quinta-feira, 29 de julho de 2010

Nutrição contra doenças

Notícias - Conferências reúnem especialistas em nutrigenômica e defesas contra o câncer - Edição Online - 19/07/2010


Um grupo de pesquisadores em nutrigenômica – a área da ciência que relaciona nutrição e genes –, entre os quais cerca de 80 especialistas de outros países, vai se reunir em setembro no Guarujá, litoral paulista. O objetivo da Conferência Internacional sobre Nutrigenômica é discutir avanços e estratégias para aumentar o conhecimento sobre a influência dos nutrientes na saúde.

Para manter uma boa saúde e até prevenir doenças como o câncer, não basta comer os alimentos recomendados nas quantidades indicadas nas tabelas internacionais. “O brasileiro usa suplementos de vitaminas sem os critérios corretos”, afirma a presidente do comitê organizador da conferência, a bióloga Lucia Ribeiro, da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Não é uma crítica à população do Brasil. O problema é que os dados que compõem o rótulo de suplementos alimentares são elaborados conforme números obtidos em estudos feitos na Europa e nos Estados Unidos. E as populações não são necessariamente iguais.

Ampliar esse conhecimento é o objetivo de um consórcio internacional de pesquisadores em nutrigenômica, área ainda incipiente no Brasil. No futuro, os pesquisadores pretendem saber o suficiente sobre como o metabolismo de nutrientes está associado aos genes para poder fazer recomendações individualizadas. Esse dia ainda está longe, mas Lucia – que desenvolve pesquisa em vitamina D integrada aos esforços internacionais – está contribuindo para que o Brasil embarque nessa busca.

Um dos destaque da programação será a presença da princesa da Tailândia Chulabhorn Mahidol, que é química e preside um instituto de pesquisa centrado na ação de componentes das plantas na mutação e no câncer. A Conferência Internacional sobre Nutrigenômica (ver programa aqui) e a 10ª Conferência Internacional sobre Mecanismos de Antimutagênese e Anticarcinogênese (ver programa aqui) acontecerão entre os dias 26 e 29 de setembro no Guarujá. Inscrições podem ser feitas no site do congresso até a véspera do encontro, e até o dia 31 de julho ainda é possível inscrever trabalhos.

NÃO À FOME

FAO pede que as pessoas fiquem furiosas na luta contra fome

Para ler o aviso abaixo "clique" na imagem e você conseguirá ler. Caso queira aumentar a letra basta "clicar" duas vezes na imagem.
Trabalhemos contra a FOME. O documento pode ser assinado por meio do site www.1billionhungry.org.
Lembremo-nos de que é importante também trabalharmos a favor do AMOR que ALIMENTA nossas ALMAS!
Luciana



A Cobra e o Sistema Nervoso

"Tudo na vida tem dois sentidos, e, é preciso que seja assim porque senão seria monótona demais...rsrsrsr
Artigo iteressante esse onde vemos que a Cobra, animal peçonhento e repudiado por todos, agora terá seu valor para nós.
É por isso que eu digo: "É PRECISO QUE SE TENHA UM NOVO OLHAR PARA TODOS E PARA TUDO"
Boa Leitura...
(Luciana)



Cola para os nervos
Agência FAPESP - Especiais - 29/7/2010 - Por Fábio de Castro



A realização de reparos eficientes em lesões do sistema nervoso é um desafio para a medicina. Compreender o rearranjo dos circuitos neurais provocado por essas lesões pode ser um passo fundamental para otimizar a sobrevivência e a capacidade regenerativa dos neurônios motores e restabelecer os movimentos do paciente.

A partir de investigações sobre esses mecanismos de rearranjo dos circuitos nervosos, um grupo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) está desenvolvendo um modelo inovador que associa terapia celular ao reimplante das raízes nervosas.

Para restabelecer a conexão entre o sistema nervoso periférico e o central, os pesquisadores utilizam células-tronco mononucleares de medula óssea e uma “cola” desenvolvida a partir do veneno de serpentes.

O projeto é coordenado por Alexandre Leite Rodrigues de Oliveira, professor do Departamento de Anatomia, Biologia Celular e Fisiologia e Biofísica, e conta com apoio da FAPESP por meio da modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular.

Participam também do projeto Roberta Barbizan, orientanda de doutorado de Oliveira no Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Estrutural da Unicamp, Rui Seabra Ferreira Júnior, professor do Departamento de Doenças Tropicais e Diagnóstico por imagem da Faculdade de Medicina (FMB) da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), em Botucatu e Antônio de Castro Rodrigues, professor da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB), da USP.

Coordenador do Laboratório de Regeneração Nervosa da Unicamp, Oliveira apresentou na segunda-feira (26/7), durante o 15º Congresso da Sociedade Brasileira de Biologia Celular, em São Paulo, modelos utilizados por sua equipe para investigar os mecanismos de regeneração do sistema nervoso central e periférico.

Este ano, o grupo já publicou artigos sobre o tema nas revistas Neuropathology and Applied Neurobiology, Journal of Comparative Neurology e Journal of Neuroinflammation.

“Após lesão no sistema nervoso – periférico ou central –, ocorre um rearranjo considerável dos circuitos neurais e das sinapses. Entender esse rearranjo é importante para determinar a sobrevivência neural e a capacidade regenerativa posterior”, disse Oliveira à Agência FAPESP.

Para estudar os mecanismos de regeneração, os cientistas utilizam técnicas que unem microscopia eletrônica de transmissão, imuno-histoquímica, hibridação in situ e cultura de células gliais e neurônios medulares.

“Procuramos associar a terapia celular ao reimplante das raízes nervosas. Para isso, temos usado células-tronco mesenquimais e mononucleares no local da lesão ou nas raízes reimplantadas. A ideia não é repor neurônios, mas estimular troficamente essas células e evitar a perda neural, de modo a conseguir otimizar o processo regenerativo”, disse.

O projeto mais recente do grupo envolve o uso de um selante de fibrina – uma proteína envolvida com a coagulação sanguínea –, produzido a partir de uma fração do veneno de jararaca pelo Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Botucatu.

“Os axônios dos neurônios motores saem da medula espinhal e entram na raiz nervosa, dirigindo-se aos nervos. O nosso modelo emprega essa ‘cola’ biorreabsorvível para reimplantar as raízes nervosas na superfície da medula, onde o sistema nervoso periférico se conecta ao sistema nervoso central. Associamos essa adesão às células-tronco, que produzem fatores neurotróficos – isto é, moléculas proteicas capazes de induzir o crescimento e a migração de expansões das células neurais”, explicou Oliveira.

Quando as raízes motoras são arrancadas, cerca de 80% dos neurônios motores morrem duas semanas após a lesão. Mas os motoneurônios que sobrevivem têm potencial regenerativo após o reimplante de raízes nervosas.

“Porém, na maioria das vezes, o reimplante das raízes não é suficiente para se obter um retorno da função motora, porque a lesão causa uma perda neuronal grande demais. Por isso, é preciso desenvolver estratégias para diminuir a morte neuronal após a lesão. Achamos que o uso do selante de fibrina pode auxiliar nesse processo”, indicou.

Segundo Oliveira, quando há uma lesão periférica – comum em acidentes de trabalho, por exemplo –, com transecção ou esmagamento de nervos, ocorre uma resposta retrógrada, isto é, uma reorganização sináptica visível na medula espinhal, onde se encontram os neurônios.

“O interessante é que, quando a lesão é periférica, o neurônico sinaliza de alguma forma para a glia – o conjunto de células do sistema nervoso central que dão suporte aos neurônios –, que se torna reativa. Essa reatividade está envolvida no rearranjo sináptico por meio de mecanismos ainda pouco conhecidos. Nosso objetivo é compreender e otimizar esse processo de rearranjo sináptico para, futuramente, criar estratégias capazes de melhorar a qualidade da regeneração neuronal”, afirmou.

Rearranjo sináptico

No laboratório da Unicamp, os cientistas induzem em ratos e camundongos doenças como a encefalomielite autoimune experimental – que é um modelo para estudar a esclerose múltipla. Após a indução de uma forma aguda da doença, os animais apresentam todos os sinais clínicos, tornando-se tetraplégicos de 15 a 17 dias após a indução.

“Por outro lado, eles se recuperam da tetraplegia muito rapidamente, entre 72 e 96 horas. O rearranjo sináptico induzido pela inflamação é tão grande que paralisa completamente a funcionalidade tanto sensitiva como motora, mas de forma transitória”, disse Oliveira.

No entanto, a esclerose múltipla destrói a bainha de mielina, uma substância que isola as terminações dos nervos e garante o funcionamento dos axônios. Segundo Oliveira, porém, essa bainha se recupera em surtos temporários: em alguns momentos há desmielinização; em outros, a resposta imune fica menos ativa, permitindo que a bainha de mielina se recomponha.

