sexta-feira, 6 de maio de 2011

ALIMENTAÇÃO: Aliado ou Inimigo das Atividades Físicas?

Muito comum na atualidade o sonho de um corpo “idealizado” e nem sempre realizável para o indivíduo...
Estamos na era dos corpos malhados e sarados, dos rapazes tanquinhos e moças popozudas, tudo visa o físico, a escultura externa da criatura.
Pessoas são levadas à exaustão física e mental, na busca desenfreada pela sua forma exterior mais bela. É como se o interior da criatura não seja suficientemente belo, para encantar seu próprio mundo ou de alguém.
Há correria para achar o melhor suplemento alimentar, o melhor equipamento que seja capaz de fazer hipertrofia muscular (aumento da massa muscular), e os exercícios são realizados de forma diária, com cargas altíssimas, poucas horas de descanso, e o corpo vai sendo levado à fadiga muscular, à baixa de resistência física, e aparecem alguns sintomas não pensados como conseqüência da falsa idealização.
Quando vemos esse quadro nos perguntamos: onde estarão os profissionais da saúde, onde está o Médico, o Educador Físico, o Nutricionista? Porque não há direcionamento adequado do jovem cujo ideal de corpo irá sucumbir de forma trágica?
Percebemos que o indivíduo está sendo levado pela fala dos amigos, dos colegas, das revistas, da pesquisa feita na internet, todos podem ter até boa vontade, mas não têm formação adequada para orientar o indivíduo. É como se esses indivíduos se deixassem ser operados em um centro cirúrgico de Clínica Veterinária, por uma pessoa cega! Esquecem-se de que são indivíduos, que precisam de avaliação clínica, física e nutricional.
Que para atingir um físico adequado à sua realidade, precisará ouvir esses profissionais, e que cada um na sua área irá ajudá-lo a enxergar o que o corpo pode se tornar, sem levar à falência. Poderão levar o físico à realidade.
É preciso que a pessoa cujo interesse seja melhorar a forma física, deixar o externo mais belo, se preocupe com o interior dela, com as horas de descanso, com sua alimentação, com sua distração, com sua capacidade física, etc...
E você caro leitor (a) deve estar pensando: o que comer para render mais? Haverão alimentos capazes de nos levar ao país dos sonhos?
Convido você para realizar uma viagem na Alimentação e Atividade Física, onde primeiro há necessidade de se questionar:
PARA QUÊ QUERO MEU FÌSICO DE TAL JEITO? MEU OBJETIVO É PARA RESPOSTA A CURTO, MÉDIO OU LONGO PRAZO?
DISPONHO-ME A SEGUIR UM CAMINHO ORIENTADO POR PROFISSIONAIS QUALIFICADOS E OUVIR O QUE ME DIZEM?
TENHO NA MENTE QUE CORPOS SÃO MUDADOS ATRAVÉS DE UM PLANO DE TRABALHO, SEM MÁGICAS?
CONSIGO ENTENDER QUE OS ALIMENTOS CONSUMIDOS POR MIM, APÓS DIGESTÃO E ABSORÇÃO, ME FORNECEM SUBSTRATO PARA O CORPO?
O objetivo desse artigo é fazermos uma reflexão sobre o que esperamos com o nosso físico para assim podermos ir atrás da melhor conduta alimentar e do melhor exercício físico.
É necessário primeiramente que entendamos algumas regaras básicas da alimentação, onde a necessidade energética do indivíduo é composta pelo metabolismo basal (respiração, bombeamento do coração, atividade do sistema nervoso, etc.). A variável que mais interfere no consumo energético é a intensidade da atividade física entre o repouso e o exercício intenso.
A quantidade de proteína na dieta, para indivíduo adulto sem atividade física é em média 0,8 a 1 g/ Kg de peso corpóreo, tendo concomitante a ingestão adequada de carboidratos e lipídios para que as proteínas não sejam utilizadas como fonte de energia. Dependendo da atividade física, a ingestão de proteína pode variar de 0,8 a 2,4g/Kg de peso corpóreo.
Os lipídios podem ser substituídos pelo carboidrato, no tocante ao fornecimento de energia, entretanto, são indispensáveis por conterem ácidos graxos essenciais ao organismo, e por serem veículo para absorção de vitaminas lipossolúveis.
Para termos uma idéia, quando se faz treinamento para hipertrofia muscular há necessidade de aumentar a ingestão calórica (50kcal/Kg de peso), sendo que a ingestão de carboidrato deve estar em 8g/Kg/dia; proteínas 1,6g/Kg/dia; lipídeos 1,4g/Kg/dia; e, na definição muscular a ingestão caloria é de 44 kcal/Kg, a ingestão de carboidratos é de 5g/Kg/dia, proteínas 3 g/Kg/dia e lipídeos 1g/Kg/dia.
Não cabe aqui definir quais alimentos devem ser consumidos e a que momento da atividade física, porque cada indivíduo é único e deve ser orientado ao que seu mundo interno necessita, mas é necessário uma avaliação criteriosa da população em entender que atleta é diferente do indivíduo que pratica atividade física 3 vezes na semana.
Excesso de nutrientes como proteína, por exemplo, levam ao desgaste dos rins, e lá na frente, quando o tempo chegar o corpo irá mostrar que o efeito de hoje tem conseqüência negativa. Enquanto o exterior vai parecendo belo, o interior vai sendo deteriorado...
Acordemos para a realidade: busquemos na atividade física o bem estar físico; encontremos na alimentação um fonte de saúde onde os alimentos se completam diariamente, e procuremos um profissional que nos mostre as ações no exterior e interior do corpo, para que façamos nossa MELHOR ESCOLHA!

(Luciana Di Pietro Magri - Revista Bons Hábitos, n 7 abril/maio 2011)

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