segunda-feira, 26 de abril de 2010

ATITUDES E REPOSTAS...

Em 1996 enquanto cursava meu Mestrado na Unicamp, recebi do meu orientador Prof. Dr. Miguel A. Areas, na disciplina de Pós graduação Sistema Digestivo,uma mensagem intitulada Atitudes, e achei que era escrito por ele... Resolvi então fazer uma carta resposta. Hoje após 14 aos encontro nos meus pertences, e quero compartilhar com quem me ler. (Luciana)

ATITUDES

Meu cunhado abriu a última gaveta da cômoda e retirou um pacote embrulhado com papel de seda. “Isto”, ele disse, “não é uma combinação... é uma lingerie”. Apertou-a contra o rosto marcado pelas lágrimas tentando sentir o perfume de sua mulher; depois de algum tempo, com o olhar perdido nas suas lembranças, disse-me: “Lígia comprou-a há 9 anos atrás. Ela nunca usou; estava guardando-a para o décimo aniversário do nosso casamento...uma ocasião muito especial. Acho que agora a ocasião chegou”. Colocando sua mão trêmula em meu ombro me aconselhou: “nunca guarde nada para uma ocasião especial. Todo dia é uma ocasião especial”. Nesse momento, minha sobrinha de 4 anos entrou no quarto e, abraçando meu cunhado, perguntou inocentemente: “papai. por que mamãe não me disse adeus ?
Um breve silêncio emoldurou pai e filha num pálido retrato de uma insuportável saudade...
Fiquei pensando neles o tempo todo. Quando voltei para casa olhei, novamente, o cartão postal que minha irmã enviara da sua lua de mel no Rio de Janeiro... ; o mar era de um azul cristalino...da cor dos olhos de Lígia. Ela havia planejado, para o ano que vem, sua segunda lua de mel ...no mesmo lugar...
Pensei em todas as coisas que minha irmã não pode ver, fazer, sentir e ouvir...; lembrei-me das palavras do meu cunhado...; elas mudaram minha vida. Acho que ela não deveria ser uma prova diária, de caráter eliminatório, que nos obriga a ter sempre sucesso, ainda que para isso eliminemos parte do nosso caráter.
Portanto, estou lendo os livros que antes apenas colocava em ordem na estante. Fico sentado na grama admirando a paisagem de um jardim qualquer sem a preocupação de ficar procurando pelas ervas daninhas. Descobri que poderia permanecer mais tempo junto com minha família e amigos do que em reuniões e compromissos perfeitamente dispensáveis. Estou tentando reconhecer esses momentos e usufruí-los. Minha mulher e eu não “guardamos” mais nada; resolvemos usar todas as nossas porcelanas chinesas e cristais que ganhamos como presentes de casamento em substituição às “panelas de alumínio com teflon” e aos inquebráveis copos de requeijão. Duas garrafas de vinho raro que eram admiradas como relíquias foram abertas para comemorarmos eventos especiais como perder alguns quilos, ganhá-los novamente, plantar algumas mudas de “onze horas”, rever velhos álbuns de fotografia há muito esquecidos no fundo do armário ou, simplesmente, porque tínhamos sede. “Algum dia” e “um dia desses” já não são tão freqüentes no meu vocabulário.
Não sei o que a minha irmã teria feito se soubesse que estaria aqui para o amanhã a que todos nós foi permitido. Talvez ela teria achado tempo para telefonar para toda a família e antigos amigos se desculpando por brigas e reparando erros sem nenhuma importância...; quem sabe teria terminado seu curso de inglês, abandonado tantas vezes por falta de tempo, para assistir aos filmes ser precisar da legenda...; são essas pequenas coisas não realizadas que me deixariam angustiado se meu tempo tivesse terminado. Angustiado por não ter escrito as cartas, poesias e canções que pretendia, não ter dito mais freqüentemente às pessoas com as quais convivo o quanto eu as amava; hoje, penso que aquilo que deixamos de fazer por nos parecer óbvio demais talvez possa ser compreendido como omissão, principalmente, por quem amamos...; coisas assim como um aperto de mão, um abraço ou um sorriso seguido de um “bom dia...muito obrigado...eu te amo”.
Estou tentando, enfim, não adiar, impedir ou guardar alguma coisa que proporcione momentos de alegria porque cada minuto de vida é um presente de Deus. E, quandoterminar meu último minuto, quero partir sem a mágoa de não ter realizado todas essas pequenas coisas que dão, realmente, sentido à vida.
Se agirmos assim, acredito que, ainda que partamos, a saudade que deixarmos será acompanhada da esperança de um “até breve” sem o gosto amargo do definitivo adeus...;
(adaptação livre de um texto anônimo – Miguel)

REPOSTA ÀS ATITUDES



Sensação estranha tive ao entrar naquele quarto, justamente naquela hora... Que poderia eu fazer, ninguém acreditaria em min, não ouviriam a voz de quem cumpriu uma tarefa idealizada pelo Mestre...
Não sei se saberei narrar a emoção sentida, é como se o coração quisesse sair num galope desenfreado para entrar naquele peito que eu sabia conhecer... Quantas batidas uníssonas tivemos, só Deus é testemunha. Mas, de fato a respiração ficou ofegante e num piscar de olhos me vi olhando uma vitrine de loja, cuja camisola enfeitava o corpo de uma boneca manequim. Recordo-me a emoção que senti, ao me imaginar usando aquela lingerie para comemorarmos nossa data de casamento, achei mesmo que seria perfeita para uma lua de mel. Adentrei pela loja sem perceber nada, a visão na minha mente era nossa lua de mel, foi quando a vendedora me trouxe ao presente, e, como não queria ninguém na comemoração, mexi nos cabelos indicando à minha mente que eu ainda estava na loja... Feita a compra, tratei de colocar a lingerie junto a um sachet perfumado, não ,me lembro o nome do perfume mas tenho certeza que ao senti-lo direi : é esse!
Estranho a nossa mente, passado, presente e futuro se misturam, fazendo com que as emoções dominem nossa alma.
Tentei abrandar a aflição saudosa do ente amado, mas parece que não sentia sequer minha presença, estava tão preso no passado, talvez se ele passasse as mãos nos cabelos brancos, voltasse ao presente. Passei a perceber que cada um de nós vive em um tempo, não existe a distância e sim a adaptação do sentimento egoísta. Claro que valeu a pena guardar aquela camisola com tanto carinho, afinal todas as vezes que eu corria o olho pela gaveta sentia enorme prazer, dava asas à imaginação e vivi feliz assim, não derrubei uma lágrima nela, deixei-a repleta de sonhos que enfeitaram minha vida e, agora, meu grande amor a usava como lenço...
A vida realmente é uma grande escola ... Todos ingressam sabendo que vai haver provas, dificuldades, alegrias e que as disciplinas devem ser estudadas a contento para ingresso em nova série. Porém quando o professor chega um dia e diz: prova surpresa, o pessoal apavora e quer cair fora...Nestas condições, só passa realmente quem estiver preparado a contento do professor.
Por isso caro mano, tenha certeza que momentos felizes reais ou sonhados fazem bem, não há necessidade de preocupar com o futuro que talvez não venha, sonhe com um futuro bonito e mesmo que não aconteça terá sido válido para seu coração ficar feliz. Não pense no amanhã fúnebre de separados para sempre... Sei que faria eu tudo de novo, porque eu acreditava no que vivia e vivo, o amor é a plenitude de nossas vidas, mas saiba você querido, que ainda tem gente que não conhece esse sentimento porque está preso em um passado ou futuro fúnebre, dizem que estas pessoas não têm memória saudável. Quando a criatura tem certeza da vida além da matéria, não tem medo de guardar lembranças de grandes belezas, não precisa correr contra o tempo porque ele está a nosso favor, Deus dá tempo para todo mundo fazer tudo o que for mais saudável para todos, até mesmo aprenderem a guardar as coisas não se importando se estas não forem usadas como gostaríamos que fosse, é o guardar sem egoísmo. Minha lingerie foi comprada com um objetivo: ser feliz, e fui, até mesmo vendo meu bem usando-a como lenço, ele sempre ficou bonito com os olhos molhados.
Espero que o postal do Rio de Janeiro traga recordações positivas e alegres, caso contrário rasgue-o. Não quero decepcioná-lo, mas ninguém até hoje conseguiu Ter o último minuto, só alguma música. O que é o minuto se não houvesse o relógio?
Vai aqui meu recado, coração não envelhece, não morre, por isso não despede dos entes amados. Viva sem medo de ser feliz, faça as pessoas ao seu redor felizes. Tudo o que fazemos na nossa vida devemos acreditar para não arrependermos mais tarde.
(Luciana - missionára da Nutrição)




segunda-feira, 19 de abril de 2010

Carta à Embarcação (18/04/2010)

Entenda que você está numa grande embarcação e você é o Comandante.
Seu primeiro auxiliar adoeceu, e, você terá que chegar com essa embarcação no seu destino.
Não seria justo jogar o auxiliar em alto mar, apenas porque ele adoeceu...
Você tem cabines na Embarcação comandada por você, disponível para acomodá-lo. Ele agora não tem mais, e não poderá ter, a função que exercia; mas você, pode levá-lo até os familiares que o aguardam no Porto de chegada.
Avise pelo rádio que você necessita de outro Auxiliar tão capacitado que possa ajudá-la na longa viagem.
Você não poderá seguir sozinha o tempo todo de viagem, porque será desgastante, e você ficaria exausta com essa atitude, podendo levar a Embarcação ao "caus" e não ao "Cais".

Chame pelo seu superior e peça.
Aprenda que agora é a hora de pedir SOCORRO!!!
Seu superior já sabe de tudo o que aconteceu...
Seus tripulantes estão suplicando ao Céu por você.
Mas é preciso que você, minha cara, peça ajuda.

Não é força que você tem que pedir, é ajuda de alguém que possa auxiliar você, ao seu lado, entendendo o que você entende, e não assuma o controle, mas que seja capaz de pegar o Leme para você descansar na cabine ou mesmo na cadeira ao lado do leme.
Importa que você Descanse! Relaxe!
Terá confiança suficiente para poder fazer isso.
Tenha certeza de que está sendo, ou melhor, já foi providenciado para você, para sua grande Embarcação, pessoa muito qualificada, que atenda a todos os requisitos solicitados pelo seu superior.
Entenda que necessidade exigida, não é ser perfeito, mas a pessoa é a que mais está qualificada para esta função no momento.
Seu superior está aguardando seu pedido, para que a pessoa possa partir do Porto a seu encontro, em alto mar.
Chegou a hora! Pega o fone, o rádio, peça ajuda.
Seu auxiliar enfermo na cabine, nem mesmo se lembra do que precisaria fazer para chegar no fim da viagem.
Deixe-o em paz! Você não pode gastar sua energia apenas com a enfermidade dele. Há pessoas que possam cuidar dele na sua Embarcação. Sossegue!
Olhe o vasto oceano à sua frente e mãos à obra...
Entregue-se a Deus!
Ele providencia agora...
Calma!
Respire e expire por vários momentos...
Não perca a sua fé.
Estamos com você, embora de longe.
Mas a grande Embaração segue alinhada, no prumo, rumo ao seu destino final.
VOCÊ VENCEU mais uma vez.
Parabéns pelas lágrimas, tornaram-se bênçãos de amor!
VALEU!
Nem preciso dizer mais, preciso??

sexta-feira, 16 de abril de 2010

SOLIDÃO FIM DE QUEM AMA...

SOLIDÃO FIM DE QUEM AMA?

A solidão perturba porque mostra, é a o reflexo da incapacidade de amar.
Ama e nunca estará só!
Como amar?
Sinta apenas!
Como agir?
Faça para você.
Não merece amar?
Não merece sofrer,
Mas pode chorar, porque lubrifica os olhos.
Ama e entenderá a dor alheia.
Talvez essa seja a dor do Calvário compartilhada.
Afinal foi tudo um mal entendido...
O tempo vai curar a solidão, porque tráz ventos, tempestades e mudança no céu da sua alma!
Não sei fazer para mim...
Calma!
Começa calando e depois trabalha no que souber fazer.
A coisa então acontecerá!
Espera.
(de mim para comigo)

Interação cardiorrespiratória

Especiais -16/4/2010 -Por Alex Sander Alcântara - Agência FAPESP
Por uma pesquisa de doutorado recém-concluída na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP), Daniel Breseghello Zoccal receberá dois prêmios internacionais.
Neste mês, viajará para os Estados Unidos para receber o The Michael J. Brody Young Investigator Award, concedido pela American Physiological Society e pela Merck, em reconhecimento a jovens pesquisadores.
Em julho, seguirá para Manchester, na Inglaterra, onde será agraciado com outro prêmio, concedido pela revista Experimental Physiology, editada pela The Physiological Society. Um artigo publicado na revista em 2009 junto com outros pesquisadores foi um dos que mais geraram downloads no ano.
A pesquisa de Zoccal investiga a interação entre a respiração e a função cardiovascular, isto é, mostra como mecanismos relacionados ao controle da respiração podem também influenciar significativamente os níveis da pressão arterial.
“Nosso trabalho aponta que mecanismos relacionados com o controle da respiração podem contribuir para o desenvolvimento da hipertensão arterial”, disse à Agência FAPESP.
O trabalho de doutorado, intitulado “Alterações no acoplamento entre as atividades simpática e respiratória em ratos jovens submetidos à hipóxia crônica intermitente”, foi orientado pelo professor Benedito Honório Machado, do Departamento de Fisiologia da FMRP-USP, e contou com uma Bolsa da FAPESP.
Zoccal analisou as alterações cardiovasculares e respiratórias em ratos submetidos à hipóxia crônica intermitente durante dez dias, condição que consiste em reduções transitórias na fração de oxigênio inspirado intercalados por períodos de respiração normal.
“Utilizando um sistema automático de válvulas, o oxigênio do ar inspirado foi reduzido para níveis próximos a 6% por meio da injeção de nitrogênio dentro de câmaras especializadas. Após 30 segundos nesse nível, o oxigênio foi injetado dentro das câmaras para restabelecer os níveis de oxigênio do ar inspirado próximos ao valor normal, que é de 21%”, explicou.
Os resultados indicaram que ratos submetidos a essa situação apresentaram um aumento da pressão arterial, possivelmente decorrente de uma maior interação entre a atividade respiratória e o sistema cardiovascular após a hipóxia crônica intermitente.
“A condição de hipóxia crônica intermitente pode ser observada em algumas condições fisiopatológicas, como na apneia obstrutiva do sono. Contudo, é preciso ressaltar que não simulamos o que ocorre na clínica”, ressaltou.
Segundo o farmacêutico, nos ratos foi mimetizada somente a situação da hipóxia intermitente. “Nos pacientes com apneia do sono, além da hipóxia intermitente, são observadas outras condições que também podem contribuir para o aparecimento de disfunções cardiovasculares e respiratórias, como alterações metabólicas, obesidade e estresse”, disse.
Busca por modelo
Uma das principais conclusões do estudo, segundo Zoccal, é que a hipóxia crônica intermitente promove alterações na atividade respiratória, as quais, por sua vez, influenciam os níveis da atividade simpática, um dos principais fatores que determinam os níveis de pressão arterial por meio do controle da resistência vascular.
“Notamos que um dos fatores que contribuem para o aumento dessa atividade simpática são alterações nos mecanismos neurais que controlam a respiração. Existe ali uma interação muito forte no modelo que estudamos”, disse.
De acordo com o pesquisador, um dos fatores limitantes do estudo foi encontrar um modelo experimental adequado. “Muitos estudos descritos na literatura trabalharam com o animal anestesiado, mas sabemos que a anestesia interfere nos resultados. Dessa forma, trabalhamos com o animal não anestesiado e com preparações in situ, modelos livres dos efeitos depressores da anestesia”, disse.
Apesar disso, Zoccal ressalta que os resultados não devem ser encarados apenas como restritos ao modelo experimental, uma vez que a hipertensão é um problema multifatorial. O que chama a atenção, segundo ele, é que existem casos nos quais os pacientes não respondem a tratamentos convencionais.
“Estudos realizados com outros modelos animais de hipertensão arterial apresentam resultados semelhantes aos nossos. Dessa forma, acreditamos que essa interação – respiração e função cardiovascular – possa também contribuir para casos de hipertensão que não respondem aos tratamentos existentes”, disse.
O artigo Sympathetic-mediated hypertension of awake juvenile rats submitted to chronic intermittent hypoxia is not linked to baroreflex dysfunction, de Daniel Zoccal e outros, pode ser lido na revista Experimental Physiology em http://ep.physoc.org/content/94/9/972.long.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

O Porteiro do Puteiro

As vezes tudo de que precisamos é uma simples mensagem... (Luciana)


Não havia no povoado pior ofício do que 'porteiro do puteiro'.
Mas que outra coisa poderia fazer aquele homem?
O fato é que nunca tinha aprendido a ler nem escrever, não tinha nenhuma outra atividade ou ofício.
Um dia, entrou como gerente do puteiro um jovem cheio de idéias, criativo e empreendedor, que decidiu modernizar o estabelecimento.
Fez mudanças e chamou os funcionários para as novas instruções...
Ao porteiro disse: - A partir de hoje, o Senhor, além de ficar na portaria,
vai preparar um relatório semanal, onde registrará a quantidade de pessoas que entram e seus comentários e reclamações sobre os serviços.
- Eu adoraria fazer isso, Senhor - balbuciou - mas... - eu não sei ler nem escrever!
-Ah! Quanto eu sinto! Mas se é assim, já não poderá seguir trabalhando aqui.
- Mas Senhor, não pode me despedir, eu trabalhei nisto a minha vida inteira, não sei fazer outra coisa.
- Olhe, eu compreendo, mas não posso fazer nada pelo Senhor. Vamos dar-lhe uma boa indenização e espero que encontre algo que fazer. Eu sinto muito e desejo que tenha sorte.
Sem mais nem menos, deu meia volta e foi embora. O porteiro sentiu como se o mundo desmoronasse.
O que fazer? Lembrou que no prostíbulo, quando quebrava alguma cadeira ou mesa, ele a arrumava, com cuidado e carinho. Pensou que esta poderia ser uma boa ocupação até conseguir um emprego.
Mas só contava com alguns pregos enferrujados e um alicate mal conservado. Usaria o dinheiro da indenização para comprar uma caixa de ferramentas completa.
Como o povoado não tinha Casa de ferragens, deveria viajar dois dias em uma mula para ir ao povoado mais próximo para realizar a compra. E assim o fez.
No seu regresso, um vizinho bateu à sua porta:
- Venho perguntar se você tem um martelo para me emprestar.
- Sim, acabo de comprá-lo, mas eu preciso dele para trabalhar ... já que...
- Bom, mas eu o devolverei amanhã bem cedo.
- Se é assim, tudo bem.
Na manhã seguinte, como havia prometido, o vizinho bateu à porta e disse:
- Olha, eu ainda preciso do martelo. Porque você não o vende para mim?
- Não, eu preciso dele para trabalhar e além do mais, a Casa de ferragens mais próxima está a dois dias de viagem de mula.
- Façamos um trato - disse o vizinho. Eu pagarei os dias de ida e volta mais o preço do martelo, já que você está sem trabalho no momento. Que lhe parece? Realmente, isto lhe daria trabalho por mais dois dias... aceitou.
Voltou a montar na sua mula e viajou.
No seu regresso, outro vizinho o esperava na porta de sua Casa.
- Olá, vizinho. Você vendeu um martelo a nosso amigo. Eu necessito de algumas ferramentas, estou disposto a pagar-lhe seus dias de viagem, mais um pequeno lucro para que você as compre para mim, pois não disponho de tempo para viajar para fazer compras. Que lhe parece?
O ex-porteiro abriu sua caixa de ferramentas e seu vizinho escolheu um alicate, uma chave de fenda, um martelo e uma talhadeira. Pagou e foi embora.
E nosso amigo guardou as palavras que escutara: 'não disponho de tempo para viajar para fazer compras'.
Se isto fosse certo, muita gente poderia necessitar que ele viajasse para trazer as ferramentas.
Na viagem seguinte, arriscou um pouco mais de dinheiro trazendo mais ferramentas do que as que havia vendido.
De fato, poderia economizar algum tempo em viagens.
A notícia começou a se espalhar pelo povoado e muitos, querendo economizar a viajem, faziam encomendas.
Agora, como vendedor de ferramentas, uma vez por semana viajava e trazia o que precisavam seus clientes.
Com o tempo, alugou um galpão para estocar as ferramentas e alguns meses depois, comprou uma vitrine e um balcão transformando o galpão na primeira loja de ferragens do povoado.
Todos estavam contentes e compravam dele. Já não viajava, os fabricantes lhe enviavam seus pedidos. Ele era um bom cliente.
Com o tempo, as pessoas dos povoados vizinhos preferiam comprar na sua loja de ferragens, do que gastar dias em viagens.
Um dia ele lembrou de um amigo seu que era torneiro e ferreiro e, pensou que este poderia fabricar as cabeças dos martelos. E logo, por que não, as chaves de fendas, os alicates, as talhadeiras, etc...
E após, foram os pregos e os parafusos... Em poucos anos, nosso amigo se transformou, com seu trabalho, em um rico e próspero fabricante de ferramentas. Um dia decidiu doar uma escola ao povoado. Nela, além de ler e escrever, as crianças aprenderiam também, um ofício.
No dia da inauguração da escola, o prefeito lhe entregou as chaves da cidade, o abraçou e disse:
- É com grande orgulho e gratidão que lhe pedimos que nos conceda a honra de colocar sua assinatura na primeira página do Livro de Atas desta nova escola.
- A honra seria minha - disse o homem. Seria a coisa que mais me daria prazer, assinar o Livro, mas eu não sei ler nem escrever, sou analfabeto.
- O Senhor ?!?! - Disse o prefeito sem acreditar. O Senhor construiu um império industrial sem saber ler nem escrever? Estou abismado. Então lhe pergunto:
- O que teria sido o Senhor se soubesse ler e escrever ?
- Isso eu posso responder - disse o homem com calma.
Se eu soubesse ler e escrever... ainda seria o PORTEIRO DO PUTEIRO !!!

Geralmente as mudanças são vistas como adversidades.
As adversidades podem ser bênçãos.
As crises estão cheias de oportunidades.
Se alguém lhe bloquear a porta, não gaste energia com o confronto, procure as janelas.
Lembre-se da sabedoria da água:
'A água nunca discute com seus obstáculos, mas os contorna'.
Que a sua vida seja cheia de vitórias, não importa se são grandes ou pequenas,
o importante é comemorar cada uma delas.
Quando você quiser saber o seu valor,
procure pessoas capazes de entender
seus medos e fracassos e,
acima de tudo, reconhecer suas virtudes.
Grande Abraço. Abençoado dia!

VISÕES ANTES DA MORTE

Recebi uma mensagem com o título: Estudo desvenda 'visões antes da morte', cujo endereço eletrônico segue abaixo para leitura na íntegra:
http://www.bonde.com.br/bonde.php?id_bonde=1-27--46-20100409-201004111-1
Não sei se o autor queria desmistificar, mas acabou confirmando o que sabemos: que ainda há mistérios a serem desvendados pela ciência.
A espiritualidade está sendo ampliada, crescendo, graças à pesquissa científica.
Abraços e boa leitura.....

terça-feira, 13 de abril de 2010

Memórias vão, emoções ficam

Divulgação Científica - 13/4/2010 -Agência FAPESP


Um estudo feito nos Estados Unidos tem boas notícias para parentes e amigos de pessoas que sofrem da doença de Alzheimer.
Segundo a pesquisa, indivíduos com problemas de perda de memória esquecem uma conversa ou um momento engraçado, por exemplo. Mas, ainda assim, as sensações associadas com as experiências podem permanecer, com melhoria no humor e no bem-estar.
O trabalho, feito por cientistas da Universidade do Iowa, será publicado esta semana no site e em breve na edição impressa da revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
Os pesquisadores mostraram a pessoas com problemas de retenção de memória pequenos filmes alegres e tristes. Embora os participantes não tenham conseguido lembrar o que assistiram, o estudo verificou que eles mantiveram as emoções suscitadas pelos filmes.
Os autores do trabalho afirmam que os resultados têm implicações diretas para portadores da doença de Alzheimer. “Uma simples visita ou um telefonema de algum membro da família pode ter uma influência positiva na felicidade do paciente, mesmo que ele rapidamente esqueça que a visita ou a chamada tenha ocorrido”, disse Justin Feinstein, um dos autores do estudo.
“Por outro lado, a contínua indiferença por parte dos profissionais de saúde do local onde o paciente está internado pode deixá-lo mais triste, frustrado e solitário, ainda que ele não saiba os motivos por estar se sentindo dessa forma”, afirmou.
Os pesquisadores avaliaram cinco casos neurológicos raros de pacientes com danos no hipocampo, parte do cérebro crítica para a transferência de memórias de curto prazo para o armazenamento de longo termo. Danos no hipocampo fazem com que memórias desapareçam. Esse mesmo tipo de amnésia é um sinal inicial de Alzheimer.
“Ainda que não se lembrassem dos filmes, eles sentiam a emoção. Tristeza tendeu a durar mais tempo do que a alegria, mas as duas emoções permaneceram por muito mais tempo do que a memória dos filmes”, disse Feinstein.
Os resultados do estudo vão contra a noção popular de que apagar uma memória dolorosa poderia abolir o sofrimento psicológico. Também reforçam a importância de atender necessidades emocionais de portadores de Alzheimer, que, de acordo com estimativas, poderá atingir mais de 100 milhões de pessoas em todo o mundo por volta de 2050.
O artigo Sustained experience of emotion after loss of memory in patients with amnesia (doi/10.1073/pnas.0914054107), de Justin Feinstein e outros, poderá ser lido em breve por assinantes da Pnas em
www.pnas.org.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Doença e Ferida Emocional

Sempre é importante reforçarmos o positivo em nós, chegará o momento em que todos estaremos na frequência ou vibração adequada para evitarmos os desequilíbrios emocionais. Enquanto isso ouçamos (leiamos) o que nos diz mais um especialista na área emocional... (Luciana)

Psicossomática – na raiz de toda doença existem feridas emocionais

Primeiramente é necessário esclarecer que a palavra psicossomática não deveria ser usada como um adjetivo para qualificar alguns tipos de doenças. Porque, para os estudiosos que abordam o ser humano de forma integral, psicossomática é um substantivo presente em toda forma de adoecimento, incluindo todas as formas de sintomas físicos, mentais, relacionais, familiares, profissionais, sociais e espirituais. Por isso pode-se afirmar com total segurança de que qualquer sintoma é uma espécie de secreção simbólica que, de forma violenta, viola o aparente equilíbrio do indivíduo, para poder revelar à sua consciência os segredos secretos do seu amor ferido. Ou seja, o sintoma é um dos meios que a natureza psíquica utiliza para denunciar à consciência egóica de que o indivíduo está cindido, desintegrado, separado ou dividido neuroticamente.

Nessa premissa, quando surge qualquer tipo de sintoma, ates de eliminá-lo, devemos transformá-lo em um guia para o autoconhecimento, para evitarmos seu reaparecimento recorrente ou o surgimento de novos sintomas mais graves e mórbidos. Porém, em função da nossa sociedade estar cada vez mais fascinada e, conseqüentemente, dominada pelo racionalismo científico, que pretende normatizar tudo para manter a normalidade de tudo, e pelo capitalismo neoliberal, que transforma tudo em negócio, objetivando lucro, acúmulo e poder excludente, compreender psicossomaticamente os sintomas é muito ruim, pois irá expor toda doença contemporânea, denunciando o quanto que o normal está distante do natural.

Intimamente sabemos que a natureza não pode ser controlada por muito tempo, e se passarmos a ser mais flexíveis, abrindo mão da ilusão do controle, diminuirá a exuberância do descontrole e, com isso, relativizaremos as normas, portanto, os sintomas e as crises. Mas quando surgem as crises e seus sintomas, é necessário fazer uma boa anamnese, equivalente a recordar – relembrar as emoções – que estão associadas ao sintoma, incluindo análise simbólica do órgão, sistema, função ou tecido doente, as conseqüências deste sintoma, tanto no que o indivíduo deixou de fazer, quanto no que ele passou a fazer, e mais uma enorme gama de análises que podem contribuir para que a ferida secreta venha à tona.

Com isso, as mágoas podem ser choradas para evitarmos que outros olhos ou pessoas as chorem por nós. Assim como os ressentimentos, os sentimentos de culpa, inferioridade, abandono, desejos de vingança, ansiedade ou medo, podem ser reconhecidos, ressignificados e superados. Só assim a pessoa poderá envelhecer com bom humor, condição essencial para que o sistema imunológico atue eficientemente, pois ele reage imediatamente a qualquer tipo de situação onde esses aspectos negativos estão atuantes no psiquismo do indivíduo, deixando de ser funcional, chegando até a se voltar contra o próprio organismo, como é o caso das doenças auto-imunes.

Nossa imunovigilancia é absolutamente capaz de nos deixar protegidos de qualquer agende antigênico – de genética diferente da nossa – eliminando eficazmente qualquer tipo de vírus, bactéria, fungo e até vermes nocivos. Além disso, o sistema imunológico também tem competência de localizar e eliminar toda célula aberrante que surge em decorrência do contínuo e natural processo de renovação celular, onde a cada dia morre (apoptose ou necrose) e nasce (repasse mitótico) cerca de um trilhão das 100 trilhões de células que possuímos. Sem esquecermos que temos dez vezes mais microorganismos, de centenas de espécies, vivendo simbioticamente em nosso organismo, também regulados pelo sistema imunológico que, por sua vez, é absolutamente sensível às influencias negativas do humor.

Essas considerações servem para mostrar a magnitude e a importância do conhecimento e da prática da psicossomática no âmbito da saúde. Por tudo isto o profissional de saúde, independente da sua área de atuação, especialização ou formação, deveria estar consciente dessas implicações para poder atuar, o melhor possível, diante de todas as queixas trazidas por seus clientes, evitando a simples supressão sem o bônus do autoconhecimento, advindo da ampliação simbólica do mesmo. Além de adquirir flexibilidade de relacionamento humano e capacidade de doação, onde os critérios técnicos são substituídos pela força da ligação afetiva em busca da cura, que equivale à integração dos opostos por meio do autoconhecimento, onde o natural pode se expressar livremente no normal ou, infelizmente, na normose coletiva.

PAZ E BEM

Waldemar Magaldi

WWW.waldemarmagaldi.com

Psicólogo, analista junguiano, psicossomatista, homeopata, mestre e doutor em ciências da religião. Coordenador dos cursos de pós-graduação lato-sensu da FACIS (WWW.facis.edu.br) em SP e do ICEP no DF (www.icepdf.com.br), titulando especialistas em Psicossomática, Psicologia Junguiana e DAC - Dependências, Abusos e Compulsões. Autor do livro: ”Dinheiro, saúde e sagrado”.

Interações ansiosas

Divulgação Científica -12/4/2010 -Agência FAPESP
Uma conexão biológica entre estresse, ansiedade e depressão foi identificada pela primeira vez por um grupo de cientistas da Universidade de Ontario Ocidental, no Canadá. A descoberta foi publicada neste domingo (11/4) no site da revista Nature Neuroscience.
Ao identificar o mecanismo no cérebro responsável pela ligação, o grupo liderado por Stephen Ferguson conseguiu mostrar como o estresse e a ansiedade podem levar à depressão.
O estudo também resultou no desenvolvimento de um inibidor molecular que poderá, de acordo com os autores, levar a um novo caminho para o tratamento da ansiedade, da depressão e de outros distúrbios relacionados.
Em experimentos em camundongos, os pesquisadores identificaram o caminho da conexão e puderam testar o inibidor. “Os resultados do estudo indicam que poderemos ter uma nova geração de drogas e de alvos dessas drogas que possam ser usadas para identificar a depressão e tratá-la com mais eficiência do que os métodos atuais”, disse Ferguson.
Segundo o cientista, o próximo passo da pesquisa será verificar se o inibidor desenvolvido poderá resultar em um agente farmacológico.
“De acordo com a Organização Mundial da Saúde, depressão, ansiedade e outros distúrbios de comportamento estão entre as causas mais prevalentes de doenças crônicas. Ao explorar o potencial da biologia molecular, Ferguson e colegas mostraram novos caminhos que poderão se mostrar importantes para a melhoria das vidas de muitas pessoas que sofrem com esses problemas”, disse Anthony Phillips, diretor dos Institutos Canadenses de Pesquisa em Saúde, que financiou a pesquisa.
O mecanismo de conexão descoberto envolve a interação entre o receptor de fator de liberação de corticotropina 1 (CRFR1) e tipos específicos de receptores do neutrotransmissor serotonina (5-HTR).
O estudo revelou que o CRFR1 atua no aumento do número de 5-HTR em superfícies de células no cérebro, o que pode causar uma sinalização anormal.
Como a ativação do CRFR1 leva à ansiedade em resposta ao estresse, e como o 5-HTRs induz ao estado depressivo, a pesquisa verificou como os caminhos do estresse, da ansiedade e da depressão se conectam por meio de processos distintos no cérebro.
O fator inibidor desenvolvido pelos pesquisadores bloqueou, em camundongos, os caminhos, reduzindo os comportamentos de ansiedade e de depressão potencial, disseram os autores.
O artigo CRF receptor 1 regulates anxiety behavior via sensitization of 5-HT2 receptor signaling (doi:10.1038/nn.2529), de Stephen Ferguson e outros, pode ser lido por assinantes da Nature Neuroscience em www.nature.com/neuro.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Aumenta o consumo de frutas e hortaliças no Brasil e cai número de pessoas que praticam exercícios

Nutrociência (news@nutrociencia.com.br) 07/04/2010 , às 12h52

18,9% da população optam por cinco ou mais porções diárias desses alimentos, 2,6 vezes mais que três anos atrás. Por outro lado, preocupa o crescimento do consumo de refrigerantes, de produtos gordurosos e o aumento do sedentarismo no país
As frutas e hortaliças estão mais presentes no prato do brasileiro. Estudo inédito do Ministério da Saúde revela que 30,4% da população com mais de 18 anos optam por esses alimentos cinco ou mais vezes na semana. E 18,9% consumiram cerca de cinco porções diariamente em 2009 - 2,6 vezes mais que o registrado em 2006, 7,1%. Isso equivale as 400 gramas diárias recomendadas pela Organização Mundial de Saúde. Contudo, o Ministério da Saúde alerta para o aumento no consumo de alimentos com alto teor de açúcar e gordura e do número de sedentários no país.
Os dados sobre o perfil da alimentação do brasileiro e o hábito de fazer atividade física integram levantamento realizado todo ano pelo Ministério da Saúde, o Vigitel. Foram entrevistadas 54.367 entre os dias 12 de janeiro e 22 de dezembro de 2009. O levantamento foi apresentado durante a comemoração do Dia Mundial de Saúde nesta quarta-feira, 7 de abril, na sede da Organização Pan-americana de Saúde (OPAS), em Brasília.
O ministro José Gomes Temporão participou da cerimônia e fez um alerta sobre os riscos da mudança no estilo de vida da população. "A alimentação adequada e a prática regular de exercício ajudam a prevenir doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão e câncer. O Ministério tem estimulado hábitos saudáveis, espaços de convivência e para esportes nas cidades brasileiras, com repasse de verbas, e com ações de promoção da saúde nas equipes de saúde da família e por meio do Programa Saúde na Escola", destaca. HÁBITO ALIMENTAR - De acordo com uma das responsáveis pela pesquisa, Deborah Malta, os dados demonstram o impacto das mudanças no padrão alimentar do brasileiro - que acompanha tendência mundial de maior consumo de alimentos gordurosos - e, ao mesmo tempo, a preocupação de uma parcela da população em reverter esse quadro. "Tem reduzido o percentual de pessoas que almoçam em casa ou preparam sua refeição, e assim as pessoas acabam optando por alimentos mais práticos e, geralmente, mais gordurosos, como os pré-cozidos, enlatados ou mesmo os fast-foods", afirmou Deborah, que também é coordenadora-geral de Doenças e Agravos Não-transmissíveis do Ministério da Saúde. Segundo ela, a maior busca por frutas e hortaliças é o resultado de um processo de conscientização e das políticas de incentivo a hábitos saudáveis. "O desafio é ampliar o acesso a essas iniciativas", destaca.
Outro ponto positivo no hábito alimentar do brasileiro é a queda de 15,8% no consumo de carnes vermelhas gordurosas ou pele de frango. Em 2009, 33% dos adultos comiam carnes com excesso de gordura contra 39,2% em 2006. A conscientização, tanto em relação ao consumo de vegetais quanto à escolha de carnes mais leves, segundo Deborah Malta, pode ser atribuída às políticas de incentivo a alimentação saudável.
REFRIGERANTES - Contudo, os dados demonstram também que refrigerantes e sucos artificiais (aqueles em pó dissolvidos em água) participam ativamente da dieta do brasileiro. Ao todo, 76% dos adultos bebem esses produtos pelo menos uma vez na semana e 27,9%, cinco vezes ou mais na semana. O consumo regular, quase todo dia, aumentou 13,4% em um ano. Em 2008, 24,6% da população bebia refrigerantes cinco ou mais vezes na semana.
Entre os mais jovens, de 18 a 24 anos, o índice é ainda maior, 42,1% bebem refrigerantes quase todos os dias. Além disso, as versões light ou diet do produto não são tão requisitadas. Só 15% da população adulta optam por eles. O leite com teor integral de gordura também é o preferido: 58,4% da população consomem esse produto cinco ou mais vezes na semana. Um aumento de quase 2% em três anos. Em 2006, 57,4% da população preferiam os integrais ao invés de desnatados ou semi-desnatados.
Já o consumo de feijão, tão comum na culinária brasileira, está caindo. Esse alimento, que é rico em fibra e ferro, em 2009, fez parte do cardápio de 65,8% dos adultos cinco ou mais vezes na semana. Em 2006, o índice era 71,9%, o que representa uma queda de 8,4% em três anos. "O feijão requer tempo de preparado e pressupõe uma comida caseira. Com a mudança no estilo de vida da população, ele está saindo da rotina do brasileiro", afirma Deborah Malta. Segundo ela, para reverter o quadro, é preciso ampliar as políticas de promoção da saúde, além de esforços de outros setores do governo, como educação, agricultura e comércio.
SEDENTARISMO - As ações também devem estar integradas ao incentivo e orientação para a prática regular de exercícios físicos. "Hoje observamos um predomínio de alimentos com alto teor de gordura e açúcar na dieta do brasileirão, e isso não é compensado com aumento de atividades físicas. Pelo contrário, as pessoas estão mais sedentárias", alerta Deborah Malta.
Os dados da pesquisa confirmam essa realidade. Apenas 14,7% dos adultos fazem atividades físicas no tempo livre com a regularidade necessária - 30 minutos diários, cinco vezes por semana. Considerando aqueles que se deslocam para o trabalho ou para escola a pé ou de bicicleta, o índice sobe para 30,8%. O estudo demonstra ainda aumento do número de sedentários no país, que hoje representam 16,4% da população, ou seja, pessoas que não fazem nenhuma atividade física no tempo livre, no deslocamento, na limpeza da casa ou outros trabalhos pesados. Esse índice é 24% maior que o registrado em 2006, quando havia 13,2% de adultos inativos fisicamente.
Nos períodos de descanso, é a televisão que distrai o brasileiro. A pesquisa mostrou que 25,8% dos adultos passam três ou mais horas em frente à TV e isso acontece cinco vezes ou mais na semana. "Isso demonstra que as pessoas optam cada vez mais por um lazer passivo ao invés de praticar esportes ou outras atividades físicas", afirma Deborah Malta.
Para a melhoria da qualidade de vida da população, o governo federal instituiu, em 2006, a Política Nacional de Promoção da Saúde. Desde então, estados e municípios recebem incentivos financeiros para ações de estimulo à prática de exercícios físicos, alimentação saudável e construção de espaços de convivência e lazer.