“O paradoxal é que, mesmo que a remielinização não tenha se completado, o animal volta a andar normalmente. Nossa hipótese é que o processo autoimune causa lesões cuja repercussão no sistema nervoso central é similar àquela que ocorre após uma injúria axonal. Transitoriamente, os neurônios param de funcionar. Quando a inflamação cede, as sinapses retornam muito rapidamente. No modelo animal, em algumas horas a função é retomada e os sinais clínicos vão desaparecendo”, disse.

Além do modelo da esclerose múltipla, os cientistas trabalham também com um modelo de lesão periférica dos nervos e na superfície da medula espinhal.

“Quanto mais perto da medula ocorre a lesão, mais grave a lesão em termos de morte neuronal. Todas são graves, mas aquela que ocorre perto da medula causa perda neuronal e aí não há perspectiva de recuperação. Mesmo com as vias íntegras, o neurônio que conecta o sistema central com o músculo morre e nunca mais haverá recuperação”, explicou o professor da Unicamp.

“Tanto no animal como no homem, ocorre uma perda grande de neurônios, mas da pequena porcentagem que resta, apenas cerca de 5% consegue se regenerar. No homem, entretanto, há uma demora de mais de dois anos para que se recupere alguma mobilidade. No rato, a mobilidade é recuperada em três ou quatro meses”, disse.

“Uma vez que isso foi descoberto, começou-se a tentar reimplantar as raízes, desenvolvendo estratégias cirúrgicas e tratamentos com drogas que evitem a morte neuronal nesse período em que há desconexão. Essa parece ser a saída mais promissora para evitar a perda neuronal e otimizar a regeneração”, afirmou.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

REFLETINDO NA MEDICIA DA ALMA...

Na vida é preciso que tenhamos um OLHAR ESPECIAL às pessoas e às "coisas"... Deixo um artigo interessante para refletirmos, lembrando a todos que tudo muito rígido QUEBRA!
O artigo abaixo não exprime o meu ideal, mas é necessário que vejamos alguns pontos de vista interessantes para pensar...
Boa leitura!
Luciana


Este é um artigo publicado no "La Vanguardia em 27/11/2002", é uma entrevista antiga, mas
de grande interesse. A Entrevistada por Victor-M.Amela é Ghislaine Lanctot, uma ex-médica e autora de "A Máfia Médica", que desafia o atual sistema de saúde.



"Tenho 61anos e nasci em Montreal (Canadá). Fui médica e hoje sou Ghislaine Lactot, médica da alma.
Divorciei-me duas vezes, tenho quatro filhos (de 37e 28 anos) e quatro netos.

Política? Soberania individual! Acredite em si mesmo: você é divino e se esqueceu.

A medicina moderna promove a doença, não a saúde: a denúncia sobre isso está em meu livro "A Máfia Médica".

Estou gripado, o que você me receita?

- Nada.

Nem um pouco de Frenadol?

- Por quê? Para encobrir os sintomas? Não. Cuide de seus sintomas, ouça-se! E sua alma vai lhe dar a receita.

Mas eu fico na cama ou não?


- Pergunte a si mesmo, e faça o que você sente que lhe convém mais. Acredite em si mesmo!

Mas os vírus não se importam com o que eu acredito!

Oh, agora vejo: você escolhe o papel de vítima.
Sua atitude é: "Eu peguei a gripe. Eu sou uma vítima de um vírus.
Preciso de remédio"!

- Claro que sim, como todos...

Bem, aí está... Minha atitude seria: "Eu me dei uma gripe de presente. Eu sou
o responsável! Devo me cuidar um pouco". E eu gostaria de ir para a
cama, repousaria, relaxaria, meditaria um pouco sobre como eu tenho me
maltratado ultimamente. ..

- V. se deu uma gripe de presente, você diz?

Sim! Sua doença vem de você, e não de fora. A doença é um presente que você faz para se encontrar consigo mesmo.

- Mas ninguém quer uma doença...

A doença reflete uma desarmonia interna em sua alma. Sua doença é o seu aliado, sinaliza que olhe para sua alma e veja o que acontece com você. Agradeça, pois lhe dá a oportunidade de fazer as pazes com você mesmo!

- Talvez o mais prático fosse um comprimido.. .

Fazer a guerra contra a doença?
Isso é o que sugere a medicina de hoje, e as guerras matam, sempre trazem a morte.

- Não me diga agora que a medicina mata...


Um terço das pessoas hospitalizadas o são pelo efeito dos medicamentos! Nos Estados Unidos, 700.000 pessoas morrem anualmente por causa dos efeitos colaterais dos medicamentos e dos tratamentos hospitalares.

- Morreriam do mesmo jeito sem medicação, ora.


Não. Não se mudarmos o foco: a medicina moderna se esqueceu da saúde, é uma medicina da doença e da morte! Não é uma medicina da saúde e da vida.
Medicina da doença? Esclareça!...

Na China antiga, um acupunturista era demitido se o seu paciente ficasse doente. Ou seja,
o médico cuidava de sua saúde! Entende? Toda nossa medicina é, portanto, um fracasso total.

- Prefere remédios alternativos, por quê?


Eles respeitam mais o corpo que a medicina industrial, é claro: a homeopatia (será a medicina do século XXI!) Acupuntura, fitoterapia, reflexoterapia, massoterapia. .. a prática da yoga... a meditação... são mais baratos... e bem menos perigosos.
- Mas eles não salvam ninguém do câncer.

Diga isso à medicina convencional! Ela o salvaria de um câncer?
- Pode fazer isso, sim.

O que fará com certeza é lhe envenenar com coquetéis químicos, lhe queimar com radiação, lhe mutilar com extirpações...

E, ainda por cima, a cada dia há mais câncer! Por quê? Porque as pessoas vivem esquecendo sua alma (que é divina): a paz de sua alma será a sua saúde, porque seu corpo é o reflexo material da sua alma. Se você se reencontrar com sua alma, se estiver em paz com
ela... não haverá câncer!

- Belas palavras, mas se seu filho tivesse câncer, o que você faria?

Alimentaria sua fé em si mesmo: isso fortalece o sistema imunológico, o que afasta o câncer. O medo é o pior inimigo! O medo compromete a sua autodefesa. Nada de medo,
nada de se render ao câncer! Tranqüilidade, convicção, delicadeza, terapias suaves...

- Desculpe-me, mas faz mais sentido ir a um oncologista, um médico especialista.

A medicina convencional só deve ser o último recurso, o extremo mesmo... E se sua alma estiver em paz, você nunca irá precisar dela.

- Bem, tenhamos então a alma em paz... mas, se por acaso encontrarem a vacina.

Não! Elas são produzidas com células de ovário de hamster cancerizadas para
multiplicá-las e cultivá-las em um soro de bezerro estabilizado com alumínio (Este da hepatite B, com seu vírus): Você injetaria seus filhos com isso?

- Já tenho feito isso várias vezes...

E eu com os meus: Eu era médica, mas ainda não sabia o que sei agora ... No
entanto, hoje meus filhos já não vacinam a seus filhos!

- Acho que vou continuar com as vacinas...

Por quê? A medicina atual mata moscas com um martelo: nem sempre morre a mosca, mas sempre se quebra a mesa de cristal. Há tantos efeitos colaterais.. .

- Por que abominou a medicina?

Tornei-me uma médica para ajudar. Eu me concentrei em Flebologia, as veias varicosas. Cheguei a ter várias clínicas. Mas fui percebendo o poder mafioso na indústria médica, que
prejudica nossa saúde, que vive à custa de que estejamos doentes! Denunciei isso... e fui expulsa da faculdade de Medicina.

- Ou seja, você já não pode prescrever remédios...

Melhor! Os medicamentos são fabricados pensando na lógica industrial do máximo benefício econômico, e não pensando em nossa saúde. Pelo contrário: se estamos doentes, a máfia médica continua fazendo dinheiro!

- E a quem interessa a "máfia médica"?


À Organização Mundial de Saúde (OMS), às multinacionais farmacêuticas que a financiam, aos governos obedientes, aos hospitais e médicos (muitos por ignorância).. . O que está por trás disso? O dinheiro!

- Você não escolhe nenhum inimigo pequeno...


Eu sei, porém, se eu tivesse me calado, teria ficado doente e hoje estaria morta.

- Qual foi sua última doença?

Dois dias atrás, heheee... uma diarréia!
- E para refletir o que em sua alma?

Oh, eu não sei, eu não analisei... simplesmente limitei-me a não comer... E já me sinto bem!

- Mas, e se ficar muito mal, hein?

Sei, sei... Se a doença for visitá-lo, acolha-a, abrace-a!
Faça as pazes com ela! Não saia correndo como louco para encontrar um médico, um salvador... Seu salvador vive dentro de você. Seu salvador é você.
Fonte: Instituto Anima institutoanima@yahoo.com.br




"As pessoas são solitárias
porque constroem paredes ao invés de
pontes"

quarta-feira, 21 de julho de 2010

SAUDADE... O QUE É ISSO??!!

A ciência responde a muitas perguntas...
Várias pesquisas são realizadas para descobrir curas e mais curas...
Ainda estamos longe da verdadeira cura:a da ALMA.
Talvez para se curar a alma seja preciso: desapegar-se e apenas amar... E...ENFRENTAR A SAUDADE trabalhando com os braços e com o coração voltados ao próximo;
Lembrando que Jesus Cristo nos deixou AMAR AO PRÓXIMO COMO A SI MESMO, comecemos a nos aceitar tais quais somos!
Vá à frente e apenas AME!

Insulina e glicose bem reguladas - Atividade física e ácidos graxos insaturados como o ômega-3 revertem inflamação que desencadeia obesidade e diabete

Ciência|- Bioquímica - Carlos Fioravanti - Edição Impressa 173 - Julho 2010


© ilustração Laura Daviña



Todo mundo já sabia que fazer exercícios físicos com regularidade e evitar o consumo excessivo de carnes vermelhas gordurosas ajuda a prevenir a obesidade e o diabetes, mas as explicações sobre por que essas recomendações funcionam permaneciam superficiais. Agora finalmente começa a se entender por quê: a atividade física protege a região do cérebro que regula o apetite, justamente a que é atacada pelas gorduras saturadas, como as encontradas na picanha. De acordo com estudos recentes, alguns deles feitos no Brasil, o efeito benéfico do exercício é similar ao gerado pelo consumo de outro tipo de gordura, as insaturadas da família ômega-3, encontradas em óleos de peixe de clima frio. Emergem daí novas possibilidades de deter a obesidade e o diabetes, em especial o do tipo 2, quando o organismo produz insulina, mas não a utiliza adequadamente.

Uma parte desse novo conhecimento vem de uma equipe da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) coordenada pelo médico endocrinologista Mário Saad. Há anos ele e sua equipe estudam as causas dos desequilíbrios orgânicos que levam à obesidade e ao diabetes. No ano passado, Lício Velloso identificou uma causa específica dessas doenças: o consumo excessivo de gorduras saturadas de cadeia longa pode gerar uma inflamação nos neurônios de uma região na base do cérebro, o hipotálamo, que controlam a fome (ver Pesquisa Fapesp nº 156, de fevereiro de 2009). A inflamação impede o correto funcionamento do hormônio insulina, que facilita a captação de glicose nas células. Os neurônios do hipotálamo perdem a capacidade de se ligar à insulina – fenômeno conhecido como resistência à insulina, comum em pessoas obesas ou diabéticas – e a fome predomina sobre a saciedade. Agora Eduardo Ropelle concluiu que praticar exercícios físicos, além de queimar calorias, como já se sabia, ajuda a reduzir a inflamação nos neurônios do hipotálamo e a restabelecer a saciedade.

Ropelle transformou camundongos normais em obesos, dando-lhes uma dieta rica em gorduras saturadas. Em seguida pôs uma parte dos animais para nadar e correr em esteira, enquanto outros permaneciam em repouso. Os camundongos que se exercitavam produziram intensamente proteínas anti- -inflamatórias conhecidas como interleucinas (neste caso, de dois tipos, a IL-6 e a IL-10), como detalhado em um artigo publicado este mês na revista PLos Biology. Essas interleucinas reduziram a inflamação nos neurônios do hipotálamo e a insulina voltou a funcionar normalmente. Os animais desse grupo começaram a comer menos e perderam peso.

“A atividade física restabeleceu o equilíbrio molecular e celular no hipotálamo”, concluiu Ropelle. Para conferir se essas duas proteínas tinham mesmo esse efeito, ele aplicou IL-6 e IL-10 no cérebro dos animais obesos que não fizeram exercícios – e também emagreceram. Camundongos geneticamente modificados, incapazes de produzir esses dois tipos de interleucinas, continuaram engordando, mesmo que nadassem e corressem. Esse trabalho levanta a possibilidade de controlar a obesidade e o diabetes intervindo em processos inflamatórios no sistema nervoso central, não necessariamente por meio das interleucinas, que podem reduzir as defesas do organismo contra microrganismos causadores de doenças.

Em busca das origens mais profundas da resistência à insulina, Velloso e Saad concluíram que as gorduras saturadas se ligam a proteínas da membrana celular conhecidas como TLR-4. Os receptores acionam enzimas que bloqueiam a ação da insulina, impedindo o aproveitamento da glicose (ver Pesquisa FAPESP nº140, de outubro de 2007). “Quando ativado”, diz Velloso, “o receptor celular TLR-4 aciona o processo inflamatório e o estresse celular que podem causar a morte de neurônios. A consequência pode ser um desequilíbrio no número de neurônios, se morrerem mais neurônios que acionam a vontade de comer do que neurônios que tiram a fome”. Por sorte, ele acrescenta, os ácidos graxos insaturados ômega-3 podem ter o efeito oposto dos saturados, bloqueando em vez de estimular a inflamação. Essa classificação dos ácidos graxos decorre do número de ligações químicas duplas entre seus átomos de carbono: os ácidos saturados não têm ligações duplas, enquanto os insaturados têm pelo menos uma. O tipo de ligação química determina as estruturas espaciais (os saturados são alongados e os insaturados curvos) e suas propriedades, como a capacidade de interagir com diferentes moléculas do organismo.

Velloso acredita que a propriedade anti-inflamatória dos ácidos graxos insaturados ômega-3 poderia ser mais aproveitada, por exemplo, para motivar mudanças na composição dos alimentos, com o reforço de gorduras benéficas, que nos últimos anos já ajudou a reduzir o risco de infarto e outros problemas cardíacos e poderia beneficiar também quem não lida bem com a glicose. No Brasil, 6 milhões de pessoas já sabem que são diabéticas e outras 6 milhões podem ainda não saber, por não terem sido diagnosticadas. Já o sobrepeso e a obesidade, de acordo com os dados mais recentes do Ministério da Saúde, divulgados em junho, atingem quase metade da população, tendo avançado de 43% para 47% de 2006 a 2009.

“Um ácido graxo saturado, o palmítico, aciona o receptor celular TLR-4 e os processos inflamatórios que levam à resistência à insulina, enquanto outro, um insaturado, o palmitoleico, tem efeito inverso e diminui a resistência à insulina”, observa Rui Curi, coordenador de um grupo de pesquisa nessa área no Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo (SP). Jarlei Fiamoncini, de sua equipe, conduziu um experimento que mostrou esse contraste claramente. Camundongos que receberam uma dieta rica em ácidos graxos insaturados da família ômega-3, o eicosapentaenoico (EPA) e o docosahexaenoico (DHA), encontrados em peixes de clima frio como salmão e bacalhau, apresentaram maior sensibilidade à insulina, normalizando a concentração de glicose no sangue. O excesso de glicose no sangue pode danificar nervos e vasos sanguíneos.

Nesse experimento, além de normalizar os níveis de glicose, a dieta à base de óleo de peixe diminuiu a produção de enzimas que formam gordura a partir de carboidratos (açúcares). Em consequência, os animais desse grupo ganharam menos peso que os do outro, alimentados com banha de porco, rica em ácidos graxos saturados. “A gordura saturada como a de banha de porco atrapalha a captação de glicose e pode induzir a resistência à insulina”, diz ele. Os animais do segundo grupo tiveram mais fome, comeram mais e engordaram muito.

Gorduras saturadas ou insaturadas podem ter efeitos opostos também sobre as células musculares. O excesso de dois tipos de ácido graxo saturado, o palmítico e o esteárico, prejudicaram o funcionamento de células musculares cultivadas em laboratório e dificultaram a ação da insulina, enquanto os ácidos oleico, linoleico, EPA e DHA, todos insaturados, não alteraram o funcionamento das células e deixaram a insulina agir normalmente, de acordo com os estudos de Sandro Massao Hirabara, professor da Universidade Cruzeiro do Sul (Unicsul). “Os ácidos graxos insaturados ômega-3 previnem a resistência à insulina induzida pelos saturados”, comenta, com base em estudos em andamento.

© ilustração Laura Daviña

Ácidos graxos insaturados podem remediar um dos dramas de quem tem diabetes: a dificuldade de cicatrização

“Não é à toa que os japoneses e os esquimós, que consomem muito peixe rico em ácidos graxos insaturados ômega-3, comparativamente com outras populações, apresentam menos problemas cardíacos, diabetes e obesidade”, diz Curi. Pode ser bom, portanto, substituir alimentos ricos em ácidos graxos saturados (óleo de soja, manteiga, gordura animal) por insaturados (óleo de oliva, de linhaça ou de girassol). Quem já cumpriu esse estágio pode seguir adiante e trocar os alimentos ricos em ácidos graxos insaturados ômega-6 pelos ricos em ômega-3. Óleos como o de milho, girassol, açafrão e soja contêm principalmente ácido linoleico, do qual derivam os outros componentes da família do ômega-6, enquanto os de canola, linhaça, noz e plantas com folhas verde-escuras em geral são ricos em alfa-linolênico, o principal componente da família ômega-3. Nem todos os ômegas, mesmo sendo insaturados, têm o mesmo efeito sobre o organismo. Como o deus romano Jano, os ácidos graxos, mesmo os do mesmo tipo, têm duas faces, de efeitos opostos. “Os ácidos graxos insaturados ômega-3 reduzem a inflamação que pode levar à resistência à insulina, enquanto os insaturados ômega-6 podem agir no sentido oposto”, diz Curi, recorrendo ao efeito Jano. Os ácidos graxos podem ajudar a contornar um dos problemas que acompanham o diabetes: a dificuldade de cicatrização, que faz com que mesmo pequenos ferimentos se tornem crônicos, concluiu Elaine Hatanaka, da Unicsul. Sua equipe, com colegas da USP, examinou a ação de três ácidos graxos – ácidos oleico, linoleico e linolênico – sobre ferimentos induzidos em ratos. Os três compostos aceleraram a cicatrização. Como efeito inicial, estimularam a migração de um tipo de células do sangue, os neutrófilos, para o ferimento. Por sua vez, os neutrófilos produziram mais proteínas chamadas citocinas, que, a seu modo, facilitando a comunicação entre as células, contribuíram para o ferimento fechar, como descrito em um artigo publicado na revista Cell Biochemistry and Function. O efeito desses ácidos graxos – outro sinal do efeito Jano? – não é uniforme. “Dependendo do tipo de célula, a ação dos ácidos graxos pode ser diferente”, diz Elaine. Além disso, em um segundo momento, ao longo do processo de cicatrização, os mesmos ácidos graxos agiram de modo inverso: fizeram com que os níveis de células e proteínas comunicadoras, momentaneamente elevados, voltassem ao normal. “Os ácidos graxos modularam a resposta inflamatória ao longo do processo de cicatrização, inicialmente ampliando a ação e a quantidade de neutrófilos e de citocinas [proteínas que facilitam a interação celular] e depois as reduzindo para os níveis normais”, comenta Elaine. Os estudos nesse campo explicam o efeito cicatrizante de óleo de plantas como a copaíba, com alto teor de ácidos oleico e linoleico, e o antigo hábito da medicina tradicional chinesa de tratar ferimentos com extrato de glândulas de grilos, ricas, agora se sabe, em ácido linoleico.

Um estudo feito em camundongos na Universidade Federal do Paraná (UFPR) em Curitiba reforçou a perspectiva de usar ácidos graxos – principalmente os insaturados – como um reforço contra o câncer. Luiz Claudio Fernandes e sua equipe verificaram que um tipo de tumor bastante agressivo, chamado tumor de Walker, cresceu bem menos nos animais que receberam uma dieta rica em ácidos graxos insaturados EPA e DHA do que nos animais que não ganharam nenhuma dose extra de lipídios. Segundo ele, nos animais do primeiro grupo a produção de um composto derivado dos ácidos graxos, a prostaglandina-3, que freia a multiplicação celular, intensificou-se, e o tumor cresceu menos. No outro grupo, outro composto, a prostaglandina-2, que favorece a multiplicação de células normais e tumorais, é que se intensificou. Fernandes notou também, nos camundongos tratados com lipídios ômega-3, uma menor caquexia, um dos efeitos do avanço do câncer, caracterizado pela perda de apetite e abatimento geral, em razão do consumo intenso de glicose pelos tumores.

Ele acredita que o organismo humano pode apresentar rea­ções ao menos semelhantes. “Quando colocamos células de tumor humano de cólon, pulmão e próstata em um meio de cultura com ômega-3, a taxa de proliferação do tumor cai”, diz. “Os estudos em seres humanos ainda são poucos, mas, pelo que já vimos, os efeitos colaterais indesejados dos ácidos graxos são mínimos e se limitam a flatulência ou a desarranjos intestinais.” Na UFPR, o grupo de Anete Curte Ferraz verificou que o ômega-3 contribuiu para reduzir a depressão em pessoas com Parkinson ou depressão severa, de acordo com um estudo duplo-cego com 31 participantes publicado em 2008 na Journal of Affective Disorders. Em outro estudo, pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), da USP de Ribeirão Preto e da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) concluíram que o ômega-3 pode proteger os neurônios do sistema nervoso central e reduzir a frequência das crises de epilepsia (ver Pesquisa Fapesp nº 169, de março de 2010). Na Finlândia, um teste com 33 mil mulheres indicou outra possível aplicação dos ácidos graxos insaturados ômega-3 e 6, complementados por vitamina D: reduzir os surtos psicóticos em pessoas com esquizofrenia.

Esses estudos reforçam a versatilidade dos ácidos graxos. Mas calma lá, nada de correr à farmácia e pedir ácidos graxos achando que esses compostos vão deixar a saúde como em seus tempos de criança. Os benefícios dependem não só do tipo como também da dosagem. “Mesmo ácidos graxos insaturados como o EPA e o DHA em doses altas, como nas dietas parenterais [aplicadas na corrente sanguínea de pessoas que não podem se alimentar por via oral], podem ser tóxicos para as células do sangue”, diz Maria Fernanda Cury Boaventura, da Unicsul. Em testes com voluntários saudáveis e com pessoas hospitalizadas, Maria Fernanda e outros pesquisadores da USP verificaram que o excesso de ácidos graxos no sangue – como ocorre em pessoas saudáveis nos momentos de jejum e com pessoas diabéticas ou obesas, não só em quem está hospitalizado e acabou de receber dieta parenteral – pode causar uma redução, ainda que modesta, no número de linfócitos, um tipo de célula de defesa.

O que já se fez pode servir de motivação para os profissionais da saúde buscarem tratamentos mais adequados para as pessoas sob seus cuidados. “Alguns hospitais já usam dietas à base de óleo de peixe, mas ainda não é o ideal”, diz Maria Fernanda. “Temos de especificar as dosagens e as composições das dietas de acordo com os pacientes. A dieta parenteral à base de óleo de soja, a mais adotada mundialmente, pode contribuir para abater as defesas do organismo – em uma palavra, pode ser imunossupressora –, o que pode ser ruim para a maioria das pessoas hospitalizadas, mas poderia ser indicada para pacientes transplantados, por exemplo.” Curi acrescenta: “Não sabemos ainda dizer quanto cada dieta deve conter de cada tipo de ácido graxo, mas já sabemos quais tipos não poderiam faltar e os que não poderiam aparecer em excesso. O importante são as combinações”. Outra razão para valorizar as combinações é que os compostos puros ainda são muito caros.

> Artigos científicos

1. HIRABARA, S. et al. Saturated fatty acid-induced insulin resistance is associated with mitochondrial dysfunction in skeletal muscle cells. Journal of Cellular Physiology. v. 222, n. 1, p. 187-94. 2009.
2. PEREIRA, L. M. et al. Effect of oleic and linoleic acids on the inflammatory phase of wound healing in rats. Cell Biochemistry and Function. (no prelo)
3. ROPELLE, E. R. et al. IL-6 and IL-10 anti-inflammatory activity links exercise to hypothalamic insulin and leptin sensitivity through IKK and ER stress Inhibition. PLoS Biology. (no prelo)



Os Projetos

1. Estudo dos mecanismos de ação dos ácidos graxos em leucócitos – nº 2004/12137-1
2. Mecanismos pró-inflamatórios envolvidos no controle hipotalâmico da fome e termogênese – nº 2004/09789-7

Modalidade
1 e 2. Projeto Temático

Co­or­de­na­dores
1. Rui Curi – ICB/USP
2. Lício Velloso – Unicamp

Investimento
1. R$ 996.865,44 (FAPESP)
2. R$ 1.090.428,79 (FAPESP)

terça-feira, 20 de julho de 2010

Mais exercício e menos remédio

Especiais - 19/7/2010 - Agência FAPESP - Por Fabio Reynol



Um estudo verificou que mulheres acima de 60 anos que praticam 150 minutos por semana de atividades físicas moderadas, como caminhadas, consomem menos remédios em comparação às que não têm o mesmo hábito.

A conclusão é de Leonardo José da Silva, no trabalho de mestrado “Relação entre nível de atividade física, aptidão física e capacidade funcional em idosos usuários do programa de saúde da família”, realizado na Universidade Federal de São Paulo com Bolsa da FAPESP.

Silva acompanhou 271 mulheres com idade acima de 60 anos que participaram do Programa de Saúde da Família, organizado pela Prefeitura Municipal de São Caetano do Sul, na Grande São Paulo.

As participantes que cumpriram um programa de exercícios variados de no mínimo 150 minutos semanais apresentaram consumo de medicamentos 34% menor em comparação às mais sedentárias.

“Esse tempo mínimo de exercícios de 2,5 horas semanais é preconizado pela American Heart Association e pelo American College of Sports Medicine”, disse Silva à Agência FAPESP. Com menos de 10 minutos semanais de atividade física o indivíduo é considerado sedentário e entre 10 minutos e 150 minutos de exercícios por semana ele é categorizado como insuficientemente ativo.

Os resultados do estudo de Silva foram apresentados em maio no 3th International Congress Physical Activity and Public Health realizado em Toronto, no Canadá.

