domingo, 7 de dezembro de 2008

O PAPEL DO OUTRO NA NOSSA VIDA MENTAL

O trabalho diário do psicanalista está intimamente ligado às relações dos seus pacientes com outras pessoas. A existência destas representações mentais dos outros, que compartilham as características de pessoas "reais" tanto como sua capacidade de provocar resposta comportamental "diferente", levanta problemas conceituais críticos para qualquer teoria dinâmica da mente. Tais imagens correspondem a vários nomes na literatura psicanalítica. Em sistemas teóricos diferentes elas são chamadas de "objetos internos", "outros ilusórios", "introjetos", "personificação" ou constituintes de um "mundo representacional". Suas funções na economia psíquica são também uma questão de debate, podendo ser compreendidas como a serviço de um tipo de frouxa imagem antecipatória daquilo que é esperado das pessoas num mundo real; como se tornando intimamente ligadas à experiência do indivíduo de quem ele é; como perseguidor, preenchendo a função de um tipo de quinta-coluna interna crítica ou como uma fonte de segurança e recurso interno, chamado em tempos de estresse e isolamento. O que em geral concorda-se sobre estas imagens é que elas se constituem num resíduo da mente, de relações com pessoas importantes na vida do indivíduo. De alguma forma, trocas cruciais com outros deixam suas marcas; elas são "internalizadas" e, assim, passam a formar atitudes subsequentes, reações, percepções, e assim por diante. (Greenberg & Mitchell - As relações objetais na teoria psicanalítica, 1984)

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