr a céu aberto.



Veio então a chuva, ela transbordou e tomou-se um córrego.



Animais, aves, homens, crianças e plantas beneficiaram-se dela.



A fonte falou:



- Meu Deus, que bom é ser um córrego! Como eu gostaria de chegar ao mar!



E Deus fez chover abundantemente, informando:



Segue, porque a fatalidade dos córregos e dos rios é alcançar o delta e atingir o mar. Vai!



E o riacho tomou-se um rio, o rio avolumou as águas. Mas, numa curva do caminho, havia um toro de madeira.

O rio encontrou o seu primeiro impedimento.



Em vez de se queixar, tentou passar por baixo, contornar, mas o tronco de madeira cerceava-lhe os passos. Ele parou, cresceu e o transpôs tranquilamente.



Adiante, havia seixos, pequeninas pedras que ele carregou e outras inamovíveis, cujo volume ele não poderia remover. Ele parou, cresceu e as transpôs, até que chegou ao mar. Compreendeste?



Mais ou menos.



- Todos nós somos fontes de Deus – disse ela.



- E como alguém um dia bebeu da linfa que tu carregavas, pediste para chegar à borda, e Deus, que é amor, atendeu-te.



- Quiseste atender aos sedentos, e Deus te mandou os Amigos Espirituais para tanto. Desejaste crescer, para alcançar o mar e Deus fez que a Sua misericórdia te impelisse na direção do oceano. Estavas feliz.



- Agora, que surgem empecilhos, por que reclamas?



- Não te permitas queixas.



- Se surge um impedimento em teu caminho, cala, cresce, transpõe-no, porque a tua fatalidade é o mar, se é que queres alcançar o oceano da Misericórdia Divina.



- Nunca mais lamentes a respeito de nada.



Parábola contada pelo espírito Joanna de Ângelis a Divaldo Franco.



Nenhum comentário: