segunda-feira, 31 de maio de 2010

Obesidade e hipertensão em indígenas

Notícias -31/5/2010 -Agência FAPESP


Um inquérito nacional sobre a saúde e nutrição dos povos indígenas aponta um aumento nos casos de obesidade, hipertensão arterial e diabetes.

Segundo o Inquérito Nacional de Saúde e Nutrição dos Povos Indígenas, coordenado por pesquisadores da Fundação Nacional Oswaldo Cruz (Fiocruz), também são elevadas as prevalências de desnutrição em crianças e de anemia em mulheres e crianças.

O estudo apresenta uma radiografia das condições de vida dos povos indígenas, que representam menos de 1% do contingente populacional brasileiro, e indica uma mudança no perfil epidemiológico-nutricional.

A tuberculose se destacou como uma das mais importantes causas de morbimortalidade indígena em todo o país, em geral apresentando coeficientes de incidência superiores aos observados na população brasileira geral.

Outra doença que preocupa é a malária, que atinge principalmente as populações indígenas situadas na região Norte, no oeste do Maranhão e no norte do Centro-Oeste.

O estudo chama a atenção para as condições ambientais favoráveis à transmissão de parasitas e microrganismos veiculados pela água e alimentos contaminados, que resultam em elevadas taxas de morbimortalidade por gastroenterites. Cerca de 60% das mortes em crianças com menos de um ano tem relação com o problema.

Uma em cada três crianças indígenas sofre de desnutrição, segundo o inquérito. Na região Norte, as prevalências foram de mais de 40%. Ao se olhar para outros parâmetros nutricionais, como a anemia, os índices ultrapassam os 50%.

Uma das explicações, segundo os pesquisadores, são as drásticas transformações nos estilos de vida associadas ao contato e à proximidade com os problemas típicos das grande cidades. O estudo verifica ainda tendência à redução na frequência e intensidade de atividades físicas, como decorrência de alterações importantes nas estratégias de subsistência e nos padrões de assentamento.

De acordo com a Fiocruz, os resultados do inquérito aprofundam e ampliam o conhecimento sobre saúde indígena no Brasil e os dados poderão subsidiar estratégias e políticas de saúde.

Mais informações: www.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?tpl=home.

Dentes limpos e o coração agradece

Divulgação Científica - 31/5/2010 -Agência FAPESP

Escovar os dentes corretamente não é bom apenas para evitar cáries e mau hálito, mas também para o coração. Um novo estudo reforça que pessoas com higiene bucal deficiente têm maiores riscos de desenvolver problemas cardíacos do que aqueles que escovam os dentes pelo menos duas vezes ao dia.

O estudo, feito por pesquisadores do Reino Unido, foi publicado no site da revista British Medical Journal (BMJ) e faz parte de um levantamento feito na Escócia com 11 mil adultos.

Nos últimos 20 anos tem aumentado o interesse na investigação de relações entre a saúde bucal e a do coração. Sabe-se que inflamações no corpo (na boca e gengiva inclusive) têm papel importante no processo de obstrução de artérias.

A nova pesquisa, feita por cientistas da University College London, procurou avaliar se o número de vezes que se escova os dentes tem relação com o risco de desenvolver doenças cardíacas.

Os pesquisadores analisaram dados a respeito do comportamento dos participantes, como o hábito de fumar, a prática de atividades físicas e rotinas de higiene oral.

Os partipantes foram classificados com relação à frequência de visita ao dentista (uma vez a cada seis meses, a cada dois anos e raramente/nunca) e de limpeza dos dentes (duas vezes ao dia, uma vez ao dia ou menos de uma vez ao dia).

Em outro momento, enfermeiras visitaram os participantes para colher informações a respeito do histórico médico pessoal e familiar com respeito a doenças coronárias. Também foram colhidas amostras do sangue dos voluntários, o que permitiu avaliar os níveis de inflamação em cada um. Os dados das entrevistas foram reunidos com informações de admissões e óbitos em hospitais escoceses.

Os comportamentos de saúde oral foram considerados “geralmente bons”, com 62% dos participantes dizendo que visitam o dentista a cada seis meses e 71% afirmando que escovam os dentes duas vezes ao dia.

