terça-feira, 21 de abril de 2009

Apanhador num Campo de Centeio

Falando do "Apanhador num Campo de Centeio" (talvez venha a calhar): você me perguntou a razão para ter indicado esse livro, mas creio que a resposta está, presentemente, nesse seu desencontro consigo mesma, embora esta seja uma coisa que só você pode saber. Senão vejamos: o autor, J D Salinger, era um homem recluso e avesso a qualquer tipo de exposição. A personagem, Holden Campfield, era um adlescente problemático. O livro ganhou triste notoriedade porque o assassino de John Lennon estava com um exemplar quando praticou o crime. Holden é um adolescente que não encontra o seu lugar no mundo. Ele é excêntrico, arredio, complexado e deprimido. Acovarda-se diante dos colegas de colégio e não se destaca em coisa alguma. Paralelamente, tem bons sentimentos, é romântico, sensível (sem ser gay), valoriza e respeita as meninas e é de uma sinceridade que beira a inocência. Holden é do tipo "pare o mundo que eu quero descer", ou seja, alguem que possui todos os sentimentos básicos necessários para torná-lo uma pessoa de bem, mas não consegue achar seu lugar no mundo. O livro busca dar voz à adolescência, como uma fase de consciência plena, e não apenas um rito de passagem da infância para a vida adulta (Di Pietro 1974). A propósito, o título faz alusão a uma canção feita por um tal Burn (não me lembro), na qual, quando a irmã de um adolescente pergunta a razão para ele estar sempre de mal com o mundo, ele responde que se sente observando um campo de centeio, no qual muitas crianças estão brincando e ele, à margem, fica o tempo todo pronto para segurar uma criança que porventura vá cair no abismo. O resto é com você.(NDF)

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