Silva contou com uma parceria entre a Unifesp e o Centro de Estudos de Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul (Celafiscs). Guiomar Silva Lopes, professora do Departamento de Medicina Preventiva da Unifesp e orientadora de Silva, considera o programa oferecido pela cidade paulista aos idosos uma valiosa fonte de pesquisa. “Trata-se de uma população pequena e estável, o que facilita o acompanhamento dos participantes durante prazos mais longos”, disse.

As atividades físicas disponibilizadas incluem caminhadas, exercícios de aprimoramento de força muscular, equilíbrio, flexibilidade e capacidade aeróbica. Há também visitas domiciliares feitas por agentes de saúde, nas quais os idosos são incentivados a praticar atividades físicas frequentes, como ir ao mercado ou fazer um passeio a pé.

O consumo de remédios das participantes da pesquisa foi avaliado por meio do cadastro da Secretaria Municipal da Saúde de São Caetano do Sul. Na base de dados estão registradas informações relevantes sobre todos os participantes do Programa de Saúde da Família, incluindo os medicamentos consumidos regularmente.

Economia de medicamentos

Segundo Guiomar, os resultados do estudo poderão subsidiar políticas públicas que incentivem a atividade física visando à prevenção e controle das doenças crônicas associadas ao envelhecimento, reduzindo despesas com medicações e internações.

“Podemos perceber a importância desse estudo ao constatar que o idoso consome, no mínimo, cinco medicamentos associados a doenças ligadas ao envelhecimento”, disse a orientadora.

A relação causa e efeito entre atividade física e consumo de medicamentos ainda está sendo estudada. A redução dos níveis de pressão arterial proporcionada pela atividade física é uma das hipóteses levantadas pelo estudo de Silva, uma vez que a doença é uma das mais comuns entre a população idosa, estando presente em mais da metade das pessoas acima de 60 anos.

O diabetes, com prevalência de 25% entre idosos, é outra enfermidade afetada pelo nível de atividade física. “Há estudos indicando que exercícios respiratórios aumentam a sensibilidade do organismo à insulina”, comentou a professora da Unifesp.

Esse efeito é importante para as pessoas em cujos organismos a insulina não atua de maneira eficiente. “A resistência à insulina tem alta prevalência na população idosa e se caracteriza pela menor resposta à insulina, com aumento discreto da glicemia e da insulinemia. Estes fatores juntos contribuem para a obesidade e o aumento do risco de doenças cardiovasculares”, disse.

As mulheres são as que mais se beneficiam da prática de atividades físicas, no caso levantado em São Caetano do Sul. Guiomar conta que a pesquisa se restringiu ao público feminino porque ele representa a grande maioria dos participantes do programa.

A professora ressalta que não são completamente conhecidas as razões que levam a menor participação masculina nessas atividades. “Sabemos que a mulher tem expectativa de vida um pouco maior do que a do homem, aumentando a frequência de mulheres viúvas e sozinhas, porém esse fato não explica a absoluta ausência masculina”, disse.

Segundo Silva, o estudo destaca o fortalecimento da medicina preventiva, área que se encontra em crescimento e tem laços com a educação física. “A prescrição de medicamentos ainda é preponderante na prática médica. Podemos diminuir esse consumo de remédios com métodos de prevenção baratos e simples como a atividade física”, sugeriu.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

FILMES ESPIRITUALISTAS

Em tempo: Sugiro usar a opção "tela cheia"

Caso não apareça a setinha do mouse para entrar no link, pressione a tecla CTRL ou sombreie o link.

1 - O Pássaro Azul - Filme Completo - (Vídeo)
http://universoespirita.multiply.com/reviews/item/172

2 - Em Nome de Deus - Filme Completo - (Vídeo)
http://universoespirita.multiply.com/reviews/item/171
3- O Último Espírito - Filme Completo - (Vídeo)
http://universoespirita.multiply.com/reviews/item/170
4 - Chico Xavier - Brilha Uma Luz no Horizonte - (Vídeo)
http://universoespirita.multiply.com/reviews/item/169
5- Ressurreição - RARIDADE! - INÉDITO! - (Filme)
http://universoespirita.multiply.com/reviews/item/168
6 - Perda de Pessoas Amadas - Palestra de Nazareno Feitosa - (Vídeo)
http://universoespirita.multiply.com/reviews/item/167
7 - Bezerra de Menezes: O Apóstolo da Caridade - Palestra Nazareno Feitosa -
(Vídeo) http://universoespirita.multiply.com/reviews/item/166
8 - Jacob Melo - Passe: O Magnetismo Espírita - Teoria e Prática - (Vídeo)
http://universoespirita.multiply.com/reviews/item/165
9 - Frederico Menezes - A Transição do Planeta Após 150 Anos - (Vídeo)
http://universoespirita.multiply.com/reviews/item/164
10 - Reencarnação - A Lógica Reencarnacionista - (Vídeo)
http://universoespirita.multiply.com/reviews/item/162
11- Os Espíritos e os Efeitos Físicos - (Vídeo)
http://universoespirita.multiply.com/reviews/item/161
12 - A Influência Espiritual - (Vídeo)
http://universoespirita.multiply.com/reviews/item/160
13 - A Atitude Mental - (Vídeo)
http://universoespirita.multiply.com/reviews/item/159
14 - Perturbação Espiritual - (Vídeo)
http://universoespirita.multiply.com/reviews/item/158
15 - Sobre a Morte e o Morrer - (Vídeo)
http://universoespirita.multiply.com/reviews/item/156
16 - Quando os Anjos Falam - (Filme Completo) - IMPERDÍVEL!!!
http://universoespirita.multiply.com/reviews/item/153
17 - A Corrente do Bem - (Filme Completo)
http://universoespirita.multiply.com/reviews/item/151
18 - Dr. Bezerra de Menezes - O Diário de Um Espírito - (Filme Completo)
http://universoespirita.multiply.com/reviews/item/150
19 - Chico Xavier - 1977 - 50 Anos de Mediunidade - (Vídeo)
http://universoespirita.multiply.com/reviews/item/149
20 - Divaldo P. Franco - Evangelho e Vida - O Poder da Oração - (Vídeo)
http://universoespirita.multiply.com/reviews/item/148



A cada tropeço, um recomeço;
A cada falha, uma tentativa;
A cada derrota, uma luta;
A cada barreira, uma experiência;
A cada desafio, uma aprendizagem;
A cada momento difícil, uma superação;
A cada sonho, uma esperança;
A cada objetivo, uma busca;
A cada busca, uma descoberta;
E a cada descoberta, uma nova razão para viver!

Romances à venda

Especiais - 16/7/2010 -Por Fábio Reynol - Agência FAPESP


NOTEM QUE ITERESSANTE: EM OUTRA ÉPOCA NÃO ERA COSTUME CASAR COM QUEM SE AMAVA (VIDE ARTIGO ABAIXO). COMO CONSEQUÊNCIAS TEMOS NOSSOS DIAS DE HOJE...
AINDA BEM QUE O MUNDO ESTÁ MUDANDO E PRINCIPALMENTE NÓS MULHERES: BUSCANDO A RELAÇÃO FEITA DE AMOR, POR AMOR E COM AMOR, SEMPRE! (Nutridipietro)


No século 19 debutou no Brasil um novo gênero literário, o romance, responsável pela popularização da literatura no país. Discriminado como “gênero menor” frente às epopeias e outros gêneros poéticos da época, o romance se difundiu graças ao interesse dos leitores, mas também ao esforço de livreiros ávidos em vender seus produtos.

Para levantar essa história, Regiane Mançano analisou no Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) três jornais do século 19, o Correio Braziliense, publicado em Londres, e os cariocas Gazeta do Rio de Janeiro e Jornal do Commercio.

Como não havia seções de crítica literária nos periódicos na época, Regiane utilizou os anúncios de romances pagos por livreiros como medidor da penetração dessas obras junto aos leitores. O trabalho resultou na dissertação Livros à venda: presença de romances em anúncios de jornais, que foi apresentada e aprovada em fevereiro e para a qual contou com apoio da FAPESP por meio de uma Bolsa de Mestrado.

O estudo surgiu do Projeto Temático Caminhos do Romance no Brasil – séculos 18 e 19, apoiado pela FAPESP e coordenado pela professora Márcia Azevedo de Abreu, do Departamento de Teoria Literária do IEL.

O Temático procurou investigar a consolidação do gênero romanesco no Brasil e teve caráter multidisciplinar, contando com a participação de professores e estudantes da área de letras e de história da Unicamp, da Universidade de São Paulo e da Universidade Federal de Minas Gerais.

O projeto de Regiane levantou informações importantes e alguns detalhes inusitados dos anúncios publicitários. “A autoria não era valorizada e muitos anúncios nem traziam o nome do escritor. No lugar, estampavam comentários morais e outras características sobre o livro”, disse à Agência FAPESP.

Na época, era comum o anúncio ressaltar que a história do livro moralizava os leitores pelos exemplos dos personagens. “Os textos diziam que a história apresentava personagens virtuosas e punia os vícios, por exemplo, passando uma ideia de aprendizado pela leitura”, disse.