Quando os dados foram ajustados para fatores estabelecidos de risco cardíaco, como obesidade, fumo ou histórico familiar, os pesquisadores observaram nos participantes que escovavam os dentes com menos frequência um risco 70% maior de desenvolver problemas cardíacos do que aqueles que escovavam duas vezes ao dia.

Os participantes com higiene bucal mais deficiente também testaram positivamente para marcadores usados para identificar a presença de inflamação.

“Os resultados confirmam e reforçam a associação sugerida entre higiene oral e o risco de doença cardiovascular”, disse Watt. Segundo ele, novos estudos são necessários para confirmar se a associação observada é um fator causal ou apenas um marcador de risco, isto é, que não preenche os critérios de causalidade mas que está associado à maior probabilidade de doença.

O artigo Toothbrushing, inflammation, and risk of cardiovascular disease: results from Scottish Health Survey (BMJ 2010;340:c2451 doi:10.1136/bmj.c2451) pode ser lido em www.bmj.com/cgi/content/abstract/340/may27_1/c2451.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Mensagem Espiritual em 1980

Amigos, Jesus nos abençoe.

A inteligência humana conseguirá atingir as maiores realizações.

Poderá conhecer a estrutura de outros mundos.

Construir no piso dos mares.

Escalar os mais altos montes.

Interferir no código genético das criaturas.

Decifrar os segredos da vida cósmica.

Penetrar os domínios da mente e controlá-los.

Inventar os mais sofisticados aparelhos que propiciem o reconforto.

Criar estatutos para o relacionamento social e transformá-los, segundo suas próprias conveniências.

Levantar arranhacéus ou materializar as mais arrojadas fantasias.

Entretanto, nunca poderá alterar as leis fundamentais de Deus e nem viver sem amor.

(Emmanuel/ Chico Xavier - 23/05/1980 Rede Globo)

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Imunidade natural contra HIV

Lendo o atigo abaixo, percebe-se que quando o trabalho é realizado com garra e persistência, tendo paciência e um OLhar diferente, consegue-se respostas positivas. Boa leitura!


Divulgação Científica - 6/5/2010 -Agência FAPESP


Quando alguém é infectado com o vírus HIV, é geralmente uma questão de tempo até que desenvolva Aids – período que pode ser ampliado com a introdução de tratamento medicamentoso, especialmente nos estágios iniciais da infecção.

Mas há um pequeno número de indivíduos que, mesmo exposto ao vírus, leva muito tempo para apresentar sintomas. E, em alguns casos, a doença simplesmente não se desenvolve.

Na década de 1990, pesquisadores mostraram que, entre aqueles que são naturalmente imunes ao HIV – que representam 1 em cada 200 infectados –, uma grande parte carregava um gene específico, denominado HLA B57. Agora, um grupo de pesquisadores nos Estados Unidos revelou um novo fator que contribui para a capacidade desse gene em conferir imunidade.

O estudo é destaque na edição desta quinta-feira (6/5) da revista Nature. O grupo, liderado pelos professores Arup Chakraborty, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, e Bruce Walker, do Instituto Médico Howard Hughes, descobriu que a presença do HLA B57 faz com que o organismo produza mais linfócitos T – glóbulos brancos que atuam na proteção contra infecções.

Pessoas com o gene têm um número maior de linfócitos T, que se grudam fortemente com mais pedaços do HIV do que aqueles que não têm o gene. Isso aumenta as chances de os linfócitos reconhecerem células que expressam as proteínas do vírus, incluindo versões mutantes que surgiram durante a infecção.

Esse efeito contribui para o controle maior da infecção pelo HIV (e por qualquer outro tipo de vírus que evolua rapidamente), mas também torna as pessoas mais suscetíveis a doenças autoimunes, nas quais os linfócitos T atacam as próprias células do organismo.

“A descoberta poderá ajudar pesquisadores a desenvolver vacinas que provoquem a mesma resposta ao HIV que ocorre naqueles que têm o gene HLA B57. O HIV está se revelando lentamente. Essa descoberta representa outro ponto em nosso favor na luta contra o vírus, mas ainda temos um caminho muito longo pela frente”, disse Walker.

