No Carnaval saímos dançando com máscaras, perguntando QUEM É VOCÊ...
A Páscoa trás o RENASCIMENTO, e você nem se lembra mais de perguntar QUEM É VOCÊ, porque nasceu e sabe QUEM É VOCÊ, mas NÃO conhece e nem sabe NADA do outro!!!! No entanto, sabe tanto de outro...
Elizabet Gilbert em seu livro Comprometida, descreve sobre As Cidades Invisíveis de Italo Calvino e me fez recordar de todas as Festas e Tristezas pelas quais passei, até me encontrar...
Conta ela que numa cidade imaginária (Eufemia) os mercadores de todos os países se reúnem em cada solstício e equinócio (O solstício e o equinócio ocorrem duas vezes por ano, nos dias 22 de dezembro e 22 de junho, no caso do solstício, e nos dias 23 de setembro e 21 de março para o equinócio.) para trocar mercadorias e para trocar histórias, trocar intimidades pessoais. Os homens se reúnem à noite, em torno das fogueiras no deserto, e cada um fala uma palavra, como "irmã", "lobo" ou "tesouro enterrado", e cada um deles conta sua história sobre irmãs, lobos e tesouros enterrados.
Nos meses seguintes, muito tempo depois de partirem da cidade Eufemia, quando estão sozinhos em seus camelos, e têm longa caminhada até outras terras, os mercadores combatem o tédio desencavando lembranças. E descobrem que trocaram as lembranças...
O que é a vida senão a lembrança de todas as vidas???
Nos momentos felizes nos lembramos das pessoas que também estão felizes, e nos momentos de tristezas nos lembramos da dor alheia...
Nos confortamos com as lembranças dos companheiros de viagem...
ENTRETANTO, é de estarrecer que há quem não tenha Lembranças e há quem você não consiga ter lembrança, talvez porque não tenha se reunido com a pessoa para ouvir suas ideias e ideais e transformá-las em lembranças (eu diria que é a pessoa Carnaval, onde você pergunta QUEM É VOCÊ,mas a pessoa não responde ou o Baile acaba antes da resposta dela...).
Mas há lembranças que fazem você percorrer um vida... lembranças trocadas em curto período da sua vida, poucos minutos de conversa trocada, pouco tempo de história trocada, mas que deixam tantas lembranças...
Não tente contar essas lembranças a qualquer pessoa, porque ela não viveu os momentos do contar a história e não entenderá o que são essas lembranças...
Importa que você tenha Lembranças e tenha certeza de que sua história também é lembrança para viajantes do tempo, onde o imaginário é real e o real é agora!
segunda-feira, 25 de abril de 2011
segunda-feira, 4 de abril de 2011
A dor, o Alzheimer e a lembrança
Depois da Rejeição cientificamente comprovada, estamos na busca da cura para o Mal de Alzheimer...
Doença ingrata que nos faz pensar no que somos, em quem somos, com quem estamos e para que somos ou estamos...
Quando no ápice da vida, triunfamos as derrotas, aprendemos contornar obstáculos, aprendemos ceder em prol de alguém, aposentamos do trabalho árduo de horas diárias, e achamos que vamos poder curtir, chega a visita do ESQUECIMENO...
Acabamos nem lembrando quem somos... O que fazer??
Por enquanto acredito que quando o esquecimento passa a fazer parte da nossa perda de neurônios, o nada passa a existir para quem vê o MAl tomar conta daquele cérebro que tanto trabalhou...
Penso que o Mal é MAU para quem como nós, nos apegamos a um físico, a algo ou a alguém... Pergunto-me: que força tem esse MAL, capaz de deixar o AMOR para traz???
Perguntas, indignações, reflexões...
Não há nada para falar, pensar, ou agir. O MAL me torna MAU, porque fico sem o BOM do meu lado...
Serei BOA então?
Restam-me apenas as lembranças...
Lembranças que quero deixar na alma.
Que quero levar comigo por todas as vidas que viver a fora...
Se um dia o MAL chegar pra mim e quiser ficar comigo, quiser apagar minha memória, que seja feita a vontade do BOM que está no CÉU e sabe o quanto de AMOR tenho capaz de aprender a AMAR até o MAL DE ALZHEIMER, porque através dele, consegui enxergar meus limites.
Enquanto o Mal não chega, e não há de chegar, que as lembranças sejam vividas,
Que a vida seja abençoada e curtida e, que descubramos o que fazemos aqui na Terra, para um dia se necessário partir com o MAL, que saiamos da vida do corpo deixando o MAL na terra e levando a grande vida que vivemos na Terra, porque não fomos MAU.
FUIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIiii
(Luciana Di Pietro Magri)
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