Esse caráter moralizador e educativo era reforçado pelo perfil do público alvo explicitado nos anúncios: mulheres e jovens. Uma frase frequente nas peças publicitárias era “adequado para moças”, segundo explicou a professora Márcia Abreu.

“A preocupação era mostrar que o livro não seria um perigo para as mulheres no sentido de difundir comportamentos inadequados para a época”, disse.

Um desses comportamentos tidos como impróprios era, por exemplo, casar por amor. “O cônjuge era uma escolha do pai e não respeitá-la significava colocar em risco a autoridade paterna”, indicou Márcia.

Por conta disso, os livros eram considerados bons se apresentassem conteúdo moralizador, como histórias de punição para atos considerados inadequados e de recompensa para os que agissem de acordo com os padrões vigentes. O caráter educacional era destacado da mesma forma. “A ideia era que se podia aprender pela leitura e ao mesmo tempo se entreter”, disse Regiane.

Como recurso de reforço dessas mensagens, as histórias eram anunciadas como se tivessem realmente ocorrido. “Alguns anúncios afirmavam que o livro era uma transcrição de manuscritos encontrados com um moribundo, ou de cartas encontradas pelo autor”, disse.

Ao preço de uma calça

Outro ponto destacado pelos anunciantes no século 19 eram as características físicas dos livros, ou seja, o tipo de encadernação, quantidade de figuras ilustrativas, qualidade da capa e número de volumes – romances mais longos chegavam a ter 12 volumes.

Esses aspectos ajudavam a valorizar a obra e a justificar o seu preço. “Quanto mais imagens tivesse um livro, por exemplo, mais caro ele seria”, contou Regiane. Para comparar com parâmetros atuais de valores, ela apurou que o preço médio de um romance, na época, equivalia ao valor de uma calça de brim.

Também investigou a origem dos primeiros romances comercializados no Brasil. Os textos eram majoritariamente franceses, seguidos por portugueses, ingleses, espanhóis e alemães. As obras em língua estrangeira eram traduzidas em Portugal e chegavam ao Brasil pelo Rio de Janeiro.

Entre os títulos mais recorrentes anunciados nos jornais analisados três se destacaram: Aventuras de Telêmaco, Paulo e Virginia e Aventuras de Gil Blas. “O impressionante é que esses livros foram escritos nos séculos 17 e 18, venderam durante todo o século 18 e estavam presentes nos anúncios do século 19, mas hoje nem sequer ouvimos falar deles”, disse Regiane.

Outra peculiaridade eram os locais de vendas de livros. Na primeira metade do século 19, eles não estavam restritos às livrarias e poderiam ser encontrados em lojas de armarinhos, em vendas particulares nas residências ou mesmo em leilões. A Impressão Régia e a Gazeta do Rio de Janeiro tinham lojas próprias para vender periódicos e livros. Havia ainda o comércio de obras usadas, dirigido pelos alfarrabistas.

Consolidação do romance

Segundo Regiane, parte do sucesso de público conquistado pelo gênero se deveu à atuação publicitária dos vendedores, sobretudo dos livreiros. Ela detectou, entre os anos de 1808 e 1844, um considerável aumento no espaço publicitário ocupado pelos livros.

“Ao buscar ampliar sua margem de lucro, os livreiros aturam como agentes difusores do gênero romanesco na cidade do Rio de Janeiro no período, contribuindo para a consolidação do gosto pelos romances”, disse.

Márcia conta que, em seus primórdios, o gênero tinha uma faceta muito mais comercial do que aquela que conhecemos hoje. “O romance não era considerado uma obra elevada do espírito. Ele estava muito mais associado a um produto comercial, assim como nos dias de hoje é visto o cinema”, apontou.

Respiração cerebral

Divulgação Científica - 16/7/2010 - Agência FAPESP



Técnicas para controlar a respiração, como em ioga ou meditação, por exemplo, estão se tornando populares como alternativa para tentar relaxar e diminuir o estresse. Mas como é mesmo que o cérebro controla a respiração?

Segundo um grupo de cientistas do Reino Unido e dos Estados Unidos, são as células conhecidas como astrócitos que têm um papel central na regulação da respiração.

Astrócitos são células com formato de estrela (daí o nome) encontradas no cérebro e na medula espinhal. Até então, achava-se que fossem personagens passivos e secundários na fisiologia cerebral, mas Alexander Gourine, da University College London, e colegas encontraram evidências de que essas células multitarefas são protagonistas no controle químico-sensorial envolvido na respiração.

Os autores do estudo, publicado nesta sexta-feira (16/7) na edição on-line da revista Science, descobriram que os astrócitos cerebrais são capazes de perceber alterações nos níveis de dióxido de carbono e de acidez no sangue e no cérebro.

Com essa capacidade, essas células podem ativar redes neuronais envolvidas na respiração, localizadas no cérebro, de modo a aumentar a respiração de acordo com a atividade e o metabolismo do organismo.

Os astrócitos fazem isso ao liberar trifosfato de adenosina (ATP), um mensageiro químico que estimula centros respiratórios no cérebro a aumentar a respiração para que a quantidade a mais de dióxido de carbono seja removida do sangue e eliminada pela expiração.

Os resultados do estudo, segundo seus autores, podem ajudar a entender melhor os mecanismos responsáveis por problemas respiratórios como asma, enfisema e até a sensação de fôlego curto causada pelo estresse ou por doenças cardiovasculares.

“A pesquisa identifica os astrócitos cerebrais como elementos fundamentais nos circuitos cerebrais que controlam funções vitais como a respiração e indica que eles são realmente as estrelas do cérebro”, disse Gourine.

O artigo Astrocytes Control Breathing Through pH-Dependent Release of ATP (doi: 10.1126/science.1190721), de Alexander Gourine e outros, pode ser lido por assinantes da Science em www.sciencemag.org.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Vitamina D e risco de Parkinson

Agência FAPESP - 13/7/2010



Um novo estudo indicou que pessoas com níveis elevados de vitamina D podem ter menor risco de desenvolver doença de Parkinson. O trabalho foi publicado na edição de julho dos Archives of Neurology.

O papel da vitamina D na saúde óssea é conhecido, mas estudos anteriores apontaram a relação também com problemas como diabetes, doenças cardiovasculares e câncer.

Paul Knekt, do Instituto Nacional para Saúde e Bem-Estar da Finlândia, e colegas acompanharam 3.173 homens e mulheres com idades entre 50 e 79 anos e que não tinham diagnóstico de Parkinson no início do estudo, entre 1978 e 1980.

Os participantes completaram questionários e foram submetidos a entrevistas sobre aspectos de saúde e socioeconômicos. Também foram examinados e forneceram amostras de sangue para análise.

Em um período de 29 anos, até 2007, os pesquisadores observaram que 50 dos participantes desenvolveram doença de Parkinson. Após serem feitos os ajustes para fatores potencialmente relacionados (como atividade física e índice de massa corporal), os indivíduos no grupo com níveis mais elevados da vitamina D apresentaram 67% menos risco de desenvolver a doença do que o grupo com menores níveis – os participantes foram divididos em quatro grupos com relação aos níveis da vitamina.

“Apesar dos níveis baixos de vitamina D em geral na população estudada, uma relação de dose e resposta foi encontrada. O estudo foi conduzido na Finlândia, onde há exposição restrita à luz solar e, portanto, tem como base uma população com níveis continuamente baixos da vitamina”, disse Knekt.

“De fato, o nível médio da vitamina D na população estudada é cerca da metade do nível considerado ideal, de 75 a 80 nanomoles por litro. Os resultados do estudo são consistentes com a hipótese de que uma deficiência crônica de vitamina D é um fator de risco para Parkinson”, destacou.

Segundo os pesquisadores, os mecanismos pelos quais os níveis da vitamina podem afetar o desenvolvimento da doença são desconhecidos, mas o nutriente exerce um efeito protetor no cérebro por meio de atividades antioxidantes, da regulação de níveis de cálcio, da desintoxicação, da modulação do sistema imunológico e da melhoria na condução de eletricidade nos neurônios.

“O estudo reúne os primeiros dados promissores em humanos que sugerem que um estado inadequado de vitamina D está associado com o risco de desenvolver Parkinson, mas outras pesquisas são necessárias, tanto básicas como clínicas, para elucidar o papel, mecanismos e concentrações exatas”, disse Marian Leslie Evatt, da Universidade Emory, nos Estados Unidos, em editorial na revista sobre o estudo.

