quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

Casablanca: onde está o amor?

 Um grande filme de 1942… Eu ainda nem era nascida, talvez por isso eu tenha dificuldade em entender porque me diziam ser uma história de amor. 

Talvez eu tenha mudado tanto que não tenha enxergado o que o mundo comentou.

Hoje peguei o filme já iniciado, e conforme a história desenrolava eu dizia em voz alta para eu mesma ouvir: meu Deus ou eu não estou entendendo o filme, ou realmente sou analfabeta em cultura e em amor (pode ser que eu seja sim kkk).

Mas por não entender onde estava o amor que tanta gente disse do filme, ao terminar, reiniciei (tinha tempo livre para isso)

Voltei ao início, buscando detalhes, olhares, diálogos. 

Entendi que a mocinha teve uma grande paixão pelo mocinho, que ela acreditava que o marido estivesse morto, e ao ter oportunidade em ir embora com o mocinho, ela dá um bolo nele! Ela não vai à estação, não embarca com o mocinho. 

Fiquei muito frustrada por ela não ter ido, e talvez eu tenha entrado no papel do mocinho…

Anos se passam e a mocinha vem com o marido no bar cujo dono é o mocinho, e ela reconhece o pianista que tocou a música que ela gostava…

Se reencontram, e há trocas de olhares importantes…

O pianista e o mocinho conversam enquanto o mocinho bebe  a frustração de ter reencontrado a mocinha que o deixou esperando na estação ferroviária anos atrás…

Eis que a mocinha chega, tarde da noite, conforme  o mocinho tinha previsto… 

Ela conta a ele que está casada com o mesmo marido , que tinha feito muito por ela, e enfim, alega que quer ficar com ele, com o mocinho… Mas ele não acredita nela, e ela vai embora.

Depois tem uma fala dela com o marido, que não a deixou em lugar algum, porque ele queria que ela fugisse dos alemães, sem ele. 

Ela então pede ao mocinho que arrume para o marido sair de Casablanca, que ela ficaria com ele (mocinho).

Então o mocinho arruma para a mocinha e seu marido partirem…

O avião leva a mocinha e seu marido, e o mocinho fica no aeroporto, mais uma vez sem ela…

Quem amou?

Ao meu ver o mocinho realmente amou a mocinha! O marido tinha um ideal, e ao perceber que a mulher havia tudo um caso com o mocinho, comenta apenas com o mocinho… Não sei avaliar se ele amava a mocinha ou amava um ideal, não sei! 

A mocinha que dizia amar o mocinho, eu acho que algo não lhe dava segurança, a ponto de não romper com o marido, cuja ligação a meu olhar foi de gratidão, não amor. 

Então fiquei frustrada! 

Sei lá. Acho que no fundo adorei a amizade do mocinho com o delegado, e ele amou tanto a mocinha que foi capaz de renunciar. 

E me pergunto: será que foi esse amor renúncia que deu tantos prêmios à película cinematográfica? Ou será o amor da moça que abre mão pela segurança?

Ah eu não sei! 

Mas é um grande filme, e segundo minha filha: o filme foi sucesso porque o amor não ficou junto! 

E eu tiro o chapéu para minha filha, entendo que todo filme de amor que não terminam juntos, dá bilheteria alta! Talvez porque a maioria de nós tenhamos tido um amor que não se consumou… 

Enfim conforme o tempo passa a gente vai percebendo que o amor realmente é que importa, seja de que jeito for, um minuto, uma hora, um dia, um momento ou uma vida, quem ama ganha vida, porque aprende renunciar, a amar sem ter, e em tendo agradecer por tê-lo, porque o amor é algo interno, que nasce em nós por um disparo ou Start do outro, e depois que foi desperto, não dorme mais, porque realiza a pessoa que ama, mostrando a ela o quanto ela é capaz de viver o amor! 



Um comentário:

Anônimo disse...

Casablanca é a maior cidade do Marrocos e fica no litoral. O filme em questão não foi rodado em Casablanca, mas em estúdios montados.
Nada parecido com a visão romântica de um lugar idílico e cheio de espiões. Para analisar o romance do filme, é preciso verificar que o "mocinho" era um americano expatriado, embora não se comente a razão disso. Ele administrava uma espécie de cassino, onde se encontravam ladrões, nazistas, franceses colaboracionistas do governo de Vichy e tudo o mais que não fosse recomendável. Ele próprio, apresenta uma personalidade que não se pode confiar. Talvez isso se deva ao fato de que um certo grau de má fama ajudava nos seus negócios. Em suma,
esse Rick era um sujeito que, se uma das suas filhas o apresentasse como namorado, você, muito provavelmente, ficaria desesperada, porque seria uma tremenda roubada. O caso é que uma jovem e linda mulher, supondo que o seu marido, um herói da resistência tcheca, tinha morrido em combate, se apaixona por ele. Depois, descobrindo que o marido estava vivo, acaba voltando para ele, embora ainda amasse Rick.
Eu concordo com a sua filha, quando ela diz que é um caso de "amor que não fica junto". Ocorre que o mocinho não tinha um perfil de quem pretendia um casamento longevo, com filhos e netos. Provavelmente, ele se extinguiria como o fogo das paixões. O contraste de personalidades entre um sujeito suspeito e um herói torna a situação mais interessante e suscita um pensamento machista de que as mulheres se sentem atraídas por um malfeitor mas, no final, escolhem a segurança do "gente boa". Trata-se, na verdade, de um clássico exemplo de "e se...". Explico: a vida é feita de escolhas, algumas fundamentais. Você faz as suas escolhas e fica o resto da vida imaginando como ela teria sido se a escolha tivesse sido outra. E se eu tivesse....
Uma visão mais romântica para o caso, seria do amor que abre mão, ou seja, que não é possessivo e se realiza na possibilidade de felicidade proporcionada ao "objeto" de sua afeição. Talvez porque soubesse que não seria, para ela, aquilo com que sonhava no longo prazo e preferisse vê-la na segurança de um amor sem impetuosidades, mas seguro e duradouro. Acho que a mensagem é essa. Uma paixão que se reprime e cede passagem para um amor menos explosivo, mas que trará uma felicidade que ela própria, a paixão, não poderá sustentar após as chamas de que se alimenta se extinguirem. Acho que é isso.