Caminhar e menor risco de AVC

Agência FAPESP - 7/04/2010

Mulheres que caminham pelo menos duas horas por semana ou que costumam andar rapidamente (5 km/h ou mais) têm risco significativamente menor de desenvolver um acidente vascular cerebral (AVC) do que as que não costumam praticar atividade física.

A afirmação é de um estudo feito nos Estados Unidos e que será publicado em breve na revista Stroke, da American Heart Association. De acordo com a pesquisa, os riscos foram menores para AVC em geral e em suas formas isquêmica e hemorrágica.

As mulheres que caminharam em passos acelerados apresentaram risco 37% menor de qualquer tipo de AVC. As que andaram mais de duas horas por semana tiveram risco 30% menor, ambas em comparação com mulheres sedentárias.

No caso de AVC hemorrágico, os riscos foram 68% menor para as que caminharam vigorosamente e 57% menor para as que andaram pelo menos duas horas por semana.

“A atividade física é um comportamento importante para a prevenção de AVC. Trata-se de um hábito essencial para promover a saúde e reduzir o risco de doenças cardiovasculares. Caminhar é apenas uma forma de atividade física”, disse Jacob Sattelmair, da Faculdade de Saúde Pública Harvard, principal autor do estudo.

“Embora a relação exata entre diversos tipos de atividade física e diferentes subtipos de acidente vascular cerebral permaneça desconhecida, os resultados desse estudo específico indicam que caminhar, em particular, está associado com o menor risco de AVC”, afirmou o pesquisador.

Os autores do estudo acompanharam 39.315 mulheres, com idade média de 54 anos, que participaram de um levantamento nacional sobre saúde feminina. A cada dois ou três anos, as participantes descreveram as atividades físicas conduzidas em horas de lazer no ano anterior.

As atividades envolviam caminhar, correr, andar de bicicleta, fazer exercícios aeróbicos e praticar esportes. Atividades ocupacionais, domésticas ou comportamentos sedentários não foram considerados.

Os ritmos de caminhada foram divididos em nenhum, casual (cerca de 3,2 km/h), normal (4,6 km/h), acelerado (6,2 km/h) e muito acelerado (acima de 6,4 km/h). Nos quase 12 anos em que foram acompanhadas, 579 mulheres tiveram um AVC (473 isquêmicos, 102 hemorrágicos e quatro não identificados).

“O acidente vascular cerebral é a terceira principal causa de morte nos Estados Unidos e uma das principais causas de incapacidade. Por conta disso, é muito importante identificar fatores capazes de modificar riscos”, disse Sattelmair.

Segundo o pesquisador, os resultados não se estendem aos homens. “A relação entre caminhar e menor risco de AVC ainda é inconsistente entre homens”, disse.

O artigo Physical activity and risk of stroke in women (10.1161/strokeaha.110.584300), de Jacob R. Sattelmair e outros, pode ser lido em http://stroke.ahajournals.org.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

O URSO FAMINTO

Certa vez, um urso faminto perambulava pela floresta em busca de alimento. A época era de escassez, porém, seu faro aguçado sentiu o cheiro de comida e o conduziu a um acampamento de caçadores.
Ao chegar lá, o urso, percebendo que o acampamento estava vazio, foi até a fogueira, ardendo em brasas, e dela tirou um panelão de comida.
Quando a tina já estava fora da fogueira, o urso a abraçou com toda sua força e enfiou a cabeça dentro dela, devorando tudo. Enquanto abraçava a panela, começou a perceber algo lhe atingindo.
Na verdade, era o calor da tina... Ele estava sendo queimado nas patas, no peito e por onde mais a panela encostava.
O urso nunca havia experimentado aquela sensação e, então, interpretou as queimaduras pelo seu corpo como uma coisa que queria lhe tirar a comida. Começou a urrar muito alto.
E, quanto mais alto rugia, mais apertava a panela quente contra seu imenso corpo.
Quanto mais a tina quente lhe queimava, mais ele apertava contra o seu corpo e mais alto ainda rugia.Quando os caçadores chegaram ao acampamento, encontraram o urso recostado a uma árvore próxima à fogueira, segurando a tina de comida.
O urso tinha tantas queimaduras que o fizeram grudar na panela e, seu imenso corpo, mesmo morto, ainda mantinha a expressão de estar rugindo.
Quando terminei de ouvir esta história de um mestre, percebi que, em nossa vida, por muitas vezes, abraçamos certas coisas que julgamos ser importantes.

Algumas delas nos fazem gemer de dor, nos queimam por fora e por dentro, e mesmo assim, ainda as julgamos importantes.

Temos medo de abandoná-las e esse medo nos coloca numa situação de sofrimento, de desespero.

Apertamos essas coisas contra nossos corações e terminamos derrotados por algo que tanto protegemos, acreditamos e defendemos.
Para que tudo dê certo em sua vida, é necessário reconhecer, em certos momentos, que nem sempre o que parece salvação vai lhe dar condições de prosseguir.
Tenha a coragem e a visão que o urso não teve.
Tire de seu caminho tudo aquilo que faz seu coração arder.
Solte a panela!

Autor: Desconhecido