O artigo de Knekt e outros pode ser lido por assinantes dos Archives of Neurology (doi:10.1001/archneurol.2010.120) em http://archneur.ama-assn.org/cgi/content/short/67/7/808.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Freud colocou o homem na periferia

(Reportagem - Por Márcio Derbli - Revista Comciência - número 120)



Primeiro foi Copérnico propondo que a Terra não era o centro do Universo. Alguns séculos depois um senhor chamado Darwin decretou: o homem não tem um lugar privilegiado na criação, é apenas o resultado da seleção natural. Em seguida, um médico nascido no antigo império austro-húngaro chamado Sigmund Freud feriu novamente “a megalomania humana” (segundo ele) de ser o centro de tudo: o homem não é o senhor de si, pois o inconsciente é mais determinante em suas ações. Assim, há 110 anos (publicação do livro A interpretação dos sonhos), Freud infligiu à humanidade o que ele, numa conferência em 1917, chamou de terceiro golpe narcísico, ou seja, o terceiro momento da história humana em que o homem deixou de ser o protagonista. Como o próprio Freud disse sobre a psicanálise e seus seguidores: “perturbamos a paz deste mundo”.

A psicanálise surgiu no início do século XX com as primeiras publicações de Freud. O livro A interpretação dos sonhos (1900) é considerado um marco do nascimento da teoria. Um ano depois de formar-se em medicina, em 1881, Freud trabalhou em Paris com o neurologista francês Jean Martin Charcot, interessando-se pelo uso da hipnose no tratamento da histeria. Em seguida, voltando à Viena, junto com Joseph Breuer, ele começou a desenvolver a teoria psicanalítica, propondo que os quadros de sintomas aparentemente neurológicos, mas sem etiologia comprovada – cegueira parcial, paralisia e alucinações –, chamados de histeria tinham, na verdade, origem psicológica. Ou seja, as emoções ou lembranças reprimidas seriam a causa dos sintomas, e, caso as pacientes conseguissem expressá-las, os sintomas desapareceriam. Se inicialmente fica estimulado com os resultados da hipnose, Freud abandona a técnica e propõe o método terapêutico da associação livre, no qual o paciente é orientado a dizer aquilo que lhe vier à cabeça, na ordem que vier, sem nenhum tipo de censura. O método é chamado pelo psicanalista de “regra técnica fundamental da análise”. Exposto inicialmente em A interpretação..., tal método supôs, por princípio, um terreno inconsciente na psique humana. A ideia do inconsciente já existia, principalmente nas artes, mas Freud a alçou à condição de determinante do comportamento e, a partir daí, com a revolução freudiana, o mundo conheceria a verdadeira “peste”, como dizia o próprio Freud.

A teoria disseminou-se por praticamente todo o mundo, de maneira variada em função do momento histórico e das diferentes culturas. Seus seguidores como Alfred Adler, Anna Freud, Melanie Klein, Alfred Bion, Jacques Lacan e tantos outros, continuaram a desenvolver a teoria destacando ou interpretando os ensinamentos de Freud, tornando a psicanálise cada vez mais conhecida e praticada.

Como não poderia deixar de ser, a teoria freudiana foi muito criticada no início. Surgida no seio de uma sociedade bastante restritiva em termos morais, na qual o discurso da sexualidade era praticamente ignorado, a psicanálise sugere que esta mesma sexualidade é responsável pela maior parte dos comportamentos e sintomas humanos e, para piorar, as crianças também vivenciam a sexualidade de diversas maneiras. Natural que a teoria sofresse resistência por parte de diversos setores da sociedade europeia e norte-americana.

Agora, um século e uma década depois, qual o balanço do impacto da psicanálise? Quem e o que ela teria influenciado?

Tanto na Europa, como no Brasil, a psicanálise influenciou diretamente as artes, por exemplo. O Manifesto Surrealista, encabeçado pelo psiquiatra francês André Breton, em 1924, foi profundamente marcado pelas ideias do psicanalista austríaco. No Brasil, a Semana de Arte Moderna de 1922 também recebeu influência da psicanálise, embora a teoria ainda tivesse quase nenhuma repercussão no país. (Leia matéria da ComCiência sobre o assunto).

Segundo Viviane Mosé, psicanalista, mestre e doutora em filosofia, a psicanálise teve uma importância fundamental no século XX: a alteração no modelo de homem e do pensamento racional. Segundo ela, desde o século X antes de Cristo, o homem acredita ser guiado pelo seu pensamento consciente, por sua razão, e a psicanálise fez a crítica sobre a identidade do sujeito. “Ele não é uma identidade, ele é uma guerra, é um conflito e isso é maravilhoso. A psicanálise serviu para tornar o homem mais amplo”, afirma.

Para Angelina Harari, psicanalista e membro da Escola Brasileira de Psicanálise (EBP), a teoria não apenas destitui o homem do controle da razão, mas também o desiludiu ao se contrapor à ideia de que ele procura seu próprio bem, ou seja, apontou o mal-estar na civilização e a tendência autodestrutiva do homem em sua subjetividade. A partir daí, segundo a psicanalista, o homem procura curar-se desse mal. Prova disso é a proliferação dos livros de autoajuda e o refúgio em seitas religiosas buscando a preservação contra a autodestruição. “O sujeito senhor de si é a pretensão que nos leva às mais diversas formas de tentar suturar e reforçar uma centralidade”, explica.

Segundo Harari, a principal contribuição psicanalítica para os dias atuais é a contraposição à classificação e à tendência de normalização dos indivíduos, realizada pela sociedade com os diagnósticos massificadores ou os ditames sobre o desempenho dos indivíduos nos círculos em que convive, como o familiar, o social ou o profissional. A psicanálise, segundo Harari, promove essa contraposição pela estimulação, na experiência analítica, da busca da singularidade.

Entretanto, após tantos anos, a psicanálise ainda é útil para o homem contemporâneo? Harari acredita que sim. “Ao analista lacaniano impõe-se sempre ser capaz de compreender a lógica de seu tempo e de estar à altura de sua época”, afirma. Segundo a psicanalista, Lacan (psiquiatra francês, 1901-1981) procurou transmitir aos seus próprios seguidores a importância do diálogo com outros campos do saber e sempre se preocupou com o contexto histórico.

Mosé, por sua vez, acredita que o modelo terapêutico da psicanálise não seja mais eficiente para escutar o homem contemporâneo, pois a técnica faz uma leitura a partir de um homem que não existe mais, alterado essencialmente pelas transformações que ela própria estimulou. Entretanto, ressalta Mosé, a psicanálise continua sendo fundamental e sua importância não diminui. “Hoje os psicanalistas acionam também outras teorias, como a filosofia”, diz ela.

A psicanálise também pode ajudar na compreensão de fenômenos como o bullying uso do poder ou da força para intimidar ou perseguir os outros, na opinião de Harari. “Freud levantou o véu que colocou a descoberto que a inocência não é tão ligada ao infantil. Existem problemas na vida em sociedade, ou seja, a civilização comporta problemas que acarretam certos fenômenos. Determinadas formas de agrupamento revelam-se nocivas”, analisa. Mosé acredita que a violência faz parte do humano e a escola deveria se preocupar mais em formar do que informar. “A violência não está com características diferentes, o seu aumento se dá por imaturidade política e social”, analisa Mosé.

A psicanálise atua com outras disciplinas

Harari conta que a Escola Brasileira de Psicanálise criou laboratórios multidisciplinares que praticam conversações nas escolas públicas e privadas, formando uma rede de pesquisa que coloca a criança como centro de estudo. “As conversações tratam dos problemas que afetam professores também, não somente as crianças. Aí se estuda a questão da inclusão”, explica a psicanalista da EBP.

E se não houvesse a psicanálise? O que poderia ser diferente na sociedade atual? Harari considera que o processo de anulação da individualidade, promovido pela aliança das visões da psicologia e da psiquiatria, teria sido mais perverso. “Sem a resistência da psicanálise não haveria forma de evitar os clichês em detrimento da subjetividade. No lugar dos indivíduos, um por um, com direito a uma forma de ser e gozar, teríamos bipolares, deprimidos, anoréxicos, obesos etc”. Segundo ela, esse processo, em nome de um cientificismo, procura definir um sujeito dentro de um diagnóstico onde cabem milhões e a psicanálise faz resistência a esse processo. “O que não implica em se desfazer do científico, mas sim encontrar sua justa medida”, conclui Harari.

Já Mosé considera que outra teoria teria nascido ocupando o lugar da psicanálise. Segundo ela, a teoria era um saber óbvio do século XIX e outro teórico acabaria construindo uma abordagem similar. Para ela, a psicanálise nasceu a partir de um século, o XIX, que criou a ilusão do homem conquistar a natureza e quando as verdades eram excludentes. Com o surgimento da teoria freudiana, a verdade se desintegrou e agora, em nosso século, partiremos para o momento das conexões, do encontro com a natureza. Quem viver verá.

Referência

Freud, S. (1917) Conferência XVIII: Fixação em traumas – o inconsciente. Obras Completas, V. XVI. Conferências introdutórias sobre psicanálise. pp. 281-292. Imago.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Segredos genéticos da vida longa

Divulgação Científica - 2/7/2010 - Agência FAPESP


Por que somente algumas pessoas vivem mais de cem anos? Motivos econômicos e sociais à parte, o segredo pode estar no genoma. Cientistas acabam de descobrir uma série de assinaturas genéticas particularmente comuns em indivíduos centenários e não no restante da população.