“Esse é um estudo notável, que começou com uma observação clínica, integrou observações experimentais, gerou um modelo valioso e derivou desse modelo um conhecimento profundo do comportamento do sistema imunológico humano. Raramente alguém tem a oportunidade de ler um artigo que expande tão grandemente o conhecimento humano”, disse David Baltimore, professor de biologia do Instituto de Tecnologia da Califórnia e ganhador do Nobel de Medicina e Fisiologia em 1975.

O artigo Effects of thymic selection of the T-cell repertoire on HLA class I-associated control of HIV infection (DOI:10.1038/nature08997), de Arup Chakraborty e outros, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Cigarro oxidante

Agência FAPESP - Especiais -7/5/2010 -Por Fábio de Castro



A exposição à fumaça de cigarros – que é um fator importante para o desenvolvimento de doença pulmonar obstrutiva crônica – aumenta o nível de oxidantes nos pulmões, levando ao estresse oxidativo e à destruição do tecido dos alvéolos. Um novo estudo, realizado por cientistas norte-americanos, indicou que a supressão de um gene pode atenuar o dano pulmonar induzido pelo hábito de fumar.

De acordo com um dos autores, Rubin Tuder, professor da Universidade do Colorado em Denver, a pesquisa, publicada na edição de maio da revista American journal of respiratory cell and molecular biology, representa uma importante abordagem genética contra a lesão pulmonar induzida por oxidantes.

Tuder, que é especialista em patobiologia e patologia de doenças pulmonares, apresentou os resultados da nova pesquisa durante a 1st São Paulo School of Translational Science (1ª Escola São Paulo de Ciência Translacional), da qual participou nas duas últimas semanas de abril. O curso, primeiro organizado no âmbito da Escola São Paulo de Ciência Avançada (ESPCA), nova modalidade de fomento da FAPESP, foi realizado pelo Hospital A.C. Camargo.

Segundo Tuder, em resposta à fumaça de cigarro, as células epiteliais do pulmão compensam os altos níveis de oxidantes ativando vias de Nrf-2 – uma proteína que aumenta os níveis endógenos de antioxidantes das células –, elevando a expressão de enzimas desintoxicantes e antioxidantes, protegendo os pulmões das lesões.

“Levantamos a hipótese de que estimulando as vias ativadas por Nrf-2, poderíamos conseguir proteção contra o dano pulmonar induzido pelo cigarro. Para isso, desenvolvemos um modelo animal no qual o gene inibidor de Nrf-2, Keap-1, é suprimido das células epiteliais das vias respiratórias de camundongos”, disse à Agência FAPESP.

O resultado da supressão do gene foi um aumento da expressão de Nrf-2, protegendo as células contra o estresse oxidativo causado pela fumaça de cigarro in vivo. “Os resultados poderão ser importantes para a busca de novas drogas e terapias para os danos causados pelo cigarro”, afirmou.

Segundo ele, nos Estados Unidos a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é a quarta maior causa de mortalidade, sendo responsável por cerca de 120 mil das 400 mil mortes causadas anualmente pelo cigarro. A DPOC atinge preferencialmente indivíduos com mais de 65 anos.

De acordo com Tuder, esse dado é a base de uma das linhas de pesquisa tratadas em seu laboratório: a relação entre o processo de envelhecimento e o enfisema pulmonar – que, juntamente com a bronquite crônica, é uma das principais manifestações da DPOC.

“Sabemos que, teoricamente, todos os seres humanos que venham a viver além dos 105 anos de idade irão eventualmente desenvolver a DPOC – seja com limitação pulmonar ou enfisema senil. Estamos confirmando, passo a passo, que o dano celular causado pelo envelhecimento e pelo cigarro envolvem mecanismos patogênicos inter-relacionados. Queremos entender melhor esses mecanismos a fim de definir grupos de risco e fornecer potenciais plataformas para novas terapias”, explicou.

Tuder afirma, no entanto, que os danos causados pela exposição à fumaça de cigarro não se limitam a causar câncer e DPOC. De acordo com ele, estudos mostram que, nos indivíduos adultos, quando o pulmão é lesionado cronicamente pelo cigarro, a capacidade de resposta do pulmão contra fatores infecciosos diminui. “A fumaça de cigarro induz alterações na resposta imune inata às infecções virais e essas mudanças agravam a destruição alveolar característica do enfisema”, disse.

O cientista acrescenta que alguns vírus se instalam permanentemente no pulmão em estado de latência, não podendo ser eliminados. “Existem dados que mostram que alguns desses vírus, como o adenovírus, por ser persistente, podem fazer com que o processo inflamatório obstrutivo se perpetue”, disse.

Dados epidemiológicos consistentes mostram ainda que, em crianças expostas ao fumo em casa, a predisposição a doenças aumenta. Já se sabia, de acordo com Tuder, que durante a vida uterina o cigarro afeta a criança irremediavelmente, prejudicando o seu crescimento, uma vez que a fumaça afeta a sinalização relacionada com o fator de crescimento endotelial, entre outros problemas.

“Mas, agora, sabemos também que mesmo depois do nascimento existem danos, como a maior predisposição à infecção viral e à asma. O pulmão dessas crianças fica permanentemente avariado e nunca volta a ser totalmente normal. Se começarem a fumar ou tiverem uma infecção na vida adulta, terão provavelmente um risco maior de desenvolver doenças como asma”, afirmou.

Outro efeito conhecido do cigarro é o desencadeamento da mutagênese que causa o câncer. Segundo o cientista norte-americano, no entanto, nem todos os fumantes têm risco aumentado de desenvolvimento de câncer.

“Não sabemos ainda como identificar esses indivíduos que têm risco aumentado, nem sabemos por que razão alguns são atingidos e outros não. Também não sabemos quais os fatores anteriores para que os indivíduos desenvolvam a doença. Mas as pesquisas se encaminham para isso”, disse.

O artigo Deletion of Keap1 in the Lung Attenuates Acute Cigarette Smoke–Induced Oxidative Stress and Inflammation, de David Blake e outros, pode ser lido por assinantes da American journal of respiratory cell and molecular biology em http://ajrcmb.atsjournals.org/cgi/content/abstract/42/5/524 .

terça-feira, 4 de maio de 2010

Benefícios do exercício físico em 3-D

Especiais -30/4/2010 -Por Alex Sander Alcântara -Agência FAPESP



Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) ilustrou o que ocorre com a inervação do coração do ponto de vista anatômico. Ao submeter ratos a exercícios físicos aeróbicos de baixa intensidade em esteira ergométrica, o grupo conseguiu medir, em três dimensões, aspectos estruturais como número e tamanho dos neurônios do gânglio estrelado – localizado na entrada do tórax.

Os gânglios estrelados (ou cervitorácicos) pertencem ao sistema nervoso autônomo simpático e são responsáveis pela inervação cardíaca extrínseca. Por meio da estereologia estocástica – que permite a amostragem e mensuração de uma partícula livre ou conectada em três ou quatro dimensões – a pesquisa registrou um aumento do tamanho (hipertrofia) dos neurônios cardíacos em cerca de 83% nos animais submetidos ao exercício físico.

Os resultados mostraram ainda que, além da hipertrofia dos neurônios, houve um aumento da inervação simpática do coração e uma redução de 12% na frequência cardíaca, o que representa uma maior adaptação do coração desses animais ao exercício físico.

De acordo com Antonio Augusto Coppi, responsável pelo Laboratório de Estereologia Estocástica e Anatomia Química (LSSCA) do Departamento de Cirurgia da Faculdade de MedicinaVeterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP, o destaque do estudo foi o uso da estereologia estocástica para medir com precisão a estrutura (número e tamanho) dos neurônios do gânglio estrelado em animais submetidos a exercícios físicos regulares e de baixa intensidade.

“Normalmente, mede-se a área (2D) do contorno de uma célula como se essa medida representasse o tamanho verdadeiro (volume em 3D) da célula inteira. No entanto, a área não representa o tamanho real. Só se pode falar em hipertrofia, ou seja, em aumento do tamanho de alguma partícula, quando se mede o volume”, disse à Agência FAPESP.

“A estereologia é um método robusto e moderno que permite ao cientista medir, com precisão e acurácia, por exemplo, o volume e o número das células de um determinado órgão, eliminando aproximações geométricas que ainda são feitas em trabalhos em morfologia quantitativa”, disse o estereologista.

Coppi coordena atualmente o projeto “Avaliação bioquímica e histoquantitativa da nefropatia diabética e do pâncreas em ratos tratados com exercício físico e insulinoterapia”, apoiado pela FAPESP por meio de um Auxílio à Pesquisa – Regular, e está à frente de outros projetos que avaliam, estereologicamente, os efeitos do exercício físico em órgãos chave para o organismo.

O estudo “Efeitos quantitativos do exercício físico na inervação cardíaca extrínseca de ratos” foi desenvolvido por Renato Albuquerque Cavalcanti sob a orientação de Coppi, com apoio da FAPESP por meio da modalidade Bolsa de Iniciação Científica.

O fato de os resultados apontarem uma diminuição de 12% na frequência cardíaca já era esperado em um indivíduo condicionado fisicamente, segundo o pesquisador.

“Isso significa que o coração bate menos, porém com mais força de contração e capacidade de bombeamento do sangue, ao passo que a falta de condicionamento físico está geralmente associada ao aumento da frequência cardíaca (taquicardia) quando submetido ao exercício físico”, explicou.

O estudo também verificou que não houve diferença no número total dos neurônios estrelados cardíacos. Segundo o pesquisadore, a hipertrofia desses neurônios foi suficiente para atender a maior demanda funcional imposta pelo exercício físico, sem recrutar o aumento no número de células.

“Nossa hipótese é que, se houvesse necessidade do aumento do número de neurônios do gânglio estrelado, significaria que a hipertrofia não teria sido suficiente para acomodar o aumento da demanda funcional”, destacou.

“Se surgissem mais células nervosas, essas muito provavelmente seriam neurônios imaturos (neuroblastos), que não teriam, de imediato, a competência funcional para inervar o coração com a rapidez exigida pela situação em análise”, acrescentou.

O próximo passo do estudo envolvendo exercício físico e coração será quantificar o número e o tamanho das fibras musculares cardíacas e de unidades motoras do coração.

Novos métodos

Segundo Coppi, a estereologia é uma ciência ainda em franco desenvolvimento, introduzida na medicina no final da década de 1980 e início da seguinte. Ela permite a análise das imagens de qualquer natureza, em comprimento, largura, profundidade e no tempo.

“A estereologia não se limita apenas à análise de imagens microscópicas (histológicas), mas também analisa imagens geradas por ressonância magnética e imagens geradas por técnicas de biologia molecular, genômica, proteômica, metabolômica, entre outras”, disse.

Um dos grandes diferenciais em relação à morfometria (análises em duas dimensões) é que, além de estimar o volume, número, superfície e conectividade (entre outros parâmetros), a margem de erro é muito pequena (em torno de 1% a 3%) e o intervalo de confiança é muito acurado.

“No Brasil, começamos a trabalhar com a estereologia estocástica em pesquisas aplicadas ou translacionais, mas também estamos desenvolvendo novos métodos estereológicos, caracterizando uma pesquisa metodológica”, afirmou.

O LSSCA é o único representante da International Society for Stereology (ISS) para toda a América do Sul. Segundo Coppi, o laboratório oferece treinamentos, cursos, palestras e workshops a pesquisadores e técnicos.

“Os cursos são sobre técnicas de delineamento experimental, amostragem, preparo de material histológico (histoquímica, imunoistoquímica, imunocitoquímica) especialmente para estereologia estocástica, registro e análise de imagem para quantificação em 3D e 4D, análise estatística estocástica de dados e redação científica de artigos para publicação”, disse.

O trabalho foi publicado em 2009 no Journal of Neuroscience Research. O artigo Low-intensity Treadmill Exercise-related Changes in the Rat Stellate Ganglion Neurons pode ser lido em www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19115406.

Mais informações sobre a pesquisa e sobre o LSSCAQ: www2.fmvz.usp.br/lssca e guto@usp.br