A descoberta levanta a possibilidade de que, no futuro, as pessoas poderão saber se têm ou não o potencial de viver ainda por muitas décadas – sem levar em conta, naturalmente, o histórico familiar, fatores ambientais ou de estilo de vida, por exemplo.

A pesquisa, cujos resultados foram publicados na edição desta sexta-feira (2/7) da revista Science, também é importante para aumentar o conhecimento a respeito de como o ser humano envelhece.

Partindo da tese de que determinados genes podem estar envolvidos no processo de viver até idades mais avançadas, Paola Sebastiani, da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, e colegas vasculharam os genomas de 1.055 homens e mulheres com mais de cem anos (cujos dados foram obtidos na pesquisa e em outras anteriores) e de 1.267 indivíduos mais jovens (grupo de controle).

O grupo identificou um número de marcadores genéticos que são especialmente diferentes entre centenários e indivíduos mais jovens. Os cientistas em seguida desenvolveram um modelo para calcular a probabilidade de uma pessoa atingir maior longevidade, com base em 150 polimorfismos de nucleotídeo único (marcadores genéticos) identificados pelo estudo.

O resultado foi notável. Com a ajuda do modelo, os cientistas foram capazes de estimar com 77% de exatidão se um determinado indivíduo ultrapassou ou não os cem anos. Mas os autores destacam que o modelo ainda está longe de ser perfeito.

O método poderá ser aplicado não apenas para avaliar a probabilidade de se tornar centenário, mas também no estudo de doenças relacionadas ao envelhecimento. “A metodologia que desenvolvemos pode ser aplicada a outros mecanismos genéticos complexos, incluindo doenças como Alzheimer, Parkinson, cardiovasculares e diabetes”, disse Paola.

O estudo observou que 45% dos mais velhos entre os participantes – aqueles com mais de 110 anos – tinham assinaturas genéticas com as maiores proporções de variantes associadas à longevidade entre as identificadas pelos cientistas.

Os pesquisadores dividiram as predições genéticas em 19 grupos característicos (ou assinaturas) que se correlacionam com diferentes expectativas de vida além dos 100 anos e com padrões diversos de problemas relacionados à idade, como demência, hipertensão e doenças cardiovasculares.

Segundo os autores, pesquisas futuras dessas assinaturas genéticas poderão revelar padrões hoje desconhecidos a respeito do envelhecimento humano. Também poderão ser úteis para o desenvolvimento de estratégias de prevenção e tratamento específicas para cada indivíduo.

O artigo Genetic Signatures of Exceptional Longevity in Humans (10.1126/science.1190532), de Paola Sebastiani e outros, pode ser lido por assinantes da Science em www.sciencemag.org.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

INTELIGÊNCIA ESPIRITUAL

Doutora em Oxford Fala da Nova Inteligência - Inteligência Espiritual

Inteligência Espiritual - Drª Dana Zohar - Oxford – Revista Exame – Junho/2010



No livro QS - Inteligência Espiritual, a física e filósofa americana Dana Zoharaborda um tema tão novo quanto polémico: a existência de um terceiro tipo de inteligência que aumenta os horizontes das pessoas, torna-as mais criativas e se manifesta em sua necessidade de encontrar um significado para a vida. Ela baseia seu trabalho sobre Quociente Espiritual (QS) em pesquisas só há pouco divulgadas de cientistas de várias partes do mundo que descobriram o que está sendo chamado"Ponto de Deus" no cérebro: uma área que seria responsável pelas experiências espirituais das pessoas. O assunto é tão atual que foi abordado em recentes reportagens de capa pelas revistas americanas Neewsweek e Fortune. Afirma Dana:"A inteligência espiritual coletiva é baixa na sociedade moderna. Vivemos numa cultura espiritualmente estúpida, mas podemos agir para elevar nosso quociente espiritual".


Aos 57 anos, Dana vive na Inglaterra com o marido, o psiquiatra Ian Marshall, co-autor do livro, e com dois filhos adolescentes. Formada em fí sica pela Universidade de Harvard, com pós-graduação no Massachusetts Institute of Tecnology (MIT), ela atualmente leciona na universidade inglesa de Oxford. É autora de outros oito livros, entre eles, O Ser Quântico e A Sociedade Quântica, já traduzidos para o português.QS - Inteligência Espiritual já foi editado em 27 idiomas, incluindo o português (no Brasil, pela Record). Dana tem sido procurada por grandes companhias interessadas em desenvolver o quociente espiritual de seus funcionários e dar mais sentido ao seu trabalho. Ela falou à revista EXAME em Porto Alegre durante o 30º Congresso Mundial de Treinamento e Desenvolvimento da International Federation of Training and Development Organization (IFTDO), organização fundada na Suécia, em 1971, que representa 1 milhão de especialistas em treinamento em todo o mundo. Eis os principais trechos da entrevista:



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O que é inteligência espiritual?



É uma terceira inteligência, que coloca nossos atos e experiências num contexto mais amplo de sentido e valor, tornando-os mais efetivos. Ter alto quociente espiritual (QS) implica ser capaz de usar o espiritual para se ter uma vida mais rica e mais cheia de sentido, adequado senso de finalidade e direção pessoal. O QS aumenta nossos horizontes e nos torna mais criativos. É uma inteligência que nos impulsiona. É com ela que abordamos e solucionamos problemas de sentido e valor. O QS está ligado à necessidade humana de ter propósito na vida. É ele que usamos para desenvolver valores éticos e crenças que vão nortear nossas ações.


De que modo essas pesquisas confirmam suas ideias sobre a terceira inteligência?



Os cientistas descobriram que temos um "Ponto de Deus" no cérebro, uma área nos lobos temporais que nos faz buscar um significado e valores para nossas vidas. É uma área ligada à experência espiritual. Tudo que influência a inteligência passa pelo cérebro e seus prolongamentos neurais. Um tipo de organização neural permite ao homem realizar um pensamento racional, lógico. Dá a ele seu QI, ou inteligência intelectual. Outro tipo permite realizar o pensamento associativo, afetado por hábitos, reconhecedor de padrões, emotivo. É o responsável pelo QE, ou inteligência emocional. Um terceiro tipo permite o pensamento criativo, capaz de insights, formulador e revogador de regras. É o pensamento com que se formulam e se transformam os tipos anteriores de pensamento. Esse tipo lhe dá o QS, ouinteligência espiritual..



Qual a diferença entre QE e QS?



É o poder transformador. A inteligência emocional me permite julgar em que situação eu me encontro e me comportar apropriadamente dentro dos limites da situação. A inteligência espiritual me permite perguntar se quero estar nessa situação particular. Implica trabalhar com os limites da situação. Daniel Goleman, o teórico do Quociente Emocional, fala das emoções. Inteligência espiritual fala da alma. O quociente espiritual tem a ver com o que algo significa para mim, e não apenas como as coisas afetam minha emoção e como eu reajo a isso. A espiritualidade sempre esteve presente na história da humanidade. No iní cio do século 20, o QI era a medida definitiva da inteligência humana. Só em meados da década de 90, a descoberta da inteligência emocional mostrou que não bastava o sujeito ser um génio se não soubesse lidar com as emoções. A ciência começa o novo milênio com descobertas que apontam para um terceiro quociente, o dainteligência espiritual. Ela nos ajudaria a lidar com questões essenciais e pode ser a chave para uma nova era também no mundo dos negócios.



Dana Zohar identificou dez qualidades comuns às pessoas espiritualmente inteligentes. Segundo ela, essas pessoas:



1. Praticam e estimulam o autoconhecimento profundo;

2. São levadas por valores. São idealistas;

3. Têm boa capacidade para enfrentar e utilizar a adversidade;

4. São holísticas;

5. Celebram a diversidade;

6. Têm independência, valorizam e exercem a LIBERDADE;

7. Perguntam sempre "por quê?";

8. Têm capacidade de colocar as coisas num contexto mais amplo;

9. Têm espontaneidade;

10.Têm compaixão, não pena ou do!

sábado, 3 de julho de 2010

Copa Mundial X Supertição X Lógica??

ESTA É ÓTIMA

Olha só que coisa interessante!!!

O Brasil ganhou a copa do mundo em 1994, antes disso, sua última
conquista do título foi em 1970. Se você somar 1970 + 1994 = 3964

A Argentina ganhou sua última copa do mundo em 1986, antes disso, só
em 1978. Somando 1978 + 1986 = 3964

Já a Alemanha ganhou a sua última copa em 1990. Antes disso foi em
1974. Somando 1990 + 1974 = 3964

Seguindo esta lógica, poderia se ter adivinhado o ganhador da copa do
mundo de 2002, pois este teria que ter sido o vencedor da copa de
1962!

Conferindo: 3964 -2002 = 1962

E o ganhador da copa em 1962 foi o Brasil!

Realmente, a numerologia parece funcionar... E quem venceria a copa do
mundo de 2010 na África do Sul?

Resposta: 3964 - 2010 = 1954

E quem ganhou em 1954?.... Alemanha!!!!


GUARDE ISTO PARA CONFERIR NO FINAL DA COPA